sexta-feira, 25 de maio de 2012

A arte de maldizer

É incrível, mas há pessoas que gostam mesmo de dizer mal das outras. Não conseguem resistir à tentação de dizer mal seja de quem for, conhecido, pouco conhecido, completamente desconhecido... Chegam mesmo a dizer mal dos seus melhores amigos! 
É fácil criticar, muito fácil mesmo...
Inveja, pura inveja!
Não gosto de falar mal de ninguém e muito menos de ouvir...
Mas, por vezes, oiço e isso, incomoda-me, revolta-me...  Que direito têm/temos de criticar seja quem for? Nenhum.
O engraçado é ver a indignação, a cara de espanto,   destas pessoas, quando tomam conhecimento de que alguém disse alguma coisa, a seu respeito, menos agradável.  É que assim como dizem mal de não importa quem, gratuitamente,  também esse alguém o pode fazer...  
O problema é que exigimos dos outros o respeito que não sentimos... Como podemos, então,  exigir dos outros amor, respeito, que pensem o melhor de nós, se nós não o fazemos?
Revoltamo-nos quando dizem algo desprimoroso em relação a nós, revoltamo-nos porque muitas vezes tínhamos tido razões para criticar essa pessoa e não o fizemos... Mas, revoltamo-nos principalmente, quando as críticas são injustas, maldosas, infundadas...
É muito fácil ver o argueiro nos olhos dos outros, o difícil é mesmo enxergar o barrote que está bem à frente dos nossos...
É uma moda dizer mal, diz-se mal de tudo e de todos... Criticamos porque sabem mais do que nós, porque são melhores do que nós, porque têm êxito, porque têm isto, porque ganham aquilo, porque... porque... porque...
Será que não há nada melhor para fazer? Será que é assim tão importante meterem-se na vida dos outros?
Que mania é essa de quererem controlar o que os outros fazem, dizem, desejam, escrevem, lêem, são? Que vício é esse de se intrometerem na vida alheia, de tecerem considerações, de se porem a adivinhar... de se porem a dar conselhos...
A todo o instante, tropeço com pessoas que são peritas na arte de maldizer... Eu, pelo contrário, primo pelo elogio, gosto de fazer realçar o que há de bom em tudo o que existe à minha volta... Sou amável para as pessoas, sou carinhosa com os meus alunos... até, porque muitos são extremamente carentes, precisam de atenção, de uma palavra amiga, de um “abracinho” e é em mim que muitas vezes encontram o carinho e a atenção que não têm em casa... Quantas vezes me disseram que gostavam de ter uma mãe como eu! Quantas vezes me contam episódios da sua vida familiar que é de bradar aos céus! Imaginam os pais destes jovens as confidências, as queixas... que eles me fazem? Não. Têm outras preocupações e os filhos estão, muitas vezes, no final da lista das suas inquietações...

3 comentários:

Ana Margarida P. disse...

Olá, professora, fui sua aluna há que anos!
Se calhar já não se lembra de mim! Sou a Ana Margarida daquela turma muito boa (9.º B) de Saúde...
Tenho vindo aqui, mas não dava para comentar, falta de tempo, a vida é uma correria... Hoje parei e disse vou dizer um olá à melhor professora de português que tive.

Um beijo grande, professora, continue a ser como é, uma professora e uma pessoa maravilhosa!

Rita disse...

Ana Margarida, como te poderia esquecer? O nome da minha filhota também é Ana Margarida e pus-lhe o teu nome, porque gostava imenso que ela fosse a pessoa e a aluna que eu via em ti. Tu e o João foram os alunos que mais me marcaram nesse ano... O João é padre (tu sabes, claro!), lembras-te das nossas conversas a três, quando eu lhe dizia que ele tinha muito jeito para a oratória e que ainda o veríamos de batina... Ele ria-se e dizia que não!

Lembro-me tanto de vocês! Estou até com uma lagrimazita no canto do olho...

Beijinho grande

Nilson Barcelli disse...

Dizer mal dos outros é um verdadeiro desporto nacional.
E define-nos bastante, como povo...
Beijo, querida amiga.

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