quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PS e Governo disputam 80% dos Aposentados e Reformados?‏

Adiantam os media e os comentadores políticos que, neste fim-de-semana, PS e Governo se encontrarão para continuarem a negociação sobre os ditos 80% de Aposentados e Reformados que ganham abaixo de 1000?, no sentido de lhes garantirem os 13º e 14º meses (ou pelo menos um deles) em 2012, deixando assim, aos 20% dos Aposentados e Reformados restantes, o total da factura dos desvarios de quem nos desgovernou e desgoverna.

Nunca será de mais relembrar que nesses 80% se encontra muita gente que nunca teve qualquer carreira contributiva, por vontade própria, e muita outra que apenas a teve, de forma artificial, nos últimos anos de trabalho ou mesmo sem nunca ter trabalhado. Assim, os 20% que arcarão com todo o peso da factura são aqueles - os únicos! - que tiveram carreiras contributivas extensas e pesadas, pagando os seus impostos ao cêntimo, quer eles quer os seus empregadores. Não incluímos aqui a pequeníssima franja dos que quereriam contribuir e não tiveram oportunidade.

Quando numa sociedade 20% dos cidadãos pagam por todos, não se pode considerar que essa sociedade seja justa e equitativa, nem económica nem socialmente falando. Não é justo. Não é moral. Não há ética. É extorsão repugnante, sob a capa de um discurso político pretensamente humanizado e de consciência social, a fim de transferir o peso dessa consciência social para os 20% pagantes, inibindo-os da sua capacidade crítica.

O mundo/país actuais pretendem substituir os salários/reformas devidos aos trabalhadores por esmolas e isso não é tolerável. Nunca o foi.

É curioso verificar que PS e Governo disputam, entre si, neste fim-de-semana, os eleitores que por natureza e na sua maioria serão votantes do PCP e da Extrema-Esquerda, num afã que lembra o período eleitoral, como se o vivêssemos permanentemente. Os 20% dos reformados/aposentados pagantes são, neste momento, descartáveis e espero que, em próximas eleições, se lembrem de que foram descartados.

Infelizmente, os 20% permanecerão como dizia o outro "orgulhosamente sós" e, como outros dizem actualmente, "a bem da Nação" (de qual?).

A democracia existe porque e enquanto existe classe média. Os ricos gostam das ditaduras e os pobres também.

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