sábado, 20 de março de 2010

O teatro é uma arte

Visita de estudo

Auto da Barca do Inferno

Levámos os alunos ao teatro. Este ano, escolhemos a Companhia de Teatro Arte D'Encantar que tem como objectivo principal a aproximação das crianças e jovens ao teatro. De forma a colmatar a grande lacuna existente no que respeita à qualidade do teatro direccionado ao público infanto-juvenil e tendo como apoio a fortíssima e muito importante vertente pedagógica que este tipo de arte exerce sobre quem a recebe, esta companhia resolveu apostar na representação de obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura (PNL) que fazem do currículo da disciplina de Língua Portuguesa: “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente, “Falar Verdade a Mentir” de Almeida Garrett e “No Meu Planeta” de Mia Cortês (adaptação livre para teatro da obra “O Principezinho” de Saint-Exupéry). Aliando encenações atractivas e interactivas, com apontamentos de comédia, pretende esta companhia oferecer às crianças e jovens, uma ilustração viva da obra que abordaram ou vão abordar dentro da sala de aula. Para os professores a obra posta em cena é uma importante ferramenta de trabalho, um complemento à análise dos textos curriculares. O Teatro é uma Arte, mas também é e sempre será Educação!





Ida ao teatro

O AUTO DA BARCA DO INFERNO é a obra mais conhecida de Gil Vicente. Gil Vicente, neste “Auto De Moralidade” crítica e satiriza impiedosamente toda a sociedade portuguesa do século XVI.

O auto representa o julgamento das almas humanas depois da morte.

No porto estão dois arrais, um conduz à Barca da Glória e outro à Barca do Inferno, por onde vão passar diversas almas que terão de enfrentar uma espécie de tribunal, defender-se e enfrentar os argumentos do Anjo e do Diabo que surgem como advogados de acusação.

Através da brilhante metáfora do tribunal, Gil Vicente põe a nu os vícios das diversas ordens sociais e denuncia a “podridão” da sociedade.



Museu da Marinha


Mais umas fotos que tirei no museu.











A corrente renascentista da lírica camoniana


A temática do amor platónico


Estes dois poemas desenvolvem a mesma temática do amor platónico e seus consequentes efeitos contraditórios.



Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.

Camões



Paz não encontro e não quadra a guerra;

E não temo e espero e ardo e sou de gelo,

E voo além do Céu e estou por terra,

E nada aperto e todo o mundo abraço.


Quem me tem preso não me abre ou cerra,

Nem por seu me retém, nem quebra o laço,

E não me mata Amor e não me larga,

Nem me quer vivo nem me desenreda.


Vejo sem olhos e sem língua grito,

E anseio por morrer e peço ajuda;

A mi mesmo aborreço, a outrem amo.


De dores só me nutro, rindo choro,

Igualmente desdenho morte e vida:

E tudo isto por vós, minha Senhora.

Petrarca



Alguns dos versos do soneto de Camões são muito parecidos com os do poema de Petrarca, quer pelos vocábulos utilizados, quer pelas ideias transmitidas.

Repara no poema de Camões reescrito com as palavras e versos do poema de Petrarca que traduzam a mesma ideia:


Paz não encontro e não quadra a guerra;

que, em vivo ardor, tremendo sou de gelo

sem causa, juntamente rindo choro,

E nada aperto e todo o mundo abraço.


É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.


E voo além do Céu e estou por terra,

Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito

E tudo isto por vós, minha Senhora.







A Mena na cozinha

Arroz de tamboril


1,200kg de lombo de tamboril
300gr de arroz
10 gambas cozidas
2 dentes de alho
1 cebola
azeite
1 folha de louro
1 raminho de coentros
3 tomates maduros
vinho branco
água
sal
1/2 malagueta grande


Corte o tamboril aos quadrados e tempere com sal.
Refogue o alho e a cebola picados com um pouco de azeite. Junte a folha de louro, a malagueta às rodelas, os coentros picados e o tomate limpo de peles e sementes. Regue com o vinho branco e junte metade do pimento em cubos. Tempere. Adicione a água e por fim o tamboril.

Quando o tamboril estiver cozido, retire-o e reserve. Junte o arroz e deixe cozer em lume brando cerca de 10/12 minutos.

No fim junte as gambas descascadas, deixe apenas a cabeça para dar um efeito mais bonito e os quadrados de tamboril. (Este arroz não levou gambas, porque a minha filhota não gosta!)
Polvilhe com coentros picados e sirva.
Bom apetite!


Trabalhinho:

Porta-chaves

2 comentários:

Mona Lisa disse...

Olá Mena

Gostei de rever o museu da Marinha.

Já não vim a tempo do almoço. Fica para a próxima.

Bom domingo com SOL!

Bjs.

a magia da noite disse...

várias são as artes, se o teatro é imenso, a culinária não deixa de ser grande, arte.

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