O Enforcado
Quase no fim do auto, aparece-nos um ladrão a quem a Justiça condenou à forca, ainda com o baraço em volta do pescoço, que vem convencido de que irá para o Céu. Gil Vicente diz-nos que este foi intrujado por Garcia Moniz (tesoureiro da Casa da Moeda de Lisboa). Este teria convencido o ladrão enforcado de que iria para o Paraíso, visto ter-se já purificado dos pecados cometidos no purgatório do Limoeiro e que poder-se-ia considerar um “santo canonizado” por muito ter sofrido durante toda a sua vida. Contudo, o Enforcado, desiludido pelo Diabo, reconhece finalmente que não tem perdão possível e, tal como já fizera o Judeu, nem sequer vai pedir ao Anjo que o acolha.
É nítida a intenção de Gil Vicente de satirizar mais a doutrina de Garcia Moniz do que o próprio ladrão enforcado. Esta personagem aparece aqui como vítima. Quem é verdadeiramente criticado é o tesoureiro por ter induzido em erro o ladrão, sabendo à partida que não havia salvação possível para ele. De novo, Gil Vicente põe-nos face a uma personagem com responsabilidade que engana os mais fracos. E o mais fraco, neste caso, é o Enforcado.
O Enforcado é ingénuo, simples, confiante. É uma personagem sem vontade própria, que se deixa facilmente influenciar.
Na cena do Enforcado, Gil Vicente satiriza a tese da salvação da alma e da purificação dos pecados através da morte na forca. Garcia Moniz convence o Enforcado de que já se teria libertado dos pecados no purgatório da prisão e, como tinha sofrido muito na vida, era um “santo”. O Enforcado parece ser mais uma vítima da sua ingenuidade do que propriamente culpado. Como até hoje não se possuem dados documentais concretos sobre Garcia Moniz, esta cena continua envolta em dúvida. Os espectadores da época fizeram, provavelmente, uma interpretação diferente da nossa.
Abolição da pena de morte em Portugal
Portugal assumiu uma posição de vanguarda, comparativamente ao resto da Europa, relativamente à abolição da pena de morte.
Portugal foi de facto, o primeiro país a adoptá-la sob a forma de lei da Reforma Penal de 1867, recebendo aplausos entusiastas de importantes figuras europeias.
As posições que Portugal assumiu relativamente a esta matéria são, em grande parte, fruto da influência das doutrinas humanitaristas do italiano marquês de Beccaria, a partir de 1764.
Salienta-se a acção de Pascoal José de Mello Freire que, por ordem da rainha D. Maria I, elabora um projecto de Código Criminal onde transparecem as doutrinas preconizadas por Beccaria. É cauteloso quando aborda a questão da pena de morte, porque não esquece que o país conservava muito arraigada a tradição do direito penal clássico, considerando perigosa a aplicação daquela doutrina na sua total expressão. No entanto, contém em si a semente da renovação.
Ribeiro dos Santos, outra das figuras de destaque, pode considerar-se o primeiro abolicionista pelas opiniões que emite no seu estudo acerca desta matéria no Jornal de Coimbra, em 1815, em defesa da desnecessidade e inconveniência da pena de morte. Para além dos escritos teóricos, foram também publicadas algumas leis avulsas que denotam uma certa permeabilidade à ideia de abolição, como é o caso do decreto promulgado por D. João VI em 1801, que comuta a pena de morte dos condenados noutros castigos, salvo os autores de crimes extremamente graves. Em 1772 ocorreu a última condenação à pena de morte de uma mulher.
Assim, desde o reinado de D. Maria I que deixou de vigorar a pena de morte aplicada a mulheres. Foi de facto com o movimento liberal que se caminhou para uma resolução definitiva. Na Constituição de 1822, um dos artigos proclamava a abolição das penas cruéis e infamantes, mas nada dizia acerca da pena de morte. No Código Penal de 1837 continua-se a preconizar o seu uso. No entanto, a Reforma Judiciaria de 1832 introduzia uma novidade: a possibilidade do recurso à clemência régia. A última execução capital ocorreu em Lagos, em 1846. o Acto Adicional de 1852 abolia a pena de morte para delitos políticos. Em 1867 consagra-se na Reforma Penal e das Prisões a abolição da pena de morte para todos os crimes.
Abolição da Pena de Morte em Portugal.
In Infopédia.
Ter dúvidas é saber…
Diminuitivo?! Não! Diminutivo!
Uma aluna decidiu corrigir a questão do teste em que eu pedia um diminutivo de “casa”. Ela achou por bem riscar a palavra diminutivo e escrever por cima “diminuitivo”.
Pois bem! Embora a palavra – diminutivo – tenha a ver com o verbo “diminuir”, ela não tem nenhum i antes do t.
Este é um erro que por aí grassa, infelizmente.
A minha aluna chegou mesmo a perguntar-me,” Professora tem a certeza? Não é mesmo diminuitivo?”
Claro que tenho mesmo a certeza!
Não esquecer, portanto: diminutivo.
2 cebolas médias
sal
1,5 dl de vinho tinto
4 colheres de sopa de azeite
2 dentes de alho
1 malagueta
3 colheres de sopa de concentrado de tomate
salsa
1 folha de louro
250 g de arroz
salada de alface variada, agriões, pepino
Quando a cebola estiver cozida, o polvo também estará. Escorra-o, corte-o em pedaços, tempere com sal e reserve.
Coe parte do líquido da cozedura do polvo, junte-lhe vinho e água, até perfazer cerca de 7 dl de caldo.
Pique os alhos e a outra cebola, junte-lhe a malagueta, a salsa e o louro e aloure em azeite.
Adicione o concentrado de tomate e o caldo anteriormente preparado. Tempere com sal e, logo que ferva, junte o arroz e mexa. Tape o tacho e deixe cozinhar entre 12 e 15 minutos.
Pouco antes de terminar a cozedura, adicione o polvo já cortado.
Sirva logo para que não seque nem fique demasiado cozido. Acompanhe com a salada temperada com azeite e vinagre.
Bom apetite!
Trabalhinho: vela decorada
5 comentários:
Boa tarde,td bem?
é sempre bom, ver aki a tua sabedoria...a partilhar connosco...
em relaçao a tua velinha, esta lindissima...
fika bem,jinhos***
Ficou uma graça esa vela!!!!
Mena, é mais fácil perguntar o que vc não sabe fazer.
Menina, vc viaja em todas as artes.
Bjknhas
Sonia
Oi Mena!!!
Que linda a vela, ficou muito legal!!!
Sobre o arroz de polvo....bem...quando estive em Portugal não tive coragem de comer, o meu marido comeu e lambeu os beiços!!!Mas eu não consegui encarar, aquelas ventosas acabam comigo...não tem jeito, rsrsrsrs....
Um beijão
Malú
Ohhh... não pode ser!
É que não pode mesmo!
Diz-me que não é verdade....
E agora?
Agora o polvo não me sai da cabeça!
Olá querida,
adorei a vela!!! Está muito linda!!
Já não ouvia falar do Auto da Barca desde a escola!! Eu fiz um trabalho e uma peça sobre o enforcado!!
Bom fim de semana/feriado
Bjs
Mafalda
Enviar um comentário