quarta-feira, 6 de abril de 2011

Os Maias – Acção (intriga)

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Os Maias – Acção (intriga)

Dá-se o nome de Acção ao conjunto de acontecimentos que constituem uma narrativa e que são relatados. Neste conjunto devem distinguir-se os factos que são mais e menos importantes para a história, isto é, verificar a relevância dos acontecimentos. A Acção Central é constituída pelo ou pelos acontecimentos principais. A Acção Secundária é constituída pelos acontecimentos menos importantes e que geralmente contribuem para uma melhor compreensão da Acção Central, completando-a. Como é evidente, as várias acções que surgem numa narrativa não estão desligadas umas das outras, mas relacionam-se entre si. Há três maneiras diferentes de estabelecer essa relação:

· por encadeamento, quando as acções surgem ordenadas temporalmente;

· por encaixe, introduzindo-se uma acção dentro de outra;

· por alternância, quando as acções se desenrolam separada e alternadamente, entrelaçando-se e podendo fundir-se num determinado momento da narrativa.

Acção: reporta-se à sucessão e encadeamento de acontecimentos.

Intriga: designa os vários incidentes que constituem a acção.

Enredo: denomina o entretenimento das partes do discurso e dos incidentes.

Diegese ou história: exprime a sequência linear de acontecimentos funcionais ligados a diferentes actantes (personagens ou forças que funcionam como sujeitos lógicos da acção).

Paralelismo das intrigas n' Os Maias

Os Maias apresentam dois níveis de acção - o da Crónica de costumes - que constitui uma acção aberta por não ter um desenlace, ao contrário da Intriga que constitui uma acção fechada. A intriga, por sua vez, subdivide-se em secundária, relativa à relação amorosa de Pedro da Maia e Maria Monforte, e principal, centrada na relação incestuosa entre Carlos da Maia e Maria Eduarda. Entre as duas intrigas pode observar-se um paralelismo. Em primeiro lugar, a intriga principal só acontece por terem sido criadas condições para tal pela intriga secundária. Em segundo lugar, há entre elas vários pontos em comum: tanto Pedro como Carlos frequentam um ambiente devasso, ambos são objecto de uma paixão avassaladora e infeliz a que Afonso da Maia se opõe, devido aos antecedentes das amadas. Em ambos os romances, surge um elemento desencadeador do drama; em ambos os casos, resta-lhes o suicídio (físico, no caso de Pedro e psicológico, no caso de Carlos). Assim, apesar dos programas educacionais opostos de Pedro e Carlos, ambos são vítimas do meio em que de inserem, que os levará à frustração dos seus ideais e capacidades.

Intriga secundária

Na intriga secundária, Pedro da Maia conhece Maria Monforte por quem se apaixona violentamente e com quem casa, contra a vontade do pai. De repente, a felicidade de Pedro acaba, quando Maria Monforte foge com Tancredo, um napolitano por quem se enamora, levando consigo a filha Maria Eduarda. Pedro, desesperado, dirige-se para o Ramalhete e, após contar tudo ao pai, suicida-se, deixando o seu filho Carlos a Afonso.

Intriga principal

A intriga central tem início quando Carlos da Maia vê Maria Eduarda no Hotel Central. Apaixonam-se e mantêm uma relação incestuosa, desconhecendo que são irmãos.

É Guimarães o responsável pelo reconhecimento de Maria Eduarda, desencadeando a tragédia.


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2 comentários:

Dalila disse...

Olá Mena :)
Andava à procura na net da descriçao do ramalhete antes de 1875 e depois, quando derrepente aparece o seu blogger:)
Já andei aqui a ver, já encontrei coisas que me sao úteis para o teste que vou ter para a semana, só nao encontro a descriçao do ramalhete antes e depois...
Será que nao me consegue ajudar?
Beijinho Dalila

Tixa disse...

Olá poderia.me ajudar a estabelecer uma ligação entre "Os Maias" e "Ensaio sobre a cegueira"?