quinta-feira, 31 de maio de 2012

A nau dorme ondulante sobre o mar





Vesti-me das nuvens, voei pelo céu
E nos braços do vento volitei
Cobri-me da luz dourada do sol
E, linda, debrucei-me sobre o mar

Estendi os braços de ouro sobre a água
No vasto espelho luminoso e líquido
Senti o teu corpo ameno e ancorei
Fundeámos num abraço de fogo

Qual nau iniciática, aportada
Recolhendo o doce mantimento
Vago em ti, tomo-te como alimento

Dissipam-se as nuvens e saciados
Descansamos um no outro enlaçados
A nau dorme ondulante sobre o mar 

Pintura de Ana Luisa Kaminski

Mena

3 comentários:

mfc disse...

.."tomar o outro como alimento"!
Que lindo!

Anónimo disse...

Gosto do poema, mas gostei muito destes versos:

"A nau dorme ondulante sobre o mar" e " Vago em ti, tomo-te como alimento".

O amor serve-nos mesmo de alimento e depois...


Estou a gostar de ler o que escreve, voltarei.

Nilson Barcelli disse...

Fabuloso. Gostei muito.
"Senti o teu corpo ameno e ancorei
Fundeámos num abraço de fogo"
Beijo, querida amiga Mena.