Podíamos acelerar os nossos automóveis pelas auto-estradas acima dos 120km/h sem nenhum risco e não éramos multados por radares maliciosamente escondidos, mas... não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos comprar armas e munições à vontade, pois o governo sabia quem era cidadão de bem, quem era bandido e quem era terrorista, mas... não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos dar piropos à funcionária, à menina do "guichet" das contas a pagar ou à
recepcionista sem correr o risco de sermos processados por "assédio sexual", mas... não podíamos falar mal do Presidente.
Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei! preto!), credos (esse crente aí!) ou preferências sexuais (fala! sua bicha!)
e não éramos processados por "discriminação" por esse motivo, mas... não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos tomar a nossa redentora cerveja no fim do expediente do trabalho para relaxar e conduzir o carro para casa, sem o risco de sermos jogados à vala da delinqüência, sendo presos por estarmos "alcoolizados", mas... não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos cortar a árvore do quintal, empestada de praga, sem que isso constituísse
crime ambiental, mas... não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos ir a qualquer bar ou boite, em qualquer bairro da cidade, de carro, de autocarro, de bicicleta ou a pé, sem nenhum medo de sermos assaltados, sequestrados ou assassinados, mas... não podíamos falar mal do presidente.
Hoje, a única coisa que podemos fazer....
...é falar mal do presidente!
Que merda!...
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5 comentários:
Bom dia. Foi um prazer tê-la lá no Blue!
Realmente fez uma análise perfeita do poema do Nilson. Gostei imenso e revi-me um pouco nas tecnicas de análise que usou!
Sou professora de Português...está-me no sangue...LOL e repito: fez uma abordagem perfeita.
Meus parabéns.
Espero voltar.
BShell
É mesmo uma m****a...
Uma outra forma de ditadura!...
Bjs.
Obrigada, BlueShell!
Têm toda a razão, amigos!
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