domingo, 13 de maio de 2012

SÍNTESE DE PROBLEMAS DO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA DE 1990


SÍNTESE DE PROBLEMAS DO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA DE 1990 (excerto)


 ANTÓNIO EMILIANO, Professor Auxiliar Agregado de Linguística da Universidade Nova de Lisboa

1. ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990 — DIAGNÓSTICO GERAL


1.1. Em Portugal:

- nunca foi discutido pela comunidade científica portuguesa nem pelos sectores da sociedade portuguesa mais afectados,

- apresenta fundamentação deficiente e falaciosa das mudanças propostas, contém erros técnicos 
grosseiros e propõe soluções ortográficas estapafúrdias e injustificáveis,

- revela insensibilidade à preservação da estabilidade ortográfica e ao valor patrimonial da ortografia,

- revela incompetência na análise da estrutura, função e inscrição social de uma ortografia,

- destrói de facto o conceito de norma ortográfica, instaurando o caos ortográfico nas escolas e na sociedade,

- terá consequências educacionais, culturais, sociais e económicas nefastas, afectando negativamente profissionais portugueses de diversos sectores,

- afectará de forma muito negativa a normalização e estabilização da terminologia técnico-científica em Portugal e nos países que usam a ortografia euro-afro-asiático-oceânica,

- afectará negativamente o prestígio de Portugal: é um atentado ao desenvolvimento, à educação, ao progresso e à competitividade dos portugueses.


1.2. Na “Lusofonia”:

- cria fosso ortográfico e cultural entre países lusófono -> é um acordo ortográfico imperialista, criado sem atenção à situação dos PALOP e de Timor, que mina as atitudes de cooperação e parceria subjacentes à fundação da CPLP,

- implica sujeição de Portugal & alii aos ditames e interesses do Brasil, por razões de peso demográfico e económico -> conceito do Brasil como “motor da Lusofonia” -> expansionismo brasileiro e concepção totalitária da CPLP.

Por estas e outras razões, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que não acautela os interesses de Portugal e do povo português, deve ser SUSPENSO e drasticamente REVISTO.



2. ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990 — PRINCIPAIS 
PROBLEMAS



2.1. Falsidades, falácias e faltas de rigor:

- ausência de auscultação das comunidades e sectores socioprofissionais envolvidos e afectados; inexistência de estudos custo/benefício,

- AOLP como «um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional»,

- AOLP como instrumento de “unificação” da ortografia portuguesa,

- alegado baixo impacto quantitativo do AOLP – a falácia das percentagens,

- alegado baixo impacto social (educacional, científico, económico) do AOLP;


2.2. Invocação de critérios de baixo ou nulo valor científico (v. A. Emiliano [2008]: O Fim da Ortografia, Lisboa: Guimarães Editores]:

- o critério fonético (ou da pronúncia),

- o critério da facilitação da aprendizagem,

- o critério da obediência à tradição,

- o critério da consagração pelo uso,

- o critério da grafia dupla;


2.3. Adopção de medidas anti-ortográficas:

- introdução de facultatividades ortográficas em diversos domínios da ortografia,

- supressão injustificada de consoantes ditas mudas,

- alteração injustificada das regras de maiusculização,

- alterações pontuais injustificadas da acentuação,

- problemas avulsos diversos e numerosos (hifenação, divisão silábica, entre outros).

[...]



Para saberes mais, não deixes de aceder ao link abaixo, é importante estares devidamente informado : (http://www2.fcsh.unl.pt/docentes/aemiliano/AOLP90/EMILIANO-CESC.pdf)


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