sábado, 30 de junho de 2012

Massacre ou Conhecimento explícito da Língua


Teolinda Gersão, ex-professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada, e escritora de méritos reconhecidos, como atestam vários prémios literários, entre os quais se destaca o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, para o seu livro A Casa da Cabeça de Cavalo, em 1995, escreveu recentemente um artigo para o jornal “Público”, onde, ficcionando uma redação de um aluno do 8º Ano, zurze no estado atual do ensino de Língua Portuguesa, especialmente no que concerne à Gramática, a que ora se dá o nome de Conhecimento Explícito da Língua.
A redação, de um tal João Abelhudo, intitula-se “Declaração de Amor à Língua Portuguesa” e denuncia sarcasticamente as mudanças na terminologia gramatical que, a cavalo de um grupo de linguistas mais interessados na difusão das suas teses académicas do que na defesa e ensino da Língua Portuguesa, atravessou caminhos tortuosos como a TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário) para encalhar no Dicionário Terminológico e neste CEL (Conhecimento Explícito da Língua), imposto à disciplina de Português a partir de 2009 como mais uma competência essencial.
João Abelhudo, começando por afirmar que “as aulas de português são um massacre”, estranha a passagem de alguns complementos circunstanciais para a nova designação de complementos oblíquos ou até para estranhos predicativos do sujeito, como na frase “O Quim está na retrete”, em que “na retrete” passa a ter o mesmo valor sintático que “bonita” na frase “ela é bonita”. Depois ironiza com “verbos epistémicos, percetivos, psicológicos e outros” e com muito mais: “o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas”. Pergunta ainda: “o que acham de adjetivalização deverbal e deadjetival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais?”
Para não deitar a gramática na retrete, como ameaça o João Abelhudo, é necessário que haja mais vozes a gritar que o rei vai nu nestas terminologias e sobretudo no ensino da Língua Portuguesa, como já avisou Maria do Carmo Vieira ao falar da TLEBS no livro editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos: “Nem sequer é uma nova terminologia, mas uma nova e voluntarista teimosia em emplastrar os Ensinos Básico e Secundário com pastosas nomencla(tor)turas que, salvo um ou outro aspeto mais fecundo, não devem, à letra, ser usadas nestes níveis de ensino”.
A valorização do CEL nos novos programas de Português acompanha, como é óbvio, o incremento da pragmática e a desvalorização dos conteúdos literários, caminhando forçadamente a disciplina para o “massacre” de que se queixa o João Abelhudo. Só a beleza e o simbolismo dos textos literários e o amor à Língua Portuguesa por parte de pessoas como Teolinda Gersão, professores e outros intelectuais poderão impedir o desastre.

Baile de finalistas - alunos


Pronto, meninos, cá estão as vossas fotos!

























Hei, temos um penetra... Escusas de te esconder, pois já te vimos, Rui!







Cá está de novo o penetra...

Eram as fotos dos alunos, portanto sai mas é daí!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tudo o que vicia começa por Cê...


Por alguma razão que ainda desconheço, minha mente foi tomada por uma ideia um tanto sinistra: vícios.

Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade. Pensei, pensei e, de repente, um insight: tudo que vicia começa com a letra C!

De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo vício curiosamente iniciava com cê.

Inicialmente, lembrei do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra c. Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaínacrack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com cê.

Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café, mas não deixam de tomar seu chimarrão que também – adivinha – começa com a letra c.

Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por que a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenômeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois cês no nome, enquanto a Pepsi não tem nenhum.

Impressionante, hein?

E o  computador e o  chocolate?   Estes dispensam comentários.  Os vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio.  E o açúcar que vicia é aquele extraído da  cana.

Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada “créeeeeeu”. Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade… cinco.

Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letra C. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o “ato sexual”, e este é denominado coito.

Pois é. Coincidências ou não, tudo que vicia começa com cê. Mas atenção: nem tudo que começa com cê vicia. Se fosse assim, estaríamos salvos pois a humanidade seria viciada em Cultura.

Luiz Fernando Veríssimo 


Quando a norma equivale ao erro...


«Invejo a burrice, porque é eterna.»
Nelson Rodrigues

O que dantes era emendado como erro básico de ortografia, próprio de gente burra, agora é mantido solenemente em artigos de jornal por vir com a chancela quase oficial da agência Lusa, primeiro órgão de informação a substituir o português pelo acordês. Os resultados estão à vista: a palavra contacto, que nem o "pacto de submissão" aos interesses das editoras brasileiras previa, é amputada duas vezes no mesmo texto de origem (e felizmente emendada no título do jornal). Na dúvida, opta-se pela burrice à boleia do tal acordo destinado a suprimir consoantes.
Começa-se pelas chamadas "consoantes mudas" e logo se transita para a caça às sonoras, que assim deixam de o ser. Até cada um passar a escrever como lhe der na real gana. Sem norma, com imensas "facultatividades", sem a noção básica da etimologia. Como António Guerreiro sublinha aqui, a propósito de panóptico, palavra que «nunca teve outra pronúncia que não fosse a da 'norma culta'» e que apesar disso passou alarvemente a escrever-se panótico por imposição dos "corretores ortográficos" em acordês.
À falta de um vocabulário ortográfico comum - promessa nunca concretizada pela brigada acordista - passa a valer tudo: erro e norma tornam-se irmãos siameses. «O AO, estúpido como é - de uma estupidez cómico-grotesca -, promove constantemente erros de hipercorrecção, sem fornecer meios que os possam evitar. E, hipertélico, acaba por ir além dos seus próprios fins e anulá-los. Sem o 'p' a palavra refere-se à audição, e não à visão, ou então é utilizada no campo da química para designar um corante», sublinha Guerreiro, crítico literário do Expresso.
Sábio - nesta matéria, como em tantas outras - era Fernando Pessoa. Que escreveu, cheio de razão: «A ortografia é um fenómeno da cultura, e portanto um fenómeno espiritual. O Estado nada tem com o espírito. O Estado não tem direito a compelir-me, em matéria estranha ao Estado, a escrever numa ortografia que repugno, como não tem direito a impor-me uma religião que não aceito.»
Sobretudo quando procura impor uma norma que equivale ao erro.


Pedro Correia




Daqui!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A chuva cai dentro de mim




A chuva cai dentro de mim
Inunda-me a alma
Lava-me o coração
O curso d’água brota à superfície
E transbordante
Escorre-me dos olhos nascentes

Rebolam-me pelas faces
Gotas orvalhadas
Um regato, um ribeiro, um rio
Alinham-se as folhas viridentes
Revivem as flores
Abre-se o sorriso...

- É Primavera
Não chores!


Mena

Today's look


Casaco - Stradivarius (transformado por mim)
Macacão - Arruda Lucky Charm
Livro - Felizmente há Luar (Luís de Sttau Monteiro)


Cinto - Ana Sousa


Mala - Biju


Sandálias - Be Loco (transformadas por mim)


Maquilhagem - Marlene (Biothecare)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Love it!


 Gosto de....

sapatos

colares

rendas

unhas bem pintadas


bordados

frutos vermelhos

laços

lacinhos

laçarotes



 padrões com...

flores

pintinhas

riscas



 multicores





 cabelos bem penteados

 pulseiras
 roupa bonita
 lingerie bonita...