segunda-feira, 5 de março de 2012

As tuas mãos



Quando as tuas mãos me tocam,
Me desnudam, me aquecem
E se detêm sobre as minhas
Fecho os olhos e reconheço-as
Como se sempre
Me tivessem tocado
Como se já me tivessem
Percorrido outrora
Como se já as tivesses pousado
Inúmeras vezes no meu rosto,
Na minha cintura...

Depois, como pássaros loucos
Esvoaçam, pairam sobre mim
De asas abertas, firmes
Numa dança louca
Feita toda de ternura,
De uma deliciosa brandura...
Porque pousam, depois, súbitas,
Quentes sobre a minha boca?
Porque tremem os meus lábios
Ao leve toque dos teus dedos?
Porque estremeço entre os teus braços?

Procurei-as a vida toda
Procurei-te por todo o lado
No mar, no céu...
Na Primavera, no Verão...
E foi agora, só agora
Quando as pousaste no meu peito
Que as reconheci.
Foi ao sentir o leve bater de asas
Sobre os meus ombros nus
E foi ao prendê-las entre as minhas
Que aquietei rendida...



Mena

3 comentários:

mfc disse...

Gosto de as olhar.. e de as sentir!!
Que poema forte... e ao mesmo tempo imensamente terno!
Beijos, Mena.

Mona Lisa disse...

Li-o e reli-o.

Belíssimo, sensual e deliciosamente terno.

Parabéns.

Beijos.

Nilson Barcelli disse...

Estou a gostar cada vez mais da tua poesia.
Este poema já é bom.
Continua, querida amiga, que vais bem...
Beijos.

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