quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Consílio dos deuses


Consílio dos Deuses no Olimpo

A 1ª parte descreve-nos o espaço e a organização dos deuses no consílio (estrofes 20 a 23).

Os deuses deixaram os seus locais de governação, vindos do Norte, do Sul, do Nascente e do Poente, para se dirigirem ao Olimpo para um consílio convocado da parte de Júpiter pelo jovem Mercúrio. O poderoso pai dos deuses aguardava os seus súbditos sentado num trono de estrelas. Como determinava a ordem, os deuses sentavam-se em cadeiras marchetadas de ouro e pedrarias e em lugares determinados consoante a antiguidade. Júpiter situava-se em lugar mais alto, seguido, mais abaixo, pelos deuses mais velhos e, ainda mais abaixo, pelos deuses mais novos.

O plano da viagem e o plano mitológico

Repara

Em toda a narração estão presentes dois planos – O Plano da Viagem e o Plano dos Deuses.

Esta associação revela que a viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia depende do parecer favorável dos deuses.

Os deuses, ao dificultarem ou facilitarem a viagem dos portugueses, permitem que a acção se desenvolva.

O Plano dos Deuses ou Mitológico era fundamental numa epopeia, mas nesta obra os deuses não têm apenas a função de embelezar a acção, eles são elementos geradores da própria acção.

“neto gentil do velho Atlante” =     Mercúrio
 

“as partes onde / A Aurora nasce

e o claro Sol se esconde”. = Nascente / Poente

Estava o Padre ali sublime e dino,

Que vibra os feros raios de Vulcano,” = Júpiter

"Eternos moradores do luzente

Estelífero pólo, e claro assento,” = deuses

        

Nestes casos, o poeta substitui as palavras Mercúrio, Nascente e Poente por expressões mais longas e descritivas, para chamar a atenção para características específicas, e também para tornar o texto mais bonito.


Perífrase

A este recurso de estilo dá-se o nome de perífrase. O prefixo peri- significa “andar à volta”, portanto, a perífrase consiste numa frase que “anda à volta”, que aponta para uma entidade sem a referir.

Depois de caracterizado o espaço onde se vão reunir os deuses, o consílio inicia-se com o discurso de Júpiter (estrofes 24 a 29).

O pai dos deuses refere que o valor dos portugueses é tão grande que pode obscurecer a fama dos antigos impérios dos assírios, persas, gregos e romanos.

Júpiter faz uma descrição enaltecedora da nação portuguesa, forte, capaz de actos grandiosos e que revela o propósito de navegar até ao Oriente como o destino – “Fado eterno” – lhes prometeu.

Depois dos portugueses terem passado por “tão ásperos perigos”, das tripulações estarem extenuadas pelos trabalhos da viagem, Júpiter determina, então, que os navegadores sejam recebidos e “agasalhados” na costa africana. O discurso de Júpiter é apresentado através do discurso directo.


Esta terceira parte consiste na apresentação das opiniões dos outros deuses, destacando-se os pareceres de Baco e de Vénus (estrofes 30 a 35).

Depois de apresentada a decisão de Júpiter, os deuses vão dando as suas opiniões. Destas destacam-se a de Baco, que é contra os portugueses, pois considera que eles se tornarão superiores a si no Oriente, e a de Vénus, que defende com amor os portugueses, pois via neles as virtudes romanas – a valentia, as vitórias no norte de África e o idioma tão parecido com o latim.

Assim, Baco, com receio de perder a glória no Oriente, e Vénus, com desejo de a ganhar, pois sabe que será celebrada onde quer que os portugueses cheguem, entram em discussão e levanta-se um grande tumulto entre os deuses. As opiniões destes deuses são transmitidas em discurso indirecto.

Se leres a estrofe 35, apercebes-te que a confusão gerada entre os deuses foi grande, até os próprios verbos sugerem essa confusão: “rompendo”, Brama”, “murmura”, “Rompem-se”, “ferve”. O tom utilizado nesta estrofe é hiperbólico, há um exagero intencional da realidade para enfatizar a confusão.

Esta quarta parte expõe o discurso de Marte, deus da Guerra (estrofes 36 a 40).

No meio da confusão gerada pelos deuses, Marte, “dando uma pancada penetrante” com o cabo da lança no trono, apresenta a sua opinião favorável aos portugueses. Marte apoiava os portugueses provavelmente porque estes eram protegidos por Vénus, por quem Marte “morria” de amores, ou então porque reconhecia os feitos lusitanos, considerando que era um povo que merecia protecção. Marte aconselha Júpiter a não voltar atrás na decisão de apoio aos portugueses.


 
E dando uma pancada penetrante,
Com o conto do bastão no sólio puro,
O Céu tremeu, e Apolo, de torvado,
Um pouco a luz perdeu, como enfiado.”

Na realidade, uma pancada, por muito forte que seja, não faz tremer o céu. Estamos perante um exagero do poeta, que pretende, com este recurso, dar mais força ao texto. A este recurso dá-se o nome de hipérbole.

A hipérbole é um recurso estilístico que consiste em referir-se a um ser, circunstância, sentimento ou objecto, exagerando os seus atributos

Decisão final de Júpiter e conclusão do Consílio (estrofes 41).

Depois de Marte apresentar a sua opinião favorável aos portugueses. Júpiter concordou, com uma inclinação de cabeça, e deu por terminado o consílio. Os deuses partiram de regresso às suas moradas.

Resumindo, Júpiter e os deuses consentiram a paragem e o descanso dos portugueses na costa africana para recuperarem forças e, posteriormente, seguirem viagem rumo ao desconhecido, à Índia.


Trabalhinho
:


colar curto em cobre e turquesas


A Mena na cozinha


Rolinhos de pescada com mexilhão

4 filetes de pescada
sal
pimenta
limão
6 batatas
1 cebola
azeite
6 dentes de alho
2 folhas de louro
1/4 pimento vermelho
1/4 pimento verde
1/4 pimento amarelo
1/4 pimento laranja
0,5 dl de vinho branco
coentros
750 g de mexilhão com casca

Tempere os filetes com sal, pimenta e sumo de limão. Deixe marinar cerca de uma hora. Pré-aqueça o forno durante 20 minutos. Descasque as batatas e corte-as em gomos. Coloque num recipiente para ir ao forno e polvilhe com sal. Junte 4 dentes de alho esborrachados e uma folha de louro. Regue com duas colheres de sopa de azeite e leve ao forno de 25 a 30 minutos. Entretanto, enrole os filetes e disponha num pirex. Descasque a cebola e os restantes alhos e corte em lâminas. Leve a refogar com uma colher de azeite e o louro. Junte os pimentos, cortados em juliana, refresque com o vinho branco. Adicione os coentros picados e rectifique os temperos. Reserve.

Lave bem os mexilhões, seque-os e junte-os aos rolinhos de peixe.

Cubra tudo com a cebolada. Quando faltarem 12 minutos para as batatas estarem prontas, coloque o tabuleiro do peixe no forno.
Sirva o peixe e os mexilhões com a cebolada, acompanhados com as batatas coradas e decore com coentros.
Bom apetite!

8 comentários:

Daniela Tavares disse...

Oi!!

Explicações fantásticas, trabalhos lindos! :)

Adorei o aspecto desta receita... ntão começar com uma imagem de tiras de pimentos!! Adoro pimentos!! E pimento vermelho em saladas!! Aiiii... Nem posso imaginar!!! ;)

Obrigada pelos mimos do post anterior!!

Logo posto!

Beijinho *

Unknown disse...

Olá Mena

O Colar está muito lindo
ainda gostava de saber como consegues fazer estas rceitas deliciosas, ter tempo para uns trabalhinhos manuais e dar aulas, eu sei que os professores não tem tempo nem para respirar... És uma grande mulher! e todas temos de respeitar esse facto, sem dúvida nenhuma.

Jokas

Sonia Facion disse...

Olá Mena!!!

Muito interessante essa narrativa do Consílio dos deuses.

Não conhecia.

Adoro mexilhões, isso devia estar dos deuses, hehehe.....

bjksnhas

Sonia

Anónimo disse...

Olá Mena!lindo colar,parabens,os rolinhos estão com muito bom aspecto,bom fim de semana com muito amor bjokas

Brunette disse...

Olá!
Adorei o colar! Já publiquei os selinhos que me passaste.
Tenho no meu blogue outros selinhos e um desafio que espero que aceites!
Bjos e bom fim-de-semana.

Sonia Facion disse...

Oeeee........

Lindo final de semana.

Sonia

Feltro em casa disse...

Oi Mena!!
Muito boa a postagem!!!
Adorei o caldinho verde e o cachecol (fofo demais)...que vontade de usar um...saudades do frio!!!Aqui tá quente e abafado, nem a chuva ameniza o calor...
Beijos
Malú

Meus Netos...Minha Fortuna!!! disse...

Mena, minha querida amiga

Sem mais "explicações" quero agradecer-te as tuas sempre atentas visitas e carinho deixado.

Eu, como sabes, estou numa fase da minha vida, a mais doce e mais ternurenta, mas há sempre um mas...!

Os netinhos mais velhinhos, já falam, sabem o que querem e "no problem" até porque são uns amores, dentro das suas traquinices...claro!

O Nenuco, lindo, já está com 4 kg e 55 cm, mas os Pais do Nenuco é que me têm "desorganizado"!

Ele até tem sido sossegadinho, come muito bem...mas como todos nós tem os seus momentos de "refilice"!

Meu Deus...especialmente o Pai entra em Pânico, não serve de nada dizer que o choro é a fala dos bébés, por vontade dele, ia logo a correr para o Pediatra!

Acredita que ainda não consegui organizar a minha vida como dantes, pois quando ele vai trabalhar, fica a minha filha em minha casa e ás vezes até de noite...!
Tem receio de estar sozinha com o bébé ( a minha sorte é vivermos todos no mesmo prédio)

Evidente, que estou a levar as coisas com calma ( a idade traz muita paciência...) mas também tenho os mais velhinhos, que precisam de mim.

A Tsumani, está ainda comigo todo dia e só vai para o Colégio em Setembro, nessa altura, já tenho o Nenuco, pois acaba-se a licença de parto em fins de Maio, o mais velhinho vou levà-lo e buscá-lo todos os dias ao colégio, á terça ás 18h ainda o levo ao ténis ( e eu e o "velho" já andamos a tirar medidas e não cabem três cadeiras no assento de trás...são muito largas!

Bem no meio de tudo isto, continuo feliz, mas sem muito tempo para acima de tudo escrever (visitar eu visito...) por isso aproveito quase sempre os domingos ou os "intervais" para dizer alô!

Minha amiga este teu texto é magnifico, na minha modesta opinião um dos melhores que publicaste.

Adorei lê-lo e cá voltarei sempre...escreverei quando puder...!

Um grande e forte abraço de quem não te esquece, podes ter a certeza.
Cassilda