Na margem norte das Portas de Ródão está o Castelo do rei Visigodo da Hispânia, o Rei Wamba, que reinou entre os anos 672 e 680. Na margem sul era território dos mouros e também um rei mouro vivia num castelo nas proximidades.
A Rainha do Rei Wamba e o Rei Mouro apaixonaram-se e, aproveitando a ausência do Rei em caçadas ou batalhas, namorava com o Rei Mouro, sentados em cadeiras de pedra, cada um do seu lado do Rio Tejo.
Para ir buscar a Rainha cristã, o rei Mouro logrou escavar um túnel que passaria por baixo do Tejo, mas os seus cálculos sairam errados e o túnel saiu na escarpa sul, acima do nível da água.
Terá ainda assim o rei mouro conseguido fugir com a rainha para o seu castelo.
Descobrindo a traição, o rei Wamba disfarçou-se de mendigo e foi ao castelo mouro onde foi reconhecido pela rainha adúltera que fingiu escondê-lo do rei mouro apenas para depois o denunciar.
Como último pedido antes da morte, o rei Wamba pediu para soprar o corno que trazia consigo. Esse era o sinal que os seus filhos e respectivos soldados esperavam para avançarem sobre o castelo mouro.
Conseguiram raptar a rainha de volta e esta foi depois julgada em tribunal familiar. A sentença decidida foi a de que seria atada à mó de um moinho e atirada a rebolar pela escarpa abaixo até ao Tejo.
Mesmo antes da sentença ser executada a rainha terá amaldiçoado as gentes daquela terra nos seguintes termos:
"Nesta terra não haverá cavalos de regalo,
nem padres se ordenarão
nem rameiras faltarão"
Por onde a mó passou com a rainha não cresceu mais mato.
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