Passamos toda a nossa vida a conhecer pessoas, algumas perduram uns
tempos, outras toda a vida, mas muitas conhecemos para, logo a seguir,
desconhecermos...
As que conhecemos e perduram algum tempo, ficam, isso mesmo, um longo
espaço de tempo dentro de nós e, depois, a pouco e pouco vão desaparecendo,
como a neblina numa manhã de Verão, suavemente, nem damos por isso... Quando
reparamos, já saíram da nossa vida, do nosso círculo de amigos... Parece que
emigraram, que se foram... Que as nossas paragens já não são as suas paragens,
os nossos amigos já não são mais os seus amigos... E, não demos, não deram por
isso... simplesmente aconteceu.
As que ficam para sempre, ficam, estão, permanecem... e a nossa vida e a
delas não faz sentido sem elas, sem nós... São quase da família, muitas vezes
muito mais da família que muitos familiares...
E, por fim, vêm as que conhecemos para, logo a seguir, desconhecermos...
Tiveram uns segundos, uns minutos, umas horas de importância, na nossa vida,
mas só isso... A seguir, gostei muito de a/o conhecer e adeus, até nunca
mais... ou, talvez, nos encontremos por aí, quem sabe!...
Fui a uma festa de anos de uma colega, havia muita gente, mas senti-me um
bocadinho sozinha... Não estava, por assim dizer, nos meus dias... Estava com
mais vontade de ir dar um passeio com a minha máquina fotográfica do que estar
ali... Nestas festas, há sempre mais alguém que se sente igualmente deslocado
ou não... e com vontade de conversar com um/uma desconhecida...
Ele aproximou-se e falou, há pessoas que têm escrito na cara, nasci para
fazer alguém feliz, hoje... Por isso, aproximei-me, porque estou a precisar de
ser feliz agora, já que pareço um peixe que saltou alto de mais e caiu fora do
aquário. Preciso de ajuda para voltar para dentro do aquário ou para sobreviver
fora dele...
Sorri, já tinham metido conversa comigo de mil e uma maneiras...
Continuou, também me parece que não está muito à vontade no aquário...
Voltei a sorrir e disse, pois, é que eu prefiro o mar ao aquário...
Desta vez, foi ele quem sorriu...
A verdade, é que conversámos sobre mil e um assuntos banais e, mais
tarde, despedimo-nos com um gostei de te conhecer, a tarde até se tornou bem
agradável graças ao teu ar de boa samaritana, não sei se regressei ao aquário,
mas senti-me muito bem na tua companhia, como peixe dentro de água...
Conheci o sujeito e desconheci-o, logo a seguir... É assim a vida, nem
toda a gente merece fazer parte da nossa história...
Mas, aconteceu algo que não estava escrito no meu Fado, semanas mais tarde, recebi um
telefonema do indivíduo... Como arranjou o meu número de telefone? Desculpe, mas
não volte a ligar-me... Mas,... Clic...
As chamadas continuaram... Irritada com a situação, acabei por perguntar, de novo, como conseguiu o meu contacto? Ah, quando queremos muito uma coisa, movemos
montanhas, o seu número estava debaixo de uma dessas montanhas... Deixei de
atender.
Entretanto, como viu que não atendia as suas chamadas, começou a bombardear-me a
toda a hora com mensagens... não respondo... Não é mal educado, mas já estou um
pouco/muito chateada com a situação...
Será que vou ter de mudar de número de
telemóvel?
2 comentários:
Há melgas em todo o lado.
Tem cuidado...
Beijo.
Bem professora, cá para mim, foi a sua colega que que deu o seu número de telefone! Pergunte e vai ver se tenho ou não razão.
Bj
Sofia
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