quinta-feira, 14 de junho de 2012

Somos o mar e o rio que se encontram




Somos o mar e o rio que se encontram,
Depois de uma longa e penosa caminhada...

Desço a serra,
Galgo montanhas e planaltos
Salto rochas e rochedos
Contorno cidades, vilas e lugarejos
E espalho-me pelas planícies,
Espreguiçando-me de águas lisas, doces, mornas...
Estreito-me, encolho-me mais,
Sou um só fio de prata.

Alargo-me...
Vou depressa, vou devagar...
Falo de ti às pedras,
Conto-lhes segredos inenarráveis
Digo-lhes os contornos do teu corpo de água salgada
Desenho a forma da tua boca de coral,
Dos teus olhos de sargaços...

Vou cansada e só quero chegar
Desejo desaguar em ti
Misturar o meu mel com o teu sal
E descansar, enfim...
Longamente, entre limos e abraços,
Demoradamente, entre gemidos e bramidos
E depois de longos beijos de espuma e de areia
Adormecer, baloiçando nas tuas ondas
Embalada pelo marulhar da tua voz.



Mena



5 comentários:

Mona Lisa disse...

O amor partilhado , poeticamente, "cantado"!

Parabéns pelo poema!

Beijos.

Paula S. disse...

Gosto do que escreve!


Paula

Nilson Barcelli disse...

O rio e o mar sempre foram amantes...
E o teu poema é magnífico. Gostei mesmo muito.
Mena, minha querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.

mfc disse...

Gosto que te escrevas...
Gosto mesmo muito.
Beijos, Mena!

Ana S. disse...

Aqui está algo que desconhecia de ti, amiga, e tu escreves bem, gostei muito..


Bj

Ana S

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