quinta-feira, 26 de abril de 2012

Olha o mar!




Olha o mar ali tão longe. Não! Não o sentes longe?
Eu sinto-o longínquo, como tu, distante.
Olha, vê as ondas brancas de espuma
Vê como beijam as rochas fugaz e ruidosamente,
E se estendem sobre o corpo nu da areia dourada...
Oh! Aproximam-se e vêm acariciar-me os pés
Enlearem-se-me nas pernas...
Como tu? Quando me abraças, me enlaças?
Quando me prendes com as tuas pernas?
A espuma é dócil e toca-me tão suavemente...
Como a tua boca? Quando procura a minha?
Quando os nossos lábios se roçam?

Repara! A maré sobe, trepa pelas minhas pernas,
Agarra-me pela cintura, faz-me estremecer...
Olha! Está fria a água, mas cintila ao sol!
O dia raia, traz o calor, a manhã está bela
E o mar debruça-se já sobre o meu peito
Salpica-me o rosto. E eu? Cerro os olhos...
Que vejo? Que sinto?
Vejo os teus olhos cheios de mar presos nos meus.
Sinto a tua pele doce e salgada a queimar-me
O teu corpo em brasa a puxar-me para o abismo
E eu a deixar-me ir, a tombar, a cair...
Num êxtase feito de mar e de espuma.


Mena


3 comentários:

Mona Lisa disse...

Uma sinfonia de amor...

beijos.

mfc disse...

Um poema lindo e apaixonado em que o Mar se humaniza...!

Nilson Barcelli disse...

Excelente.
As últimas estrofes são soberbas... gostei muito.
Beijo.

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