domingo, 30 de dezembro de 2007

Ano Novo, Vida Nova

D E S E J O

Carlos Drummond de Andrade

Desejo a você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crónica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel ...
E muito carinho meu.



Novidades
Colar com bolas em fimo com prata, missangas pretas e brancas e canudinhos prateados


Porta-chaves



Colar em tons de rosa, peças pintadas com tinta de esmalte, missangas cor de rosa e brancas, canudinhos e contas ovaladas transparentes.


Nesta época do ano em que todos desejamos que alguma coisa mude na nossa vida, no mundo...
deixo-vos este poema lindíssimo de Camões.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.


O tema deste soneto é a mudança. É bem verdade que tudo está em constante mutação e que nem sempre se muda para melhor! A mudança poderá ser, então, para melhor (optimismo) ou para pior (pessimismo). Porque não procuramos ver as coisas pelo lado melhor? Porque não procuramos nas coisas, que nos correram menos bem, o seu lado positivo? Decerto que aprendemos algo com os nossos fracassos. Há que ter esperança e sentir que até no que nos corre mal, podemos encontrar alguma coisa boa, experiência e outras capacidades que de outro modo ficariam adormecidas. Como poderemos dar valor às coisas boas que nos acontecem, se tudo nos corresse sempre bem?

Neste poema, há dois aspectos que perturbam o sujeito poético:
- A diferença que existe entre a mudança operada na Natureza, em sentido positivo (o “verde manto” da Primavera vem substituir a “neve fria” do Inverno). Na Natureza, há uma renovação constante, nós sabemos que o sol acabará sempre por surgir para brilhar, para nos aquecer, para dar vida… E o sentimento negativo da transformação que se realiza no sujeito poético (o “doce canto” converte-se em “choro”. O tempo humano é irreversível, instável, muda as coisas sem uma lei ou uma razão, apenas com um sentido: para pior.
- O facto da própria mudança mudar (“não se muda já como soía”), deixando o sujeito poético também à mercê dos seus caprichos.

Na primeira quadra, o sujeito poético apresenta-nos o tema que vai desenvolver: a mudança. Tudo muda: os tempos, as vontades, o ser, a confiança, “Todo o mundo é composto de mudança”.

Na segunda quadra, o sujeito desenvolve a ideia apresentada: “Continuamente vemos novidades”, mas estas nem sempre são o que desejamos. Das más, recordamos as mágoas e do bem, temos saudades.

No primeiro terceto, referem-se as mudanças que se operam na Natureza e no próprio sujeito e que são de sentido oposto.

No último terceto, o sujeito poético faz uma síntese do conteúdo do soneto, dizendo que a própria mudança não se muda já como costumava.

Lembrei-me de colocar aqui este soneto, porque vem aí um novo ano e todos esperam que haja mudança, mudanças que nos tragam felicidade, saúde, sorte, amor, amizade, dinheiro…
A passagem de ano é geralmente precedida por alguns momentos de reflexão sobre o ano que finda e o novo ano que se inicia. É a época de efectuarmos o nosso balanço pessoal, profissional e social. Fazemos uma análise à vida que temos levado e se esse percurso está de acordo com as nossas expectativas, objectivos e sonhos e, ao mesmo tempo, planeamos um aperfeiçoamento desse rumo ou mesmo uma mudança, visando um outro estilo de vida ou uma melhor qualidade de vida.

Costumamos dizer nesta época de passagem de ano - "Ano Novo, Vida Nova" - mas será que realmente temos a coragem e a vontade de modificar alguma coisa na nossa Vida ou simplesmente continuaremos a manter a mesma rotina do dia-a-dia, em que vamos deixando o tempo passar e a Vida correr, sem termos algum cuidado com o nosso bem-estar e o daqueles que nos são mais queridos e íntimos?

Esta é a altura ideal para fazermos essas reflexões, mas ao mesmo tempo para estarmos abertos a outras ideias, estilos de vida e também usar essas conclusões para colocar em prática aquilo que sistematicamente vamos adiando como, por exemplo, ter um maior cuidado com a nossa saúde, melhorando a qualidade e a quantidade dos nossos alimentos, começar a praticar alguma actividade física moderada que de preferência englobe um estilo de vida mais saudável, comungando com a Natureza e visando ter mais energia, vitalidade, bem-estar, felicidade e qualidade de Vida.

Ainda em relação ao poema de Luís de Camões e à mudança, quero dizer-vos que não devemos pensar só em mudanças “pequeninas” como as que acabei de descrever e que cada um de nós pode facilmente resolver e concretizar, mas conseguirmos mudanças mais importantes, pois podem transformar, ou melhor, ajudar a transformar o mundo em que vivemos e as pessoas com quem convivemos. Para isso… é preciso acreditarmos que é possível mudar o que está mal, é preciso não nos acomodarmos, pensando que não vale a pena, que somos pequenos ou que não temos poder para tal, pois é difícil transformar a sociedade e a mentalidade de muitas pessoas. Há, na realidade, muita coisa errada, muita injustiça, muita pobreza… Mas se cada um de nós fizer um bocadinho para ajudar quem precisa, para consertar o que está mal, haverá certamente mudança para algo mais positivo. Não podemos desistir e mesmo que tudo nos pareça impossível, há que ter confiança e seguir em frente com as nossas convicções. A pouco e pouco, mudaremos o mundo, abanaremos consciências, porque o grande sonho de todos é um mundo melhor, livre de guerra, de injustiça, de fome... Um lugar onde reine a paz, a bondade. Um mundo sem pobres nem ricos, onde todos são iguais, mas diferentes.

Gostaria que todos caminhássemos para uma mudança desejável e positiva, que cultivássemos uma postura de adesão à mudança e à aceitação do que é novo. Devemos percorrer os caminhos certos, tomar as atitudes correctas para alcançarmos e construirmos um mundo novo. Cada um de nós tem a responsabilidade de influenciar, de forma positiva, este mundo conturbado em que vivemos. Vamos, portanto, dar as mãos e construir com vontade e criatividade um mundo melhor.

Que os erros do passado sirvam para construir um futuro melhor!




Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.






Mym deseja a todos, amigos e visitantes, um feliz Ano Novo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Poema de Natal

Porta-chaves em fimo: flores, estrela, chinelo, coração, bolas... Tudo em laranja, azul turquesa e rosa.



Peças para um porta-chaves em azul turquesa, rosa e amarelo.
Colar com missangas pretas, pequenas contas em madeira preta, canudinhos em madeira e em acrílico pretos, peça triangular em madeira negra e triângulo em madrepérola, algumas peças em cascalho de pedras semi-preciosas. Brincos a condizer.


Colar em metal prateado.

Caixas decoradas

E mais um poema de Natal, pois "o Natal é quando um homem quiser".


Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos —

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos —

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai —

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte —

De repente nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.

Vinícius de Moraes


Mensagens de Natal para aqueles de quem gostamos: tu és uma dessas pessoas.


A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.

desconhecido



Eu estou pensando em você hoje porque é Natal, e eu desejo-lhe felicidade.
E amanhã, porque será o dia seguinte ao Natal,
Eu ainda lhe desejarei felicidade.
Eu posso não ser capaz de lhe falar sobre isto diariamente,
Porque eu posso estar ausente, ou nós podemos estar muito ocupados.
Mas isso não faz diferença
- Meus pensamentos e meus desejos estarão com você da mesma forma.
Qualquer alegria ou sucesso que você tenha, me fará feliz. Me iluminará por todo ano.
Eu desejo a você o Espírito do Natal.

Van Dike


Organiza o Natal


Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de dez meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: dez meses de Natal e dois meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objectos se impregnarão de espírito natalício, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afectuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Ah! Seria óptimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.

Carlos Drummond de Andrade


Linda mensagem, não acham? Sejam felizes e que o espírito do Natal esteja convosco!

domingo, 23 de dezembro de 2007

Feliz Natal !

É Natal! Tempo de Paz e de Amor!

O espírito de Natal está no ar. As lojas estão decoradas e as ruas estão mais bonitas. As nossas casas são invadidas pela cor e pelo brilho: a árvore de Natal, o presépio, as coroas, os centros de mesa, as velas, as bolas coloridas, os anjos, os presentes …
E esta mistura de cores e de brilho invade não só o nosso lar, mas sobretudo o nosso coração.
O vermelho, o verde e o branco são as cores típicas do Natal, mas o dourado misturado com a prata também criam um ambiente de magia.
O vermelho é a cor do Pai Natal, o verde o tom das árvores e o branco faz-nos sonhar com a neve a cair numa típica noite de Natal.
As três cores estão por todo o lado para nos lembrar a solidariedade, a troca de presentes e o convívio familiar que caracterizam as festividades de Natal.

Vermelho
A cor vermelha simboliza o amor, o calor da família e a alegria, apelando aos sentimentos mais nobres do coração. Mas esta cor, com que imaginamos o Pai Natal, não vem da sua antiga lenda nórdica. Foi através da publicidade à Coca-Cola que a figura do velhinho de barba branca, vestido de vermelho, se tornou tão popular entre as crianças.

Verde
O verde simboliza a esperança e a vida. Os ramos de azevinho são tradicionalmente utilizados na decoração de Natal. O azevinho tem sido, ao longo dos séculos, um arbusto muito apreciado, porque se mantém verde e dá bagas vermelhas, mesmo no pino do Inverno.

Branco
A cor branca simboliza tranquilidade, paz e eternidade. É comum escolhermos uma toalha branca para a ceia de Natal ou acendermos velas como elemento decorativo. Uma tradição que vem de tempos muitos antigos e que costumava simbolizar o nascimento de Cristo. Também se pensa que a luz brilhante da chama da vela representa a estrela de Belém.

Dourado e prateado
A combinação de dourado e prata pode substituir o tradicional vermelho e verde, dando um ar mais moderno e sofisticado à decoração, produzindo um efeito de requinte fantástico.

Vamos lá, meninas, a tirar as toalhas de linho das gavetas e a louça mais bonita que têm nos louceiros. Chegou a hora de alisar toalhas e guardanapos, de escolher louças, talheres, copos, castiçais, velas...






Enfeita as tuas velas

Procura os teus melhores candelabros ou castiçais e cria um simples e elegante centro de mesa para o teu Natal. Compra velas douradas, prateadas e vermelhas; acrescenta um bonito laço e está o centro de mesa completo!

Que materiais precisarás para o centro de mesa?

- Candelabros ou castiçais
- Velas em várias cores
- Laços que combinem com a tua decoração de Natal ou mesa
- Pinhas (opcional)

Indicações :

Em primeiro lugar, reúne todos os candelabros ou castiçais que pretendes usar e limpa-os bem até que fiquem reluzentes.
De seguida, escolhe velas que combinem com as cores dos pratos do teu serviço de Natal ou tema da decoração da tua casa.
Coloca laços nos castiçais e mesmo nas próprias velas, mas bem abaixo da área da chama.


Truques e dicas:

- Para que as velas durem mais tempo, congela-as antes de as usar.
- Sempre que possível compra velas anti-pingos, pois estas não estragam os laços com gotas de cera quente.
- As velas e castiçais não têm de ser do mesmo conjunto; se usares vários tipos consegues um efeito mais interessante e variado.
- Os arranjos devem conter um número impar de velas (3, 5, 7, etc.).
- Este tipo de decoração também pode ser colocado em mesas de apoio, lareiras e mesas de café.
- Para um efeito mais trabalhado, coloca os candelabros sobre uma travessa e coloca pequenas pinhas em volta dos castiçais. Salpica a base com neve artificial.

- Um objecto requintado e elegante pode tornar-se num centro de mesa finíssimo e numa prova de bom gosto.
- Coloca em destaque uma linda peça de Natal no centro da tua mesa de jantar.
- Procura em lojas de decoração tipo Atlantis, Vista Alegre ou outras, objectos de Natal que possam ocupar este lugar especial na tua mesa. Pode ser um Pai Natal, um Presépio, um Trenó, uma Árvore de Natal em miniatura, uma Jarra, etc.

Agora, as últimas novidades:
Colar com missangas de madeira, bolas em madeira, bolas revestidas de fio e de missangas e discos forrados com linha castanha com florzinhas douradas no centro.

Colar em fimo preto com prata, missangas pretas e brancas e canudinhos prateados.



Alfinete com bonequinha.

Caixas, caixitas, caixinhas...






mym deseja:

Feliz Natal !

Quisera
Senhor, neste Natal,
armar uma árvore e nela
pendurar, em vez de bolas, os
nomes de todos os meus amigos.
Os amigos de longe, de perto. Os antigos e
os mais recentes. Os que vejo a cada dia e os
que raramente encontro. Os sempre lembrados e
os que às vezes ficam esquecidos. Os constantes e os
intermitentes. Os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que, sem querer, eu magoei, ou sem querer me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles de quem conheço
apenas a aparência. Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes. Os nomes de todos os que já
passaram pela minha vida. Uma árvore de raízes muito profundas para que seus nomes nunca sejam arrancados do meu coração. De ramos muito extensos para que novos nomes vindos de todas as partes venham juntar-se aos existentes. Uma árvore
de sombras muito
agradáveis para
que nossa amizade,
seja um momento de
repouso nas lutas da vida.
Que o Natal esteja vivo em cada dia do Ano que
se inicia para que possamos juntos viver o amor!!


Para finalizar, dedico dois poemas a todos os meus amigos e visitantes:

A NOITE DE NATAL

Em a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.

Vão se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.

Perguntam logo à criada
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.

– Deu-lhes sim, muitos bonitos.
– Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.

Mário de Sá-Carneiro


DIA DE NATAL

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros. Coitadinhos. Nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. Louvado seja o Senhor! O que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão