quarta-feira, 7 de abril de 2010

Encontro das Artes



A Semana da Poesia teve o seu ponto mais alto no último dia de aulas do 2.º período.
Por causa da forte chuva que caía, não pudemos ir para a Biblioteca Municipal, como estava previsto, não fossem alunos e professores apanhar alguma pneumonia. Tivemos, então, de preparar, num tempo recorde, o átrio do nosso ginásio. Num ápice, ficou tudo pronto: colocaram-se bancos e carpetes no chão para os espectadores se sentarem, penduraram-se "cortinas" negras nas janelas para não deixar passar a luz, montou-se o equipamento de som e imagem...
Nos bastidores, os alunos ensaiavam e espreitavam o público. Alguns, com os nervos em franja, diziam que não iam ser capazes de declamar, que se iam enganar...
- E se me enganar, professora, vou ficar vermelha até à ponta dos cabelos.
- Mas, vermelha já tu estás!...
- Vamos lá! Ninguém se vai enganar!
- Está tanta gente, professora!
Vieram encarregados de educação, pais, mães, avós, irmãos... para assistirem ao espectáculo.

À frente, os mais pequeninos esperavam impacientes. Atrás, os mais crescidos perguntavam se ainda faltava muito para começar.

O "Encontro das Artes" foi mais um espectáculo promovido pela nossa Biblioteca em que a poesia, dona e senhora deste grande evento, surgiu de braço dado com a música e com a pintura.
O espectáculo foi pensado e preparado com bastante antecedência: primeiro, procedeu-se à escolha dos poemas a declamar pelos alunos; depois seleccionaram-se duas pinturas e uma melodia para cada poema; e por fim, escolheram-se os declamadores e ensaiaram-se.
Enquanto os alunos declamavam, iam passando na tela as pinturas escolhidas ao som da música seleccionada. Estava tudo a condizer!
O evento contou ainda com a actuação musical de alguns alunos.

O espectáculo teve início com a actuação do 5.ºD. Os alunos não só declamaram, mas produziram também vários sons para melhor ilustrar os textos representados.

Depois foi um entre e sai de declamadores...

... que deixaram a poesia a bailar no ar...

Vieram pianistas...

...guitarristas...
...que espalharam por todo o lado doces melodias.

E de novo a poesia, como borboletas leves e coloridas, poisava aqui e ali.

E era doce como a melodia que a acompanhava e pitoresca como as pinturas dos autores célebres que desfilavam na tela.

E a música era espargida como néctar pelos nossos artistas.

Os participantes não conseguiam manter-se nos bastidores à espera da sua vez, era o apelo da música que os fazia espreitar...


Até o sol começou a brilhar e a espreitar, a lançar um raiozinho pela janela mal tapada. Também ele queria ver e ouvir, queria aplaudir...


Foi toda uma manhã dedicada à poesia, à música e à pintura.



O violino chegou e encantou.

O Lucas deixou muitos corações a suspirar!

E, finalmente, o Jorge terminou o já longo espectáculo.
Foi um sucesso! Foi mais um sucesso da nossa Biblioteca!





A lírica camoniana

A mulher

Ondados fios de ouro reluzente,
Que agora da mão bela recolhidos,
Agora sobre as rosas estendidos
Fazeis que sua graça se acrecente;

Olhos, que vos moveis tão docemente,
Em mil divinos raios encendidos,
Se de cá me levais alma e sentidos,
Que fora, se de vós não fora ausente?

Honesto riso, que entre a mor fineza
De perlas e corais nace e parece,
Se n'alma em doces ecos não o ouvisse!

Se imaginando só tanta beleza,
De si, em nova glória, a alma se esquece,
Que será quando a vir? Ah! quem a visse!


Neste soneto, o sujeito poético exalta a beleza da mulher amada ausente, cujo retrato reconstitui pela memória (influência platónica da teoria da reminiscência), e, no último terceto, exprime grande desejo de a ver, através da interrogação retórica, da interjeição ("Ah!") e da exclamação. Revela, sobretudo, influência petrarquista na idealização da mulher e na exaltação das suas qualidades físicas (os cabelos, os olhos, o rosto, os dentes, os lábios) e, também, das suas qualidades psicológicas ou morais (a doçura, a graça, a honestidade).
O soneto pode dividir-se em dois momentos:
- os primeiros onze versos, que caracterizam e exaltam a beleza da amada, concentrada nos cabelos, nos olhos e no riso;
- o último terceto, em que a oração condicional (iniciada por "Se"), o advérbio "tanta", a interrogação retórica e a exclamação final contribuem para dar feição hiperbolizante aos encantos da amada e justificam o forte desejo de a ver.
A caracterização da mulher amada e a exaltação da sua beleza são conseguidas através dos seguintes recursos estilísticos:
- a metáfora: "Ondados fios de ouro reluzentes" (cabelos loiros ondeados e luzídios); "as rosas" (as faces cor-de-rosa); "em mil divinos raios encendidos" (intensamente brilhantes: feição hiperbolizante); "perlas e corais" (dentes e lábios); "a alma se esquece" (se extasia);
- a personificação dos cabelos e dos olhos, a quem o poeta se dirige (apóstrofe);
- a interrogação retórica no oitavo verso e no último;
- a exclamação e a interjeição, nos 11.º e 14.º versos;
- a utilização do conjuntivo no final dos dois tercetos ("ouvisse" e "visse"), para exprimir o desejo de reencontro da amada e, também, encarecer a sua beleza;
- a adjectivação expressiva, se bem que pouco abundante: "ondados", "reluzente", "honesto", "doces", etc..



A Mena na cozinha

Bifes de peru com puré de maçã

bifes de peru
maçãs reineta ou de outra qualidade
sal
pimenta
1 limão
azeite

Tempere os bifes com sal, pimenta , alhos e sumo de limão.
Descasque as maçãs e corte-as às lasquinhas. Salpique-as com sumo de limão para não oxidarem.

Leve-as ao lume numa frigideira com um fio de azeite. Deixe cozinhar até as maçãs ficarem em puré.

Grelhe os bifinhos.

Sirva os bifes com puré de maçã e salada.
Bom apetite!


Trabalhinho:




Convido-vos, agora, a dar uma espreitadela no vídeo abaixo! Não deixem de ver!


9 comentários:

Cadinho RoCo disse...

pelo visto um grande evento.
Cadinho RoCo

~*Rebeca*~ disse...

Acho fantástica essa aula de interação que ocorre nesse seu espaço... uma lição mesmo!

até mais.

Jota Cê

APO (Bem-Trapilho) disse...

mais uma bela iniciativa lá na escola. muito bem! muitos participantes! :)
adorei a rosa, que linda!
e vi o vídeo dos Post-its e gostei muito. adoro esses trabalhos criativos. o que eu nao dava para voltar a estudar e envolver-me de novo em projectos desse género. faz-me lembrar o teu tempo de estudante. :) é trabalho do filhote, nao?
bjinhos amiga!

Mona Lisa disse...

Olá

Gosto de saber que há escolas em que o relacionamento com os alunos é tão saudável e instrutivo.
Um exemplo para muitas escolas!

Hoje almocei. Uma delícia.

Bjs.

Lisa

Edilene Pacheco disse...

Olá Mena,
Como vai você?, pelo visto vai muito bem, pois tudo aqui está tão maravilhoso.
Senti falta desse espaço, das poesias, da Mena na Cozinha, dos trabalhinhos...mas estou de volta.

Bjsss

artes_romao disse...

boa noite, td bem?
que bom...mais um dia bem passado.
parabéns a todos;)
gostei das restantes novidades.
fica bem,jinhos***

Nile e Richard disse...

Oi Nena,bom dia.
Achei muito importante esse encontro,pois reune as crianças e adolescentes.Um parendizado sicial e cultural.A poesia é linda.Como sempre sua cozinha maravilhosa.
O broche é lindo,adorei.Me envie os moldes pois sou fã de flores.
Bom fim de semana para voce.
bjtos.Nile.

Dulce disse...

Olá Mena:)
Com a invenção do facebook, ando que tempos sem vir aos blogues, não é por mal. Gosto muito das iniciativas da tua escola, acho que se muitos vissem como essa funciona talvez quisessem uma cópia e fazia-lhes bem. Parabéns por isso.
O colar é lindo.
bom fim de semana.
Beijinhos

Anónimo disse...

Num artigo no nosso site, incluímos um link a este post. Pode verificar aqui: http://www.manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/sebenta/posts/292.
Cumprimentos!

Enviar um comentário