quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Recordar...

Colar branco com desenhos étnicos e fio preto encerado.
Colar em fimo e ouro e fio preto encerado.

O colar que fizemos para a Manuela S.: fio prateado com bolas de missangas, bolas de veludo castanhas, cor de laranja e azul turquesa, bola de vidro e bolas de arame de prata, flores em feltro (feitas pela minha filha) e peças em fimo pretas e azul turquesa, com ouro, também desenhadas, moldadas e cozidas por nós. Um dos colares mais bonitos, não concordam?

Um presente mym!
Colar em fimo com ouro em branco e preto, pequenas bolas douradas dispostas em fio preto encerado. Brincos a condizer. Saquinho em organza, onde acondicionamos as nossas peças.

Clientes satisfeitos com mais uma criação mym!


Este fim-de-semana tive a visita dos meus tios de Lisboa. Já não os via há muito tempo! O meu tio, apesar de estar um pouco mais velho, continua com o mesmo sentido de humor. A minha tia, sempre bem-disposta e pronta a dar umas boas gargalhadas, está, como eu a recordava, muito divertida e sempre pronta para a brincadeira. Recordámos as festas de aniversário do meu avô. Todos os anos, no dia 21 de Setembro, a família juntava-se para comemorar o aniversário do patriarca da família: tios, tias, primos, primas e outros familiares e amigos dos meus avós.
A casa enchia-se de gente e era uma alegria! Nós, crianças ainda, esperávamos impacientemente por este dia, cada ano.
A minha avó começava os preparativos muitos dias antes: tudo era enfeitado lá em casa e a refeição era digna de qualquer rei. Ela tinha uma paciência infinita para enfeitar os pratos e as travessas, as sobremesas tinham sempre um aspecto que até dava pena comer, porque estava tudo tão lindo! E depois, tudo, como que por magia, desaparecia.
Os miúdos, eu, os meus irmãos e uma dúzia de primos, primas e outros garotos, corríamos pelo quintal atrás dos animais, brincávamos e passeávamos pelas fazendas, trepávamos as árvores à procura dos frutos maduros e apetitosos... E eram risadas que nunca mais acabavam!
O meu avô tinha sempre uma cara muito séria e só algumas vezes lhe vi um sorriso tímido a bailar-lhe nos lábios. Mas sei que gostava de nós e tinha um carinho muito especial pela minha mãe. A minha avó não era muito carinhosa, mãe de sete filhos, já tinha esgotado com certeza todos os mimos e carinhos com os filhos e com alguns netos que ajudou a criar. Nós, eu e os meus dois irmãos, não fazíamos parte da lista dos netos favoritos e a minha mãe também não era a sua nora predilecta.
Os meus tios, os meus pais e eu, sentados na varanda, recordámos tempos idos, festas passadas, pessoas que já partiram...

A minha tia sempre muito bem disposta, de repente, lembrou-se do jeito que eu tinha para os trabalhos manuais e disse que ainda se recordava da minha paciência e jeito para desenhar, pintar, bordar... Que nunca se pode esquecer que estava a pintar as unhas, tarefa muito difícil para ela, e que eu, com 12 ou 13 anos, peguei nos frascos de verniz e pintei-lhe as unhas, como se fosse uma perfeita manicura, desenhando-lhe nas unhas dos polegares umas flores tão minúsculas e tão perfeitinhas, como ela nunca tinha visto.

Então, tive de mostrar-lhe os meus bordados, tapeçarias, quadros, desenhos, bijutarias... E dei comigo a pensar que tenho tido várias fases neste meu processo criativo...
Tive professoras de Desenho que sempre me incentivaram e que achavam sempre os meus desenhos livres, retratos e paisagens dignos de permanecerem, numa parede qualquer, em exposição. A minha mãe, quando bordou o meu enxoval, recorreu sempre a desenhos criados por mim para enfeitar lençóis, toalhas, panos de cozinha, individuais... Ainda hoje, sou eu que lhe faço os desenhos para as rendas das toalhas que ela faz com tanto carinho e empenho para deixar aos netos. Muitos tapetes que tenho em casa foram desenhados e bordados por mim. Esta, dos arraiolos, foi a fase anterior à da bijutaria. Agora, estou na fase da bijutaria e a minha filha, dona de um gosto ímpar, cria também peças lindíssimas.

Até breve! Continuem felizes, porque a vida é bela!

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá!
É tão bom recordar os momentos felizes, as pessoas queridas... O tempo não volta para trás, há momentos que nunca mais voltarão, pessoas que partiram, tudo acaba... Apenas vão permanecendo as memórias, as recordações...
Bjito
Nina

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