quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Modernismo - Movimento "presença"

Movimento "presença" (segundo Modernismo)

A revista Presença, nascida em Coimbra em 1927, lança o movimento do segundo Modernismo. Muitas vezes se insistiu no aspecto contestador do movimento Presença em relação ao movimento Orpheu, mas a verdade é que todos os críticos aceitam hoje que a Presença é que mais contribuiu para a divulgação e para o enaltecimento do primeiro Modernismo, embora sendo também certo que os autores da Presença revelavam esbatimento quanto aos exageros chocantes dos homens de Orpheu.

A revista Presença foi precedida em Coimbra pelas revistas Bizâncio (1923), Triptíco (1924), em que coloborava já aquele que viria a ser o principal fundador e redactor da Presença, o grande poeta José Régio. Colaboraram com este Gaspar Simões, Miguel Torga, Branquinho da Fonseca, etc.

A Presença, sobretudo pela voz de José Régio, insistia na necessidade de uma "literatura viva", baseada na imaginação psicológica, e denotando influências de Dostoievsky, da filosofia bergsoniana e da psicanálise de Freud. Daí o falar-se muito do Psicologismo do segundo Modernismo. O que se exigia do escritor era "uma sinceridade vinda da região mais profunda, inocente e virgem do subconsciente". E nisto eram continuadores do primeiro Modernismo.

De notar que os homens da Presença se distanciaram sempre do espírito das literaturas de explícita intervenção político-social, como o Neo-Realismo.

Algumas Características do Modernismo:

  • esquecimento do passado e o propósito de construir e criar o futuro;
  • o desprezo por tudo o que é clássico, tradicional e estático (museus, academias, servilismo aos mestres, etc);
  • repúdio de sentimentalismo pelo ingresso frenético na vida activa através da exaltação do homem de acção e simultaneamente através do repúdio do homem contemplativo;
  • culto da liberdade, da veracidade, da energia, da força física, da máquina, da violência, do perigo;
  • culto da originalidade através de uma busca incessante de expressividade máxima;
  • novo conceito de arte: deve ser a força, o dinamismo, o domínio dos outros;
  • o universalismo.

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