quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz 2011


2011 (MMXI) terá início no próximo Sábado: Ano Internacional das Florestas e Ano Internacional da Química.

O tempo

"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.


Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo:

Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."


Mário Quintana


Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,

A que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para adiante vai ser diferente...

Para ti,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Para ti,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que te façam sorrir.
Todas as músicas que puderes imaginar.

Para ti neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que tua família esteja mais unida,
Que tua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de te desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que tenhas muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada
minuto, ao rumo da tua FELICIDADE!!!


Carlos Drummond de Andrade
Desejo a todos os meus amigos uma excelente entrada em 2011 e que todos em conjunto consigamos pintar este novo ano com as bonitas e harmoniosas cores do arco-íris!
Beijinhos grandes!


Sejam felizes!




terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Frei Luís de Sousa - Manuel de Sousa Coutinho


Personagens

Manuel de Sousa Coutinho


Manuel de Sousa Coutinho (mais tarde Frei Luís de Sousa) é um nobre e honrado fidalgo, cavaleiro de Malta, que queima o seu próprio palácio para não receber os governadores. Embora apresente a razão a dominar os sentimentos, por vezes, estes sobrepõem-se, quando se preocupa com a doença da filha. É um bom pai e um bom marido.

No acto I, assume uma atitude condizente com um espírito clássico, deixando transparecer uma serenidade e um equilíbrio próprios de uma razão que domina os sentimentos e que se manifesta num discurso expositivo e numa linguagem cuidada e erudita:

- é patriota, corajoso e decidido;

- não sente ciúmes pelo passado de Madalena;

No acto III, evidencia uma postura acentuadamente romântica: a dor, após a chegada do Romeiro, parece ofuscar-lhe a razão, tal é a forma como exterioriza os seus sentimentos, fazendo-o de uma forma um tanto violenta, descontrolada e, por vezes, até contraditória (a razão leva-o a desejar a morte da filha e o amor impele-o a contrariar a razão e a suplicar desesperadamente pela sua vida).

Esta personagem, do ponto de vista psicológico, evolui de uma personalidade de tipo clássico (actos I e II) para uma personalidade de tipo romântico (acto III).

Manuel de Sousa Coutinho terá o mesmo destino que sua esposa – morte psicológica – Catástrofe -, não devido à fraqueza de carácter, mas por constatar a ilegitimidade da sua presença naquele casamento, naquela família (“Fui eu o autor de tudo isto, o autor da minha desgraça e da sua desonra deles…”); ele que sempre zelou pela integridade, mesmo sofrendo, não deixou de tomar as decisões que lhe pareceram certas e adequadas a determinada situação (incêndio do seu palácio e decisão de professar). Com a chegada do Romeiro (D. João de Portugal, que é o dono daquela casa, o marido da sua mulher), Manuel de Sousa Coutinho retirou-se da vida (“Para nós já não há senão estas mortalhas (tomando os hábitos de cima da banca) e a sepultura de um claustro.”). Manuel de Sousa Coutinho menospreza os receios de sua esposa quanto a mudarem-se para o palácio de D. João, apelidando-os de “vãs quimeras de crianças” e “caprichos” e não evidencia, ao longo da peça, qualquer temor ou constrangimento, no entanto, submete-se ao Destino; ele que se mostrou ao longo da peça ser capaz de desafiar (“Hybris” – incendeia o seu palácio para não dar alojamento aos governadores) e de se impor (dá ordens, é activo, não se deixa influenciar pelo pânico da esposa), parecendo-lhe livre nas suas resoluções, está, contudo, a contribuir drasticamente para a fatalidade, o Fado que sobre ele – o português, o marido, o pai – caiu (juntamente com a sua família). A par de tal dinamismo, Manuel revela-se ingénuo e pouco perspicaz no menosprezo para com as inquietações de sua esposa (“Madalena! / Oh! Querida mulher minha, parece que vou eu agora embarcar num galeão para a Índia… Ora vamos;”), ao mesmo tempo que esta sua atitude toma um cariz irónico para o espectador (“E o presente, esse é meu, meu só, todo meu (…)”), uma vez que Manuel de Sousa Coutinho não se apercebe que, de facto, o seu presente, a sua vida inclui necessariamente D. Madalena e, à vida desta, está inerente a presença de D. João de Portugal: Manuel de Sousa Coutinho mostrou-se determinado em separar o passado do presente, mas foi irremediavelmente condenado por este (“(…) arrastei na minha queda, que lancei nesse abismo de vergonha (…)”). Manuel de Sousa Coutinho ao refugiar-se num convento, que lhe proporciona o isolamento necessário à escrita, encarna o mito romântico do escritor.


A Mena na cozinha

Perna de peru recheada

1 perna de peru
1 farinheira
salsa
sal
pimenta
azeite
2 colheres de polpa de tomate
1 colher de pasta de pimentão
7 dentes de alho
louro
1,5 dl de vinho branco
espinafres
cogumelos
batatas

Enquanto retira o osso à perna de peru, coza a farinheira. Retire a pele à farinheira, pique a salsa e um dente de alho bem picadinhos. Misture à farinheira, fazendo uma pasta. Coloque esta pasta no meio da perna do peru, enrole e ate bem. Misture a polpa de tomate com a pasta de pimentão e barre a perna de peru. Tempere com sal, pimenta, louro e os restantes alhos picados e reserve durante, pelo menos, uma hora. Regue com um fio de azeite e o vinho branco.

Leve ao forno a 180º.

Entretanto, salteie os espinafres num pouco de azeite onde alourou um dente de alhos. Tempere com sal e pimenta.

Salteie igualmente os cogumelos e frite as batatas.

Sirva a perna de peru com espinafres e cogumelos salteados e batatas fritas.
Bom apetite!


Trabalhinho:


domingo, 26 de dezembro de 2010

Frei Luís de Sousa - D. Madalena de Vilhena



Personagens

D. Madalena de Vilhena

D. Madalena de Vilhena é a primeira personagem que aparece na obra, mas pode afirmar-se que toda a família tem um relevo significativo. São as relações entre esposos, pais e filha, o criado e os seus amos ou mesmo o apoio de Frei Jorge que estão em causa. Um drama abate-se sobre esta família e enquanto Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena se refugiam na vida religiosa, Maria morre como vítima inocente.

D. Madalena tinha 17 anos, quando D. João de Portugal desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir. Procurou-o durante sete anos. Casou em segundas núpcias com Manuel de Sousa Coutinho com quem vive há catorze. Tem agora 38 anos (17 + 21). Mulher bela, de carácter nobre, vive uma felicidade efémera, pressentindo a desventura e a tragédia. Racionalmente, não acredita no mito sebastianista que Ihe pode trazer D. João de Portugal, mas teme a possibilidade da sua vinda. E é com medo que a encontramos a reflectir sobre os versos de Camões e a pressentir que a sobrevivência de D. João destrua a sua felicidade e a sua família. No imaginário de D. Madalena, a apreensão torna-se pressentimento, dor e angústia. E este terror vê-se ainda mais claramente aquando da necessidade de voltar para a habitação onde viveu com D. João de Portugal. D. Madalena vive aterrorizada com o «fantasma» do seu primeiro marido, mas no momento em que o tem, fisicamente, diante de si, e apesar das inúmeras coincidências, é incapaz de o reconhecer.

Trata-se de uma mulher bem-nascida, da família dos Vilhenas, em que os sentimentos dominam a razão:

- «Não é uma figura típica da época clássica, em que vive, em oposição ao que acontece com Manuel de Sousa. Toda a ordem abstracta de valores encontra nela uma ressonância pouco profunda, todo o idealismo generoso se empobrece dentro dos limites de um seu conceito prático, objectivo, pessoal de felicidade imediata, toda a espécie de transcendência choca, numa zona muito íntima da sua personalidade, com uma aspiração vitalista de realização humana e terrena.» - Luís Amaro de Oliveira, Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, Realização Didáctica;

- o sentimento do amor à Pátria é praticamente inexistente: considera a atitude dos governadores espanhóis como uma ofensa pessoal;

- para ela, é inaceitável que o sentimento do amor de Deus possa conduzir ao sacrifício do amor humano, não compreendendo, nem aceitando a atitude da condessa de Vimioso que abandonou o casamento para entrar em votos: isto explica que, até ao limite, tente dissuadir o marido da tomada do hábito, só se resignando, quando tem a certeza de que ele já foi;

- apesar de se não duvidar do seu amor de mãe, é nela mais forte o amor de mulher, ao contrário do que acontece com Manuel de Sousa Coutinho, que se mostra muito mais preocupado com a filha do que com a mulher;

- a consciência da sua condição social mantém a sua dignidade, mas tal não a impediu de ter amado Manuel de Sousa ainda em vida de D. João de Portugal e de ter casado sem a prova material da morte do seu marido;

- supersticiosa.


D. Madalena é uma personagem dominada por pressentimentos, amores e terrores ("Mas eu!... (...) o estado em que eu vivo... este medo, estes contínuos terrores, que ainda me não deixaram gozar um só momento (...)" ) - que a fazem viver em permanente desassossego, pânico e infelicidade - "Pathos" - devido à dúvida quanto à existência do primeiro marido, alimentada pela convicção de Telmo Pais nesse sentido. Tal desassossego tem como base o facto de se sentir culpada por ter amado Manuel de Sousa Coutinho ainda durante o seu primeiro casamento - "Hybris" - ("Conto. Este amor - que hoje está santificado e bendito no Céu, porque Manuel de Sousa é meu marido - começou com um crime, porque eu amei-o assim que o vi... e quando o vi - hoje, hoje... foi em tal dia como hoje! - D. João de Portugal ainda era vivo. O pecado estava-me no coração; a boca não o disse... os olhos não sei o que fizeram; mas dentro d'alma eu já tinha outra imagem senão a do amante... já não guardava a meu marido, a meu bom... a meu generoso marido... senão a grosseira fidelidade que uma mulher bem nascida quase que mais deve a si do que ao seu esposo.") e é agudizado pela dúvida que lhe atormenta o espírito ("Dúvida de fiel servidor, esperança de leal amigo, meu bom Temo! que diz com vosso coração, mas que tem atormentado o meu..."). É uma personagem completamente dominada pelo Destino e pelo fatalismo e impotente contra ambos. Podemos registar como exemplos, a tentativa de salvar o retrato do marido, parecendo prever o que daí adviria ("Ai, e o retrato de meu marido!... Salvem-me aquele retrato."); e a constatação do dia de sexta-feira, dia em que o marido e a filha a deixam sozinha, que é um dia repleto de lembranças de outros acontecimentos ("Logo hoje!... Este dia de hoje é o pior... se fosse amanhã, se fosse passado hoje"); "Oh, Maria, Maria... também tu me queres deixar! - também tu me desamparas... e hoje!"). A sua personalidade fraca, sensível e influenciável leva-a a não conseguir resistir à realidade dos factos, quando D. João de Portugal regressa, fazendo-a tomar consciência da relação ilegítima que vive. Porém, D. Madalena, por não querer admitir o testemunho físico, real do seu pecado, ou por total ingenuidade, não reconhece imediatamente D. João de Portugal disfarçado de Romeiro ("Santa vida levastes, bom romeiro. / Sempre há parentes, amigos... / Haverá tão má gente... e tão vil, que tal faça?"). O regresso de D. João de Portugal vem sendo anunciado ao longo de toda a peça pelos presságios de Telmo Pais e pelo pavor de D. Madalena. D. Madalena renuncia posteriormente à vida mundana, dando entrada num convento (morte psicológica) - Catástrofe. Esta heroína vive muito para si, muito dentro dos seus problemas pessoais, não revela outros interesses que não os relacionados com a sua felicidade e, por extensão, a da sua família, transmitindo Garrett, deste modo, o ambiente social do início do século XVII.


A Mena na cozinha

Sopinha de legumes

4 batatas
1 cebola
1 dente de alho
4 cenouras
1 fatia de abóbora
1 alho francês
couve lombarda
sal
azeite

Coza as batatas, a cebola, 2 cenouras, a abóbora e o alho e, depois, reduza a puré. Corte os outros legumes e junte ao puré. Deixe cozinhar. Tempere com sal e azeite.

Bom apetite!


Trabalhinho:


Boas Festas!