segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Conhecer e desconhecer




Passamos toda a nossa vida a conhecer pessoas, algumas perduram uns tempos, outras toda a vida, mas muitas conhecemos para, logo a seguir, desconhecermos...
As que conhecemos e perduram algum tempo, ficam, isso mesmo, um longo espaço de tempo dentro de nós e, depois, a pouco e pouco vão desaparecendo, como a neblina numa manhã de Verão, suavemente, nem damos por isso... Quando reparamos, já saíram da nossa vida, do nosso círculo de amigos... Parece que emigraram, que se foram... Que as nossas paragens já não são as suas paragens, os nossos amigos já não são mais os seus amigos... E, não demos, não deram por isso... simplesmente aconteceu.
As que ficam para sempre, ficam, estão, permanecem... e a nossa vida e a delas não faz sentido sem elas, sem nós... São quase da família, muitas vezes muito mais da família que muitos familiares...
E, por fim, vêm as que conhecemos para, logo a seguir, desconhecermos... Tiveram uns segundos, uns minutos, umas horas de importância, na nossa vida, mas só isso... A seguir, gostei muito de a/o conhecer e adeus, até nunca mais... ou, talvez, nos encontremos por aí, quem sabe!...
Fui a uma festa de anos de uma colega, havia muita gente, mas senti-me um bocadinho sozinha... Não estava, por assim dizer, nos meus dias... Estava com mais vontade de ir dar um passeio com a minha máquina fotográfica do que estar ali... Nestas festas, há sempre mais alguém que se sente igualmente deslocado ou não... e com vontade de conversar com um/uma desconhecida...
Ele aproximou-se e falou, há pessoas que têm escrito na cara, nasci para fazer alguém feliz, hoje... Por isso, aproximei-me, porque estou a precisar de ser feliz agora, já que pareço um peixe que saltou alto de mais e caiu fora do aquário. Preciso de ajuda para voltar para dentro do aquário ou para sobreviver fora dele...
Sorri, já tinham metido conversa comigo de mil e uma maneiras...
Continuou, também me parece que não está muito à vontade no aquário...
Voltei a sorrir e disse, pois, é que eu prefiro o mar ao aquário...
Desta vez, foi ele quem sorriu...
A verdade, é que conversámos  sobre mil e um assuntos banais e, mais tarde, despedimo-nos com um gostei de te conhecer, a tarde até se tornou bem agradável graças ao teu ar de boa samaritana, não sei se regressei ao aquário, mas senti-me muito bem na tua companhia, como peixe dentro de água...
Conheci o sujeito e desconheci-o, logo a seguir... É assim a vida, nem toda a gente merece fazer parte da nossa história...
Mas, aconteceu algo que não estava escrito no meu Fado, semanas mais tarde, recebi um telefonema do indivíduo... Como arranjou o meu número de telefone? Desculpe, mas não volte a ligar-me... Mas,... Clic...
As chamadas continuaram... Irritada com a situação, acabei por perguntar, de novo, como conseguiu o meu contacto? Ah, quando queremos muito uma coisa, movemos montanhas, o seu número estava debaixo de uma dessas montanhas... Deixei de atender.
Entretanto, como viu que não atendia as suas chamadas, começou a bombardear-me a toda a hora com mensagens... não respondo... Não é mal educado, mas já estou um pouco/muito chateada com a situação... 
Será que vou ter de mudar de número de telemóvel?

2 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Há melgas em todo o lado.
Tem cuidado...
Beijo.

Anónimo disse...

Bem professora, cá para mim, foi a sua colega que que deu o seu número de telefone! Pergunte e vai ver se tenho ou não razão.

Bj
Sofia