sábado, 12 de janeiro de 2019

Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo


"A Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo é, no seu todo, um autêntico espaço monumental que conserva importantes referências no plano medieval. Entre os monumentos que acrescentam valor ao património histórico são de destacar as velhas muralhas, as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho quinhentista, a igreja matriz, a cisterna medieval e os vestígios que atestam a presença de uma importante comunidade de cristãos-novos. Durante mais de 600 anos, a povoação foi vila e sede de concelho. Em vários momentos da história nacional, os seus habitantes destacaram-se pela sua coragem e lealdade à coroa."





AMAR OFA
Esta lenda baseia-se em fatos históricos, encontrando-se relacionada com a expulsão dos judeus pelos reis católicos de Espanha e com a vinda de muitos deles para Portugal no reinado de Dom João II, que os acolheu e protegeu.
Um deles foi Zacuto, judeu muito rico, que tendo sido ele, também expulso de Espanha, escolheu Castelo Rodrigo para viver. Viúvo e de poucas falas, era exímio nos negócios. Pouco tempo após haver chegado àquelas paragens já era dono de muitas terras, comprara rebanhos e mandara construir uma magnífica casa. Mas se era só, porquê uma casa tão grande? – era a questão que os vizinhos colocavam entre si … Logo que a obra terminou, viram chegar inúmeras carroças onde viajavam homens e mulheres. Afinal Zacuto tinha parentes. Entretanto, todos os olhares se voltavam para uma única pessoa, Ofa, a sua lindíssima filha. E no dia em que pela primeira vez saiu à rua foi um alvoroço. Uns cumprimentavam-na, outros saudavam-na das janelas e as crianças ofereciam-lhe flores e pequenos presentes. Toda a família ficou muito contente, porque Zacuto tinha acertado, em pleno, na escolha da aldeia em que pretendia viver. No entanto, o pior estava para acontecer, pois os rapazes da aldeia tentavam por todos os meios conseguir a atenção de tal beldade. Entretanto, e porque pertenciam a religiões diferentes, os pais não viam com bons olhos aquelas tentativas de aproximação … Ofa nunca poderia casar com um cristão … A fama da linda judia chegou longe e aos ouvidos do fidalgo de Cinco Vilas, um rapaz da região, conhecido pela sua ousadia e pela imensa fortuna de seus progenitores.
“HEI-DE JANTAR COM ELA AINDA ANTES DO INVERNO” – apostou com os amigos.
Arquitetando o seu plano, ele aproximou-se do judeu e propôs-lhe um negócio, que muito satisfez  Zacuto. Não contente com isso, resolveu ir mais longe e contratou homens para fazerem um assalto ao judeu e do qual o fidalgo o salvaria. Tudo acertado com os homens contratados, passou à acção. O plano resultou  e Zacuto, muito agradecido, convida o fidalgo para sua casa. Aposta ganha! O que o fidalgo não esperava era que se apaixonaria à primeira vista por Ofa e ela por ele. Passaram a encontrar-se às escondidas, porque as famílias nunca aceitariam tal casamento. Quando no povo viam o fidalgo sair sem dizer onde ia, murmuravam entre si: “lá vai ele amar Ofa”.

O romance acabou por ter um final feliz, porque segundo a tradição todos os judeus que vivessem em Portugal eram obrigados a aceitar o Cristianismo, sob pena de serem expulsos. Assim, foi derrubado o obstáculo da religião e como ambas as famílias eram muito ricas, o casamento realizou-se no Mosteiro de Santa Maria Aguiar, durando os festejos 3 dias e 3 noites. Nos brindes de alegria, surgiu o nome da Serra de Castelo Rodrigo: Serra da MAROFA (Amar Ofa).





























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