Esta conversa deveras interessante passou-se num supermercado. A avó e o neto de cinco anos faziam compras.
- Avó, é este leite? Deste é que a minha mãe compra!
- Espera, temos de ver o prazo de validade.
- Prazo de validade, avó?
- Sim.
- O que é isso?
- O tempo de duração do leite. Depois desse prazo, o leite já não presta.
- As bolachas também têm isso?
- Sim, mas é mais longo.
- E os iogurtes?
- Também.
Olhando para as compras do carrinho, o garoto ia perguntando se isto e aquilo tinha prazo de validade. A avó já farta de responder que sim, que tudo o que levava ali possuía um tempo limitado de validade, disse:
- Tudo tem prazo de validade, tudo.
- Tudo, avó?
- Sim, tudo.
E carregou bem no TUDO, para ver se aquele interrogatório ficava por ali.
- Avó, não há assim uma coisa que não tenha isso?
- Não, não há.
- E nós também temos prazo de validade?
A avó olhou o neto e disse:
- Ora bem, nunca tinha pensado nisso, sabias?
- E temos, avó?
- Agora que perguntas... Sim, também nós temos prazo de validade.
- Quanto, avó?
- Não sei.
- Os homens, que puseram isso no leite, sabem?
- Não, não sabem.
- E sabem do leite?
- Do leite sabem.
- E de nós? Quem sabe?
- Ninguém sabe.
- Ninguém?
- Só sei que o meu prazo, agora, é menor do que o teu.
- Então, como sabes isso?
- Eu já sou velha.
- E o que acontece quando acabar o teu prazo de validade.
- Vou-me embora.
- Para onde?
- Não sei.
- Para onde vai o leite quando acaba o prazo?
- Para o lixo.
- Para o lixo, avó?
- Sim, porque já não presta.
- E nós quando termina o nosso prazo também vamos para o lixo?
- Quase.
- Quase?
- É quase isso.
- Não percebo.
- Quando termina o nosso prazo quer dizer que morremos.
- Ah! Mas não vamos para o lixo, pois não?
- Não. Vamos para o Céu.
- Porquê?
- Porque acabou o nosso prazo aqui na terra.
- Já percebi, o leite e as outras compras vão para o lixo, quando acaba o prazo de validade e as pessoas vão para o céu. É porque as pessoas não servem para comer, avó?
- Pois, é isso.
- Mas quando acaba o nosso prazo de validade?
- Já te disse que não sei.
- Mas alguém tem de saber, avó! Os homens puseram o prazo no leite, nas bolachas, na manteiga... para nós sabermos se essas coisas estão boas, não é?
- É.
- Então, tem de haver alguém que saiba quando é a hora de irmos para o Céu, avó.
- Ninguém sabe, só Deus…
- Deus? Quem é Deus?
- ...
Vergílio Ferreira escreveu “A vida é um dia entre duas longas noites" e Omar Kayan disse "Levanta-te, tens toda a eternidade para dormir". Estas duas frases são bem verdadeiras!
Todos nascemos igualmente ricos, com um capital que temos de gastar inexoravelmente: Tempo de Vida.
E, sabem uma coisa?
- Não sabemos nunca que quantidade de riqueza possui cada um de nós!
Essa riqueza, no entanto, deve ser acrescentada com uma outra, não material e pura: o saber, o conhecimento, a cultura.
E, sabem qual deve ser o nosso maior incentivo, o estímulo maior?
- Todos os dias da nossa vida, devemos acrescentar saber à nossa Existência para apresentarmos no final um balanço positivo do nosso Tempo de Vida.
Nada Fica
Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.
Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.
Fernando pessoa
Tortilha de Arroz
6 ovos1 cebola pequena
1 raminho de salsa
3 salsichas
100 g de toucinho fumado
1 pimento vermelho
1 lata de milho
arroz cozido
sal
pimenta
queijo ralado
Parta os ovos e bata-os bem, numa tigela. Pique a cebola e a salsa. Corte a salsichas às rodelas.
Adicione também o milho e o arroz cozido.
Misture bem todos os ingredientes. Tempere com sal e pimenta.
Ligue o forno e deixe aquecer. Unte uma frigideira que possa ir ao forno com azeite e deite-lhe o preparado. Polvilhe com queijo ralado.
Leve a lume brando durante cerca de 8 minutos e depois passe para o forno e deixe cozer até ficar completamente sólido.
Sirva com uma boa salada mista.
Trabalhinhos: anel e colar
Há um ano estava aqui e que saudades tenho disto!
6 comentários:
Olá!
Pois, eu já fui muito feliz aqui!
Beijo
Ana
Olá Mena,
Já tinha saudades, mas esta altura é sempre assim.
Passei para ver as novidades e deixar-te um beijinho grande.
Dulce
Os chinelos estão super giros muitos parabéns!Beijokinhas da Taninha
Quantas coisas boas em uma única postagem!!!
Adorei a conversa da avó com o neto!
bjs
Lia
Oi Mena,
A tortilha é uma ótima idéia!! Trocar o arroz por pão dormido em pedacinhos e também dá um ótimo resultado!
Querida, seu anel, colar e chinelos estão lindos!
Parabéns! ;D
Bjinhos e tenha uma ótima semana!
ahhh pois, pobre avó! como a compreendo!!! :) Mas sao muito interessantes de analisar estas conversas.
Obrigada por me chamares a atençao para este post. adorei ler.
bjinhos
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