sábado, 30 de agosto de 2008

Barca bela

Praia da Légua



Barca Bela


Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela.
Que é tão bela,
Oh pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Oh pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Oh pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Oh pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela
Foge dela
Oh pescador!

Almeida Garrett

O sujeito poético aponta ao destinatário (pescador=homem) os perigos do mar (da vida) e lança-lhe um apelo para que fuja desses perigos, enquanto é tempo.

Há no desenvolvimento do assunto, um clima de fatalidade que se vai desenrolando em rampa crescente. Assim a fatalidade é logo sugerida pelo título "barca bela", porque aqui o maior perigo está na sedução e a "barca bela/que é tão bela" (de notar a insistência na beleza) é já símbolo de sedução (o homem poderá embarcar no engano). Por isso, o sujeito poético lança o primeiro aviso: "onde vais pescar com ela/que é tão bela/Oh pescador!"

Mas o clima de fatalidade aumenta, quando o sujeito poético avisa que "a última estrela/No céu nublado se vela". É o perigo da escuridão. Note-se ainda o conteúdo fatalístico da palavra "estrela".

Na terceira estrofe aparece a palavra "sereia", simbolicamente aqui usada para designar os perigos que esperam o pescador (o homem). Barca bela, sereia - símbolos do perigo, do perigo que está na sedução. Por isso, "cautela, oh pescador!"

O perigo vai aumentando ainda, pois aparecem já, na quarta estrofe, os efeitos desastrosos de se navegar para a perdição: "perdido é remo e vela/só de vê-la..."

E o perigo, o medo dele, atinge o ponto culminante na última estrofe: "Pescador da barca bela/Inda é tempo, foge dela/Foge dela...". Note a repetição de "foge dela", vincando a urgência de fugir de tão grande perigo.



A Mena na cozinha

Salsichas com cogumelos

azeite
2 dentes de alho
1 caixa de cogumelos laminados
1 lata de salsichas
sobras (batatas cozidas, feijão verde cozido, cenoura cozida...)
salsa
sal
pimenta

Numa frigideira, leve ao lume o azeite e os alhos esmagados ou cortados às rodelas.

Quando estiverem transparentes, junte-lhes os cogumelos laminados e deixe cozinhar um pouco.

Junte as salsichas cortadas às rodelas. Tempere com sal e pimenta.

Corte os legumes e as batatas em pedaços pequenos e junte ao preparado anterior.

Rectifique os temperos. Pique a salsa e envolva tudo muito bem.

Sirva com salada de tomate.



Trabalhinhos

Fralda



Moldura


quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Desejos vãos

Lagoa do Valado

Lagoa de Óbidos

Lagoa da Ervideira

Deixando a praia e abraçando outros cenários, hoje o passeio foi por estas lindas lagoas que ficam aqui perto. São de uma beleza ímpar! Merecem bem uma visita!
Aqui ficam algumas imagens para vos abrir o apetite.


Lagoa de Pataias

Desejos Vãos

Eu queria ser o Mar de altivo porte

Que ri e canta, a vastidão imensa!

Eu queria ser a Pedra que não pensa,

A pedra do caminho, rude e forte!


Eu queria ser o Sol, a luz intensa,

O bem do que é humilde e não tem sorte!

Eu queria ser a árvore tosca e densa

Que ri do mundo vão e até da morte!


Mas o Mar também chora de tristeza...

As árvores também, como quem reza,

Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!


E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,

Tem lágrimas de sangue na agonia!

E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente...

Florbela Espanca

O sujeito poético parece querer fugir da condição humana, pois os seres humanos são sensíveis à dor, à tristeza e ao sofrimento, e deseja assumir a identidade de elementos da natureza, para assim se poder afastar de tudo aquilo que o aflige, magoa e entristece.

O título - Desejos vãos - representa a inclinação do espírito humano para alguma coisa cuja realização lhe poderia causar prazer (desejos), mas esta realização é inútil, sem razão de ser, diante da percepção de que ela é aparente, ilusória (vãos).

Nas duas quadras, o sujeito poético apresenta as suas aspirações, os seus desejos, os seus anseios; pretende fugir das suas limitações de ser humano e, usando o verbo querer no pretérito imperfeito, deseja ser vários elementos da natureza: o mar, a pedra, o sol e as árvores.

"Eu queria ser o Mar de altivo porte

Que ri e canta, a vastidão imensa!"

O seu desejo de imensidão é evidente na imagem do mar; o mesmo mar que, para os portugueses, no plano metafísico, simboliza a dimensão universal. Esse mar, escrito com letra maiúscula, segundo uma característica simbolista, é mais que o acidente geográfico, traz em si a ideia de grandiosidade, de liberdade e de altivez. O sujeito poético deseja a imensidão, a largueza de horizontes, a altivez que a grandiosidade confere.

"Eu queria ser a Pedra que não pensa,

A pedra do caminho, rude e forte."

Se o mar representa a liberdade e a grandiosidade, a pedra simboliza a robustez e a imortalidade. Além disso, a pedra não pensa e, por isso, não sofre, porque foge à condição humana que é vulnerável ao sofrimento.

"Eu queria ser o Sol, a luz intensa,

O bem do que é humilde e não tem sorte!

Aqui encontramos a imagem da excelência, da plenitude. Ser o sol que fecunda, dá e mantém a vida, o sol que ilumina, aquece e alegra o mundo. Ser o "bem do que é humilde e não tem sorte" – ser a ventura daquele que, talvez, de seu tenha tão-somente a luz e o calor do sol.

"Eu queria ser a árvore tosca e densa

Que ri do mundo vão e até da morte!"

O sujeito poético deseja ainda ser a imagem da árvore tosca, tal como a natureza criou, sem ter sido ainda tocada pela mão do homem; densa, cerrada, compacta e, portanto, capaz de abrigar na sua sombra e aconchegar com os seus ramos.

Os tercetos são introduzidos pela adversativa mas e são a antítese das quadras: aquele mar altivo e vasto que ri e canta, "também chora de tristeza". A árvore, que "ri do mundo vão e até da morte", aparece como um crente, que, com os braços abertos, reza aos céus, demonstrando assim a sua fragilidade e dependência. A ideia de suficiência expressa em relação à árvore que se basta a si mesma (ri do mundo vão e até da morte) anula-se agora com o acto de abrir os braços e rezar, significando a sua dependência e humildade. "O sol altivo e forte", perde, ao fim do dia, a sua força e a sua altivez, e ao pôr-se deixa rastos vermelhos (lágrimas de sangue) pelo céu, tingindo-o na sua despedida, com as suas lágrimas de agonia. E as pedras, mesmo com a sua resistência e robustez, são pisadas por todos, demonstrando, assim, a sua condição de inferioridade. De notar que o demonstrativo “essas” tem aqui um sentido depreciativo.

O desejo de realização do sujeito poético faz-se através do sonho, do anseio de ser vários elementos da natureza. A vastidão e a grandiosidade do mar, a robustez e a perpetuidade da pedra, a excelência e a plenitude do sol e a simplicidade e o primitivismo da árvore são o desejo do sujeito lírico para realizar-se, para ser. Porém, nos tercetos, o sujeito poético verifica a inutilidade desses desejos expressos nas quadras, quando sob novas perspectivas, cria a antítese dos mesmos. Desse modo, o desejo de realização, de ser, permanece apenas como anseio, como sonho e, portanto, no plano abstracto, não real, idealizado.


Lagoa de Pataias



A Mena na cozinha

Bacalhau à Bracarense

4 postas de bacalhau
2 dl de azeite
2 dentes de alho
1 folha de louro
2 cebolas
salsa
1 kg de batatas
1 ovo cozido
sal
pimenta

Deite metade do azeite num tacho e junte a folha de louro, as cebolas e um dente de alho cortados às rodelas. Deixe refogar até alourar um pouco, mexendo de vez em quando. Tempere com sal e pimenta.
Coza o ovo.

Descasque as batatas, corte-as às rodelas, lave-as, escorra-as e enxugue-as.

Frite-as em óleo ou azeite (eu só uso azeite), ponha-as num prato por cima de papel absorvente e tempere-as.

Enxugue bem o bacalhau com um pano. Deite a outra metade do azeite numa frigideira, juntamente com outro dente de alho cortado às rodelas e, quando estiver quente, aloure o bacalhau dos dois lados. Depois de bem lourinho, retire-o para um prato.

Num pirex, deite um pouco de cebola refogada, depois algumas batatas,

em seguida as postas de bacalhau, sobre estas o resto das batatas e, por fim, o resto da cebolada.

Regue tudo com o azeite de fritar o bacalhau e leve ao forno cerca de 10 minutos.

Retire do forno e decore com o ovo cozido e a salsa picada.
Bom apetite!



Vamos lá participar no
.*.: Concurso PANO PRA MANGA eco :.*.


Consiste em fazer um trabalho artesanal envolvendo alguma técnica de reciclagem, vale qualquer trabalho: feltro, biscuit, fimo, ponto-cruz, bijutarias, decoupage; o que sua imaginação mandar! E enviar uma foto do trabalho para o e-mail panomanga@yahoo.com.br.


Regras:

  1. O envio das fotos poderá ser feito até dia 20 de Outubro para o correio electrónico acima.
  2. Deve constar no correio electrónico:
    - A foto de um trabalho artesanal com material reciclado
    - material e técnica utilizados
    - o nome da pessoa
    - a cidade/estado/país que mora
    - endereço do seu blogue (se tiver)
  3. Pano pra manga escolherá os 5 trabalhos mais interessantes. O critério utilizado será criatividade e redução de resíduos que afectam directamente o meio ambiente.
  4. Dos 5 trabalhos seleccionados, serão escolhidos os 3 melhores, que receberão um presente de acordo com a colocação.
  5. A enquete vai encerrar dia 20 de Novembro.
  6. Só vai estar concorrendo a pessoa que mandar o email e que divulgar a promoção em seu blogue, colocando a imagem da promoção e as regras.

Trabalhinhos


Esta almofadinha foi feita pela minha avó. É lindíssima! Um trabalho perfeitíssimo com renda de bilros, bordado com vários pontos sobre um linho que já não se vê à venda por aí (o que é uma pena!).
Nunca vi, em lado nenhum, um trabalho igual a este (cliquem na foto para verem ao pormenor).
A minha avó, como sabe que eu gosto de velharias, bordados, artes em geral, ofereceu-ma.



Colar com penduricalhos