sábado, 16 de novembro de 2013

A cabeça do grifo: O Infante D. Henrique



"Em seu trono entre o brilho das esferas"- Menção ao modelo do Universo, segundo Ptolomeu, que era o geralmente aceite na época do Infante, e que se baseava num conjunto de esferas concêntricas. Pode, eventualmente, tratar-se de uma referência às esferas metálicas que representavam o firmamento... O infante estaria sentado num trono bem no meio do Universo. Ptolomeu afirmava ser a terra o centro do cosmos. E o Infante que sonhara trazer à luz o mundo desconhecido, conseguiu-o, tendo a seus pés "o mar novo e as mortas eras"- o mar desvendado e o passado de ignorância e temor do desconhecido. O Infante fez clarear o que estava envolto em sombras e o mar que antes separava, passou a unir.

Os imperadores e alguns reis tomavam como símbolo do poder uma esfera que sustentavam na mão, representando a universalidade do seu estatuto. Mas, na opinião de Fernando Pessoa, tal só se justificaria no caso do nosso Infante "o único que tem deveras o globo mundo em sua mão".

1 comentário:

Nilson Barcelli disse...

Este monumento é uma grande obra de arte. Que, talvez por ser tão visível, quase ninguém lhe dá o seu real valor.
Discutível, ainda assim, é o motivo da obra, já que matámos e roubámos em nome da fé em Deus...
Rita, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijo, querida amiga.