quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Embirro com...


Embirro com…

Erros.

As pessoas dão erros, muitas sabem até que estão a dizer asneiras, e ainda me atiram um “não faz mal, não te preocupes, afinal, percebeste muito bem o que eu queria dizer”. Algumas fazem luxo em dar grandes pontapés na gramática: “Dar uma ou outra calinada, quando falamos, não tem importância, o que não podemos é escrever disparates!”

As pessoas escrevem com erros.

Os meus alunos vão ao quadro, escrevem frases que lhes dito, digo-lhes que o acento está mal, que falta acentuar a palavra, que, que, que… E a resposta, sempre pronta, sempre na pontinha da língua, é: Isso é o mesmo, que diferença faz, a professora sabe bem o que ditou e como se escreve…” E, por vezes, ao meu pedido para corrigirem o que está mal, olham-me como se eu fosse um bicho raro ou como se estivesse a pedir para fazerem a coisa mais absurda do mundo! Há uma menina, então, que me atira um olhar capaz de matar com “a professora já sabe que eu dou muitos erros…” E por acaso até sei! E isso desculpa em alguma coisa a falta de atenção, a falta de brio e de outras tantas faltas?

Abro o jornal e encontro erros, olho a televisão e oiço e leio mil idiotices… É aflitivo, causa-me até urticária ouvir tanta “burrice” junta.

Vejo e leio tanta asneira que chego a ficar baralhada e até já tenho pensado que se calhar quem está errada sou eu. Assim, no meu escritório, em cima da minha secretária, moram lado a lado um dicionário e uma gramática para em caso de dúvidas… São uns grandes aliados, podem crer!

Na minha opinião, qualquer um, seja qual for a sua área de actividade profissional, deve possuir um dicionário e uma gramática em cima da sua mesa de trabalho, pois são ferramentas fundamentais. Embora não considere a nossa língua assim tão complicada, podem surgir, no entanto, incertezas, hesitações, dúvidas... É sempre bom estarmos prevenidos!

Um aluno perguntou-me, desafiadoramente, depois de lhe ter dito pela milionésima vez que corrigisse no quadro um erro que dera numa palavra pela centésima vez:

- Eu erro, todo mundo erra, errar não é humano?

Enfim! Será que dá muito trabalho escrever bem? Dá o mesmo trabalho fazer uma coisa bem-feita e outra malfeita, só que no segundo caso, se perde mais tempo, pois temos de voltar a fazer.

4 comentários:

mfc disse...

Gosto desta tua luta...
É a minha também.
Muitos beijinhos

Mona Lisa disse...

Acho que não teria paciência.

Ainda bem que já estou aposentada.

Bjs.

Mel de Carvalho disse...

Mena, tenho lido (e visto) muitos dos seus trabalhos.
Concordo na essência, quando diz que a vida é uma "manta de retalhos".
Sejamos, no Ano que se aproxima, obreiras laboriosas na arte ancestral de cerzir afectos e na partilha do que, luzindo aos nossos olhos, ilumina verdadeiramente o mundo.

Bem-haja
Maiores sucessos
Mel

tb aqui: (http://noitedemel.blogs.sapo.pt/)

Rita disse...

Estamos juntos nesta luta, espero que consigamos vencer!

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