O Corregedor e o Procurador
Repara
É habitual considerar-se a entrada do Corregedor e do Procurador como fazendo parte de uma só cena, na medida em que ambas as personagens pertencem ao mesmo grupo socioprofissional e percorrem o espaço cénico simultaneamente.
Esta cena forma um amplo quadro da justiça humana, que Gil Vicente opõe à justiça divina. O objectivo de Gil Vicente assenta em parâmetros que têm a ver com a corrupção da magistratura e com a antítese entre a justiça divina e a justiça humana a que bem se pode chamar (in)justiça.
O Corregedor aparece-nos carregado de processos (feitos) e com uma vara na mão. Pouco depois, junta-se-lhe o Procurador, que vem abarrotado de livros. Ambos dialogam com o Diabo em latim jurídico deturpado, que tem função cómica (cómico de linguagem) e também caracterizadora.
A principal e quase única acusação que o Diabo lança ao Corregedor é a de não ter sido imparcial nas suas sentenças, deixando-se corromper por dádivas recebidas até dos Judeus. Parece que uma das prendas mais generalizadas era a perdiz, o que originou a exclamação do Diabo:”Oh amador de perdiz…”. O Diabo acusa-o também de malícia, corrupção e exploração de lavradores ingénuos.
O Corregedor não nega esta acusação e limita-se a atirar as culpas para cima da mulher. Era ela quem recebia as prendas e, por isso, ele sentia-se isento desse pecado.
Tal como na cena do Sapateiro também Gil Vicente foca a confissão das almas pouco antes de falecerem. O problema é resolvido aqui deste modo: o Corregedor confessou-se, mas ocultou todos os seus roubos, enquanto o Procurador nem sequer se confessou, porque não se apercebeu que havia chegado a sua hora derradeira. Está aqui, mais uma vez, presente a crítica a uma falsa prática religiosa, que limita ao cumprimento dos actos externos do culto.
Temos nesta cena dois pormenores a destacar ainda: o neologismo descorregedor, com forte carácter satírico (o Diabo pretende apontar a falta de imparcialidade nos julgamentos feitos pelo Corregedor) e o diálogo final entre o Corregedor e a Alcoviteira (o Corregedor julgou-a e condenou-a em vida). A Alcoviteira acusa o Corregedor de estar sempre a mandar persegui-la na vida terrena (a justiça castigava as alcoviteiras, mandando-as açoitar); agora, pelo menos está em paz. Agora o juiz do tribunal terreno torna-se réu no tribunal divino, onde é julgado e condenado.
Devemos ainda ter em atenção a pergunta formulada pelo Corregedor, inquirindo se não existia ali “meirinho do mar”. Trata-se de um hábito adquirido no exercício da profissão que o tipo não abandona mesmo depois da morte. Por outro lado, o Corregedor pretende ter um julgamento terreno, com advogados e juízes de carne e osso, a justiça humana com certeza que lhe seria mais favorável.
Mais uma vez o Parvo se confunde com o Diabo, quando insulta e injuria o Corregedor e o Procurador. O Parvo acusa-os de terem roubado na vida terrena, de terem sido desonestos e de desrespeitarem a Igreja. O Anjo condena-os.
A Reclamação
Quantas vítimas das injustiças do Corregedor e do Procurador tiveram motivos para apresentar reclamações?
Como apresentar uma reclamação?
A reclamação pode ser apresentada oralmente – pessoalmente (no local) ou por telefone – e por escrito (fax, carta, e-mail).
As reclamações com carácter oficial, por norma, são apresentadas por escrito, ao contrário das reclamações informais, normalmente apresentadas oralmente.
Nos estabelecimentos públicos é obrigatório possuir um livro de reclamações.
Nota
Existe algum organismo que dê apoio ao consumidor?
Em Portugal existem dois organismos de defesa do consumidor – a DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor), da qual te poderás tornar sócio, e um organismo governamental – o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor.
Como escrever uma carta de reclamação
1. Identificação
A carta deverá conter os nomes do remetente e do destinatário, com moradas completas e, se possível, com o seu contacto telefónico.
2. Situa temporalmente os factos
Menciona o local e a data em que a carta foi escrita. A data deve ser a de envio.
3. Relata
Deverás relatar pormenorizadamente os motivos que te levaram a enviar a carta. Não te esqueças de mencionar as datas e os locais onde ocorreram os acontecimentos que levaram ao envio da mesma.
4. Pretensões
Refere de forma clara e precisa, o que pretendes da pessoa ou entidade a quem estás a enviar a carta. Pode ser elaborada uma proposta de resolução, nomeadamente, um pedido de devolução do dinheiro, a troca do produto, o pagamento de uma indemnização ou simplesmente o melhoramento do serviço.
5. Anexa
Junta à carta, mencionando esse facto, todos os documentos que consideres necessários para a compreensão e prova do sucedido. Mas envia cópias, nunca os originais.
6. Assina
Lembra-te que uma carta não assinada é como se fosse anónima!
Aconselho-te, por último, que envies a tua carta registada, provando que de facto a enviaste mas, envia-a também com aviso de recepção, para que possas provar que a mesma foi, efectivamente, recebida no destinatário.
Ter dúvidas é saber…
Supérfulos?!... O que é isto?...
Era caso para ficarmos todos “fulos”, não era? Mas não vale a pena!
A falta que faz saber um pouco de latim!
Supérfluo é um adjectivo que provém do adjectivo latino superfluuos e que, já no latim, era formado de um adjectivo caído em desuso fluus, que tinha a ver com o verbo fluere (fluir, correr) e o prefixo super- que nós herdámos.
Supérfluo é, pois, o que corre por cima, o que supera, o que sobra, o que vem a mais.
A Mena na cozinha
Filetes no forno com funcho e endívias
1 cebola grande
4 tomates
1 cabeça de funcho
2 endívias
sal
pimenta
azeite
4 filetes de pescada ou de outro peixe a gosto
2 dentes de alho
1 limão
3 colheres de sopa de leite
pão ralado
1 curgete
batatas
0,5 l de leite
Ligue o forno nos 180º. Corte o tomate, a cebola e o funcho às rodelas.
Abra as endívias ao meio e corte-as em tiras.
Misture e espalhe os legumes sobre um tabuleiro, tempere com sal e pimenta e regue com 3 ou 4 colheres de sopa de azeite.
Cubra com uma folha de alumínio e leve ao forno.
Entretanto descasque e coza as batatas. Rale a curgete em fios ou corte em pedacinhos e leve-a a alourar em azeite. Reduza as batatas a puré e adicione a curgete. Junte cerca de 0,5 l de leite previamente aquecido. Misture, tape, mexendo de vez em quando, e deixe cozinhar um pouco.
Escorra os filetes e passe-os por pão ralado. Coloque-os sobre os legumes, regue-os com mais um pouco de azeite e leve ao forno até estarem cozinhados.
Sirva os filetes com o puré e com os legumes e molho resultantes do assado.
Bom apetite!
Trabalhinhos: colar
Pacotinho que acondicionou o bonito presente.
10 comentários:
Ese plato se ve delicioso.
Feliz semana e beijinhos
Mena,
Que coincidência!!
Esse post também me deu fome!!! :)
Beijos!!
Aiiiiiiiiiiiii..., gosto muito de filete, quero comer aqui já está perto do almoço.
Gostei do colar!
Bjim
Sonia
Oi Mena!!!
Cá estou novamente.
Passe por meu blog de mimos www.soniafacion7.blogspot.com e leve o desafio que deixei prá vc.
Bjks
Sonia
Eu perco-me com a tua mesa!
Só uma vez é que torci o nariz, lembras-te?
Olá!!!
Desta vez gostei mais do colar
Jokas
Olá Mena,
Fabulosos momentos de cultura os deste "post". Adorei!!! Agora, o supérfluo é que me deixou boquiaberta, pois não fazia a menor ideia. Quer dizer que andamos a utilizar a palavra incorrectamente??
Por favor, elucide-me!!!
O prato que sugere é super apetitoso e o colar e respectiva embalagem, fabulosos!!
Beijinhos,
Lia.
Boa tarde,td bem?
tas com novidades maravilhosas...parabens.
adorei tudo.
fika bem,jinhos***
adoro essas pataniscas hummmm deliciosa
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