Cavaco - Depois de um primeiro mandato que se distinguiu pela patriótica ambição de ganhar um segundo, no fim Cavaco lá ganhou.
Entretanto, para não perder um voto, evitou prevenir o país do estado em que de facto estava e da catástrofe que lhe preparavam. Continua a ser o que sempre foi: um discípulo menor de Marcelo Caetano, com uma vaguíssima inclinação para a social- democracia. Num aperto, não se pode contar com ele.
Pedro Passos Coelho - Simpático, bem-intencionado, relativamente instruído e muito bom aluno, tenta cumprir o programa da troika, que de resto recebeu de fora e a situação não lhe permite alterar. Mas, no meio disto, até agora não mostrou que tinha a sombra de uma ideia própria e do destino que pretendia dar a Portugal. Alguma retórica "liberalizadora", ainda por cima obscura e ambígua, como a do discurso de Ano Novo (ou de Natal), não chega para convencer ninguém. Os portugueses continuam brandamente a acreditar nele. Sem grande confiança.
António José Seguro - Veio do nada, não fez nada, vai voltar para o nada. Perfeito produto de uma escola partidária (no caso, a do PS), não merece mais. Hoje mesmo é difícil ouvir com atenção as vacuidades, que ele provavelmente toma por pensamento político.
Troika - Apareceram por aqui uns funcionários, que não conhecem Portugal e não falam português. Mas que por inspiração doutrinária já traziam a receita para nos reformar. Que o país não seja exactamente o que eles pensam, nem reaja exactamente como eles querem, nunca certamente lhes passou pela cabeça. Livros são livros e o que vem nos livros vale muito mais do que a realidade. Se as coisas se estragarem, paciência. Eles não se importam. Há no mundo outras freguesias para irem pregar. Esta é a "Europa" onde nos meteram.
Vasco Pulido Valente
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