A 3 de Fevereiro de 1488, Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas, depois chamado da Boa Esperança
Bartolomeu Dias terá nascido cerca de 1450 e faleceu a 29 de Maio de 1500.
O navegador português, ao serviço de D. João II, dobrou o Cabo Tormentoso ou das Tormentas, local que a partir de então passaria a ser conhecido por Cabo da Boa Esperança numa clara alusão ao facto de este ser o ponto de partida para se alcançar o oceano Índico a partir do oceano Atlântico e a todas as possibilidades, económicas e expansionistas, que isto encerrava na época.
A Bartolomeu Dias foi-lhe encomendada esta importante missão acima de tudo porque era um homem com um nível de formação que garantiam ao monarca uma percentagem bastante grande de possível êxito.
Assim, em finais de Agosto de 1487, Bartolomeu Dias larga de Lisboa ao mando de três embarcações, com rumo traçado em direcção ao Tormentoso com o objectivo de encontrar a tão ansiada passagem marítima para a Índia, afinal o propósito último que leva dom João II a empreender esta empresa.
A viagem, tal como Bartolomeu Dias teria oportunidade de relatar na primeira pessoa ao seu soberano, estaria cheia de sobressaltos e dificuldades, tornando a tarefa mais complicada do que se julgaria a princípio.
Finalmente, em 3 de Fevereiro de 1488, passados quase 6 meses desde a partida de Lisboa, a expedição alcança o seu objectivo.
Conta-se que, antes do regresso a casa, Bartolomeu Dias, observando por última vez o famoso cabo que tinha conseguido “dobrar”, terá dito “Tormentoso, mas porquê, se a tormenta já lá vai? Assinalas o caminho para a Índia, por isso vou chamar-te da Boa Esperança…”.
Em 1495 D. João II viria a morrer e subiria ao trono D. Manuel I, monarca que em 1497 empreende a busca pela Índia e entrega o comando da expedição a Vasco da Gama.
Bartolomeu Dias sai de Lisboa integrado na armada de Vasco da Gama, mas o seu destino não é a Índia, antes será São Jorge da Mina, local para onde D. Manuel I o destacara. Mais tarde regressará a Lisboa e em Março de 1500 está à frente de uma das naus da segunda armada portuguesa com rumo à Índia, liderada desta feita por Pedro Álvares Cabral.
Bartolomeu Dias iria, finalmente, cumprir o seu grande sonho: navegar até ao oriente através do caminho que ele próprio ajudara a abrir. A expedição de Pedro Álvares Cabral viria, nesta viagem e de forma acidental, a descobrir as primeiras terras a que mais tarde dariam o nome de Brasil. Outro marco significativo da história portuguesa no qual Bartolomeu Dias esteve envolvido.
Depois dos primeiros contactos com os nativos das novas terras descobertas, os portugueses rumam novamente para a Índia, o seu destino original, no início de Maio de 1500. No dia 23 do mesmo mês avistariam o Cabo da Boa Esperança e por essa altura uma tempestade de proporções gigantescas destrói e afunda 4 naus da armada, entre elas a de Bartolomeu Dias. Ironia do destino, o navegador encontra a morte no mesmo local que anos antes o tinha levado à glória.
"Epitáfio"- inscrição tumular.
"Jaz aqui na praia extrema o Capitão do Fim"- refere-se a Bartolomeu Dias, que descobriu o fim do Continente Africano (e limite austral do Mundo de então) e acabou por desaparecer num naufrágio ao largo do Cabo da Boa Esperança em 1500. Pessoa supõe o seu corpo dado à costa na praia extrema (mais a sul) de África.
"Dobrado o Assombro"- passado o cabo do medo;
vencido o terror (aqui: dobrado o Cabo da Boa Esperança).
Atlas - um dos titãs, condenado por Zeus a carregar no ombro a esfera do firmamento. Aqui Pessoa põe o titã a mostrar, não a esfera celeste, mas a Terra redonda, de cuja esfericidade ainda se duvidava nos séculos XV e XVI.
"Jaz aqui na praia extrema o Capitão do Fim"- refere-se a Bartolomeu Dias, que descobriu o fim do Continente Africano (e limite austral do Mundo de então) e acabou por desaparecer num naufrágio ao largo do Cabo da Boa Esperança em 1500. Pessoa supõe o seu corpo dado à costa na praia extrema (mais a sul) de África.
"Dobrado o Assombro"- passado o cabo do medo;
vencido o terror (aqui: dobrado o Cabo da Boa Esperança).
Atlas - um dos titãs, condenado por Zeus a carregar no ombro a esfera do firmamento. Aqui Pessoa põe o titã a mostrar, não a esfera celeste, mas a Terra redonda, de cuja esfericidade ainda se duvidava nos séculos XV e XVI.
Sem comentários:
Enviar um comentário