sexta-feira, 20 de março de 2009

Poemas à Morte de Inês de Castro


À Morte de Inês de Castro

As filhas do Mondego a morte escura,
Longo tempo, chorando, memoraram.

CAMÕES, Lusíadas. Canto 3, cxxxv

A Ulina
Soneto dedicatório

Da miseranda Inês o caso triste
Nos tristes sons, que a mágoa desafina,
Envia o terno Elmano à terna Ulina,
Em cujos olhos seu prazer consiste.

Paixão, que, se a sentir, não lhe resiste
Nem nos brutos sertões alma ferina,
Beleza funestou quase divina,
De que a memória em lágrimas existe.

Lê, suspira, meu bem, vendo um composto
De raras perfeições aniquilado
Por mãos do Crime, à Natureza oposto.

Tu és cópia de Inês, encanto amado;
Tu tens seu coração, tu tens seu rosto...
Ah!, defendam-te os Céus de ter seu fado!


A lamentável catástrofe de D. Inês de Castro


Da triste, bela Inês, inda os clamores
Andas, Eco chorosa, repetindo;
Inda aos piedosos Céus andas pedindo
Justiça contra os ímpios matadores;

Ouvem-se inda na Fonte dos Amores
De quando em quando as náiades carpindo;
E o Mondego, no caso reflectindo,
Rompe irado a barreira, alaga as flores:

Inda altos hinos o universo entoa
A Pedro, que da morte formosura
Convosco, Amores, ao sepulcro voa:

Milagre da beleza e da ternura!
Abre, desce, olha, geme, abraça e c'roa
A malfadada Inês na sepultura.




«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores;
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.

«Mísero esposo,
Desata o pranto,
Que o teu encanto
Já não é teu.

«Sua alma pura
Nos Céus se encerra;
Triste da Terra,
Porque a perdeu.

«Contra a cruenta
Raiva íerina,
Face divina
Não lhe valeu.

«Tem roto o seio
Tesoiro oculto,
Bárbaro insulto
Se lhe atreveu.

«De dor e espanto
No carro de oiro
O Númen loiro
Desfaleceu.

«Aves sinistras
Aqui piaram
Lobos uivaram,
O chão tremeu.

«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores:
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.»


Bocage





Antes do fim do mundo, despertar,
Sem D. Pedro sentir,
E dizer às donzelas que o luar
E o aceno do amado que há-de vir...

E mostrar-lhes que o amor contrariado
Triunfa até da própria sepultura:
O amante, mais terno e apaixonado,
Ergue a noiva caída à sua altura.

E pedir-lhes, depois fidelidade humana
Ao mito do poeta, à linda Inês...
À eterna Julieta castelhana
Do Romeu português.

Miguel Torga



Inês Morreu


Inês morreu e nem se defendeu
da morte com as asas das andorinha
pois diminuta era a morte que esperava
aquela que de amor morria cada dia
aquela ovelha mansa que até mesmo cansa
olhar vestir de si o dia-a-dia
aquele colo claro sob o qual se erguia
o rosto envolto em loura cabeleira
Pedro distante soube tudo num instante
que tudo terminou e mais do que a Inês
o frio ferro matou a ele.
Nunca havia chorado é a primeira vez que chora
agora quando a terra já encerra
aquele monumento de beleza
que pode Pedro achar em toda a natureza
que pode Pedro esperar senão ouvir chorar
as próprias pedras já que da beleza
se comovam talvez uma vez que os humanos
corações consentiram na morte da inocente Inês
E Pedro pouco diz só diz talvez
Satanás excedeu o seu poder em mim
deixem-me só na morte só na vida
a morte é sem nenhuma dúvida a melhor jogada
que o sangue limpe agora as minhas mãos
cheias de nada
ó vida ó madrugada coisas do princípio vida
começada logo terminada.

Ruy Belo



Trabalhinhos:

Um adereço para o cabelo de uma princesa,
uma grande fornada de Fimo





























e um saquinho


Dia do Pai


Um presente
para um pai
sempre presente.
















A Mena na cozinha

Frango com caril e leite de coco

4 peitos de frango
sal
pimenta
1 colher de caril
1 colher de farinha
1 dl de azeite
2 dl de leite de coco
1 pimento vermelho


Corte os peitos de frango em fatias e tempere com sal e pimenta. Misture a farinha com o caril e passe o frango por esta mistura.

Coloque o azeite num tacho. Quando estiver quente, junte o frango e deixe-o alourar, virando-o.

Regue com o leite de coco, tape e deixe cozinhar sobre lume brando durante 20 minutos. Se lhe sobrou caril com farinha, adicione-o ao leite de coco.

Entretanto, lave o pimento e corte-o em tiras finas ao mesmo tempo que o limpa das sementes e das películas brancas.
Adicione as tiras de pimento ao frango, rectifique o sal e deixe ferver mais 5 minutos.

Sirva com arroz branco e salada.
Bom apetite!

9 comentários:

Sonia Facion disse...

Oi Mena!!!

Como sempre os pratos me pareem apetitosos, huuuuuuuuuu.....

Que fornada de fimo, hem?

Bjks e bom fim de semana.

Sonia

ஜ♥_Sabrith_♥ஜ disse...

Mena
Se um dia eu for a Portugal quero comer um desses seus pratos maravulhosos, que me dão água na boca!!!

Delícias e Talentos disse...

Mena, este frango com caril e coco é muito à frente! Ainda não cheguei ao caril, só o cheiro da embalagem assusta-me, mas com o aspecto desta tua refeição até apetece dar umas garfadas!Hehehe:)
Olha, não consigo adiconar o teu link/endereço no meu blog, diz que não actualiza...francamente não sei porquê...mas pronto...Bom FDS!:)

D. disse...

Olá professora, peço desculpa por nunca mais ter passado por aqui, mas a escola ocupa-me o tempo todo!
Mas continua tudo lindo por aqui :)
Se quizer passar no meu também tem uns post's rapidos visto que não tenho tempo para fazer post's longos.


Beijinhos grandes
Diana.

Chocolate disse...

olaa!
boa semana! beijinhos *

Brunette disse...

Olá Mena!
Passei para desejar uma boa semana e também para agradecer os comentários sempre presentes.
Bjos e continuação de lindos trabalhinhos, deliciosas receitas e divulgação da cultura portuguesa!

M. Céu Fernandes disse...

lá Mena.
Obrigada pela visitinha.
Adorei os trabalhos de FIMO!
Boa semana para ti!
Bjs,
M. Céu

Nile e Richard disse...

Oi Nena,bom dia.
Muito bonita a poesia de D.Inês de Castro.
Seu texto está excelente.
Os trabalhinhos estão um mimo só.
Gostei do modelo da florzinha do tic tac.
Sua cozinha sempre excelente.
Que sua semania seja cheia de alegrias e sucessos.
bjtos.Nile.

Maria Cusca disse...

Olá Mena, obrigada pela visita e pelo comentário carinhoso.
Adorei o teu blog, vou voltar cá muita vez.
Adoro Camões, Bocage e cozinhar.
portanto tens as 3 regras simples, para vir sempre cuscar.
Jinhos e uma óptima semana

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