quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A paz sem vencedor e sem vencidos

A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS


Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos


Sophia de Mello Breyner Andresen



"Senhor" é o receptor da mensagem veiculada pelo sujeito poético (emissor), que, neste poema, se encaixa no colectivo humano.
Este carácter generalizante inclui o sujeito poético no conjunto de homens que se defrontam com uma realidade incoerente, caótica, onde a justiça, a verdade e a liberdade estão ausentes. Quase como que num pedido, o emissor dirige-se ao receptor (divino), numa atitude de prece.
Em suma, este pedido (de base humanista cristã) deve-se à necessidade de harmonia universal, sem a qual nem o Homem nem o Poeta se podem realizar plenamente.

A nível morfossintáctico, ressaltam formas verbais no imperativo ("Dai-nos" - sete vezes; "Erguei" e "Fazer" nos primeiros e últimos versos de cada estrofe) e o vocativo "Senhor", que estão ao serviço da função apelativa da linguagem.

Os nomes abstractos ligados ao pedido do sujeito poético são "paz", "esperança", "justiça", "verdade" e "liberdade".
Semanticamente, são vocábulos eufóricos, isto é, repletos de carga positiva, o que indica que, estando ao serviço do pedido, a situação vivida pelo homem apresentava-se caótica, disfórica. A paz, associada à liberdade, só é conseguida quando se adquirirem os valores de justiça e liberdade.

Do ponto de vista simbólico, o título aponta para um ideia de equilíbrio, harmonia, igualdade, traduzida pela simbologia do número sete, número de palavras que compõem o título. Esta ideia é reiterada quando, por exemplo, o título se repete três vezes ao longo do poema, destacando-se novamente a ideia de harmonia ditada pela simbologia do número três. Verifica-se, também, que este ocupa um lugar de destaque, posicionando-se no final de cada uma das três estrofes.
Assim, do ponto de vista semântico, só se atinge a paz quando todos forem iguais, quando houver discrepâncias sociais, quando não houver "vencedor" nem "vencidos". E aqui está presente uma das linhas temáticas de Sophia de Mello Breyner - a procura da justiça -, que se alcança só quando se conseguir combater as forças destrutivas instaladas no interior do Homem, na sociedade e no poder.

Em todo o poema existe somente um ponto final a marcar o fim da primeira frase declarativa que inicia o poema. O restante não é marcado ritmicamente ao nível da pontuação, visto ser uma característica da poesia modernista. Por um lado, a imaginação e o sonho do leitor poderão funcionar muito mais livremente, por outro, permitem deixar o texto aberto, como quem sugere que a situação negativa, disfórica da sociedade continua.





A Mena na cozinha

Salada de grão

1 lata de grão
1 lata de cogumelos laminados
1 fatia de queijo da ilha
3 tomates maduros
3 ovos cozidos
3 pimentos vermelhos de conserva
2 latas de atum
salsa picada
sal
pimenta
maionese

Corte o queijo, os tomates, os pimentos e os ovos cozidos aos cubinhos.

Misture-lhes o grão cozido e os cogumelos.

Por fim, adicione o atum desfiado e envolva tudo. Tempere com sal e pimenta.

Junte um pouco de salsa picada e maionese e sirva.
Bom apetite!


Trabalhinho:



Reciclar é o que está a dar!

1 comentário:

Mona Lisa disse...

Olá Mena

A tua bela foto transmitiu-me PAZ!

Almocei. ainda cheguei a tempo.

Hummmmm....uma delícia.

Bjs.