quarta-feira, 23 de março de 2011

O Tempo Vive


Tem o relógio horas tão vazias que, breves mesmo, como de todas é costume dizermos, excepto aquelas a que estão destinados os episódios de significação extensa, (…), são tão vazias, essas, que os ponteiros parece que infinitamente se arrastam, não passa a manhã, não se vai embora a tarde, a noite não acaba.




José Saramago
o ano da morte de Ricardo Reis

O tempo vive, quando os homens, nele,
se esquecem de si mesmos,
ficando, embora, a contemplar o estreme
reduto de estar sendo.
O tempo vive a refrescar a sede
dos animais e do vento,
quando a estrutura estremece
a dura escuridão que, desde dentro,
irrompe. E fica com o uivo agreste
espantando o seu estrondo de silêncio.

Fernando Echevarría

2 comentários:

mfc disse...

Os diferentes/coincidentes significados do tempo... ou de como ele é por nós sentido!

Mona Lisa disse...

Olá Mena

Duas visôes do tempo...


Bjs.