domingo, 1 de maio de 2011

(Mãe) Para Sempre



Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade




2 comentários:

mfc disse...

A minha Mãe vai fazer 87 e está bem rija!
Aqui ainda se festeja a 8 de Dezembro... hábitos antigos!
Um grande beijinho para ti e todas as Mães!

Mona Lisa disse...

Olá Mena

Ainda tenho a minha, infelizmente bastante doente.

O poema que escolheste é dos que mais me emociona.

Feliz dia da mãe.

Bjs.