quarta-feira, 24 de março de 2010

Quem primeiro alça, primeiro calça!


Museu da Marinha

Aqui ficam as últimas fotos que tirei no museu. Não pude tirar mais, pois esgotei o cartão de memória e quando fui para pôr o outro, descobri que me esquecera dele em casa. Coisas de amadores!










Quem primeiro alça, primeiro calça!


Acordei e levantei-me, depois de me espreguiçar como uma gata. Acordei a filhota. Corri para a casa de banho e, antes dos costumados ritos matinais, olhei para o espelho e sorri. Sorrio sempre para o espelho, como que a dar-me as boas-vindas, a dizer-me bom-dia. O espelho, como sempre, devolve-me o sorriso. Depois, começa a correria.

Determinava sempre na véspera o que vestir no dia seguinte, mas nunca cumpria o estabelecido. Isso fazia com que perdesse ainda mais tempo pela manhã, pois não só tinha de arrumar a roupa separada anteriormente, como eleger outra. Assim, de manhã, entro no quarto de vestir, olho em volta, e decido logo ali o que enfiar. Começo sempre por escolher a peça principal, as calças, o vestido… seguidamente procuro o que melhor se ajusta àquela roupa.

Ultimamente, dou comigo a virar o quarto do avesso, a revirar toda a roupa das prateleiras e das gavetas, porque nunca encontro aquela camisola, aquele casaco, aquele cinto, aquele cachecol!… Tenho então de optar por outro trajo. Sim, porque aquelas calças estavam pensadas para aquela camisola, para aqueles acessórios! Quando, finalmente, olho o espelho e este me devolve um sorriso de satisfação, de aprovação, desço para tomar o pequeno-almoço. E que encontro? A tal camisola, o tal cachecol, o tal cinto a sorrirem-me num corpo de menina, de adolescente.

- Andei a revirar a casa toda à procura dessa camisola!

E o meu marido que se manteve sempre calado, enquanto eu virava e revirava a casa, enlaça a filha, sorri e atira:

- Quem te manda ter um corpinho de adolescente?

A filhota olha-me, aprova e solta “essas calças são tão giras, achas que me servem? Que número são?”. Fulmino-a com o olhar e ela e o pai riem e abraçam-me.

Levo-a à escola e regresso a casa, pois entro mais tarde, dou uma ajeitadela aos quartos, deixando o da filhota para o fim. Parece sempre que passou um tornado por ali!

Dou com uma fila de sapatos e botas muito direitinhos na prateleira do calçado. Tudo bem, se aqueles sapatos e botas não fossem meus! Ela já me tinha perguntado se podia calçar aquelas botas, aqueles sapatos!... Mas como anda sempre de all stars não liguei à pergunta, respondi somente “desde que não caias dos saltos a baixo!” Vejo agora que deveria ter ligado, pois ela já fez a sua escolha! Será que os vai calçar? Espero que não, não está habituada a andar nas alturas e ainda se parte toda!

Ainda bem que a minha querida filha não frequenta a minha escola! Imaginem só, os alunos a dizer… “Hoje traz a camisola da sua filha?", ou "A sua filha traz o seu casaco'", ou ainda "Mas a professora e a sua filha compram as roupas iguais!”

Reclamo, afino, mas gosto…



Este galho levou um tratamento de beleza e está na Biblioteca, foi ele quem deu as boas-vindas à Primavera. Depois mostro-vos como ficou!


A corrente renascentista da lírica camoniana


O Amor


Amor é um fogo que arde sem se ver


“Amor é um fogo que arde sem se ver” é um dos sonetos mais conhecidos de Luís de Camões.



Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
 
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
 
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
 
                           Luís de Camões



O soneto “Amor é um fogo que arde sem se ver” representa uma das mais conhecidas tentativas de definir o que é o Amor.

Nas duas quadras e no primeiro terceto, o poeta tenta definir este conceito através de frases declarativas realçadas pela repetição anafórica do verbo ser.

Mas a construção desta definição de Amor é conseguida, sobretudo, através de antíteses (dói/ não se sente; contentamento/descontente; dor/sem doer ;não querer/bem querer; andar solitário/entre a gente; nunca contentar-se/contente; ganha/perder) que caracterizam os efeitos contraditórios do Amor.

As relações de oposição estabelecidas são reforçadas pela abundância de vocabulário com conotações negativas (sem, ferida, dói, não, descontente, dor, desatina, doer, não, solitário, nunca, perder, preso, servir, mata)

Para além disso, a estrutura bipartida dos versos também realça essas relações de oposição e sublinha o efeito contraditório do amor (“é um fogo/ que arde sem se ver,”; “é ferida que dói,/ e não se sente;”; “é um contentamento/ descontente,”; “é dor que desatina/ sem doer”.;”É um não querer/ mais que bem querer/; “é um andar solitário/ entre a gente”; “ é nunca contentar-se / de contente”; “é um cuidar/ que ganha em se perder.”; “ É querer estar preso /por vontade; “é servir a quem vence/ o vencedor”; “é ter (...) lealdade /com quem nos mata”)

Estas características contribuem para a circularidade do poema, que inicia e termina com a mesma palavra - “Amor”, e salientam a dificuldade de definir este sentimento, já anunciada na repetição do artigo indefinido “um”.

No último terceto, o poeta constata a impossibilidade de o homem se furtar ao Amor e às suas contradições, uma ideia-chave que é introduzida através da conjunção adversativa “mas” e que encerra com a interrogação retórica - “como causar pode seu favor/nos corações humanos amizade,/se tão contrário a si é o mesmo Amor?”- significativa do espanto e perplexidade do sujeito poético perante a dimensão do Amor.








A Mena na cozinha

Embrulhinhos de salsichas

massa folhada
salsichas

Corte a massa aos quadrados e embrulhe salsichas pequenas. Leve ao forno.
Sirva quentes ou frios.



Trabalhinho:

Colar

4 comentários:

Mona Lisa disse...

Olá Mena

Revi o museu. Obrigada.

Estou ansiosa por ver o "final" das boas-vindas à Primavera.

Hoje não provei o petisco, pois é tarde, mas fiquei com àgua na boca.

Bjs.

~*Rebeca*~ disse...

Menina linda,

Poder externar os sentimentos é a melhor terapia para uma vida feliz. Saiba que você mora, de verdade, no meu coração.

Beijo imenso.

Rebeca


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Ana Citadin Johann disse...

Oi Mena... quanto tempo menina!!!
Puxa, como passam os meses e a gente não dá conta de visitar todos os amigos...
Saudades de ti!!!
Como estás?
Que delícia passaer novamente pelo teu espaço e ver que tem somente coisas lindas.

Beijokas mil, fica com Deus e até bem breve, flor!
Amei ver o museu da marinha...
Dos embrulhadinhos fiquei foi com vontade e o colar, PARABÉNS, LINDOOO!

Maria Cusca disse...

Olá Mena.
Passei para te desejar um excelente fim de semana.
Adorei o texto, realmente as filhas são o máximo!
E mesmo sem querer estão sempre a mimar-nos.
Mais uma vez Camões!...Lindo.
O menu agradou e o trabalhinho está muito elegante.
Jinhos grandes.

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