segunda-feira, 4 de junho de 2012

Há dias assim!...



De loucos. Às vezes acontecem coisas do arco da velha. Vejamos:

1.    Acordo bastante cedo, arranjo-me, tomo o pequeno-almoço na varanda. Um dia esplêndido! Óptimo, a filhota anda desde Abril a tentar fazer uma festinha convívio com os colegas e, chove, não chove, venta, não venta, faz frio, não faz frio, há sol, não há sol... No mesmo dia sucedem-se as quatro estações... Hoje, pelo menos, logo às 7h e 30m está um sol quentinho, a água brilha lá em baixo e reflecte-se aqui em cima no tecto da varanda, espalhando-se através da janela pela cozinha, fazendo ondinhas brilhantes. Muito bem, hoje vão poder passar o dia estiraçados ao sol entre mergulhos e risadas... Estava tão absorvida nestes pensamentos e a contemplar a natureza que me brinda todas as manhãs com uma vista soberba do mar, de um lado, e, do outro, da cidade, com os mil passarinhos que se passeiam na varanda e no relvado do jardim, com a voltejar das borboletas que pousavam aqui e ali sobre as muitas flores que, quando acordei, reparei que já estava atrasada para a aula de pilates. Depus a tijela e o copo do sumo sobre o lava-louça, galguei as escadas a dizer, estou atrasada! Atirei um beijo ao maridão que o apanhou meio no ar, com um vai com calma!

2.    Cheguei mesmo atrasada, já estava toda a gente, com as bolas, a fazer exercícios, não tive lugar lá atrás e tive de ficar mesmo ao pé da professora. Que chatice! Ela vai aperceber-se de todas as minhas falhas! As bolas já estavam muito escolhidas, fiquei com uma enorme e vi-me aflita para fazer os exercícios, perdia o equilíbrio, ora caía para um lado, ora escorregava para o outro; depressa cheguei à conclusão que a culpa era da bola... Mas não desisti... E, lá fiz os exercícios como pude, com algumas gargalhadas à mistura... Enfim, devo ser a pessoa mais bem-disposta da turma, chego a rir, rio durante a aula e saio a rir. Viva a boa-disposição!

3.    Regresso a casa, tomo um duche, visto-me... como uma banana, pego na filhota e ala que se faz tarde; deixo a filhota na escola dela e rumo à minha; estaciono; entro; o funcionário pede-me que vá à secretaria com urgência; digo-lhe que vou depois da aula. Os alunos fazem teste, fazem as perguntas mais mirabolantes, mesmo depois de lhes ler as questões e de lhes perguntar se têm dúvidas. Vou à secretaria, a funcionária, com ar de profeta da desgraça, diz-me que tem muita pena, mas  que tenho um tempo injustificado... Atónita, perguntei porquê. Não avisara que ia fazer análises com não sei quantos dias de antecedência... Ter tido falta a este tempo já é mais que caricato: os alunos do apoio (dois alunos) estavam numa quermesse e eu tive falta por não ter alunos... Como não tinha alunos, aproveitei e fui fazer análises... mas, pelos vistos, deveria ter ficado na sala a olhar para as paredes ou a pregar para os peixes...

4.    Recebo um telefonema com uma notícia completamente do outro mundo, oh! Deixa lá isso, há mais marés que marinheiros, fecha-se uma porta, abre-se outra, tudo na vida tem remédio..., tens saúde, isso é que é importante... Um sem número de palavras de incentivo, mas o coração tão apertadinho e a gritar, que grande injustiça, em que raio de país é que vivemos, mas isto é de gente...

5.    Mais uma aula, os alunos sem vontade nenhuma de trabalhar, um empurrãozinho daqui, outro dali, lá consegui que fizessem alguma coisita...
       Finalmente, hora de saída...

7.    Apanhei os garotos todos e levei-os para casa, puseram música no jardim, estenderam mantas e toalhas... Enquanto preparei o almoço, ouvia-os às gargalhadas e a cantarem... E, eis que chegam os jardineiros, com todo um arsenal, para cortarem a relva... Entre cortamos, não cortamos, ficamos, não ficamos... decidiram deixar os jovens em paz e voltar noutra altura... O pior é que a relva precisa e muito de ser cortada...

8.    Recebo uma mensagem no telemóvel, do estrangeiro, não reconheço o número, dizia: “Olá, a menina está boa?” Pensei em não responder, mas, de repente, lembrei-me da Anabela, só pode ser dela e respondi: “Sempre.” Passados um segundos, recebo como resposta: “Sempre é muito vago, uma vez que desconheço o remetente.” Bem, desconhece o remetente e envia-me uma mensagem, esta gente está toda doida, só pode! Pronto, pelo menos sei que não foi a Anabela... Não respondi.

9.    Como ainda falta muito para o fim do dia, que coisas parvas me irão ainda acontecer?


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