Lendas d' Óbidos

Peças em fimo e as minhas últimas florinhas.

Mais um mimo, desta vez da Ana Sofia. Obrigada amiga!

O presentinho que enviei à Sónia
Espero que ela tenha gostado.

Josefa d' Óbidos

Agora, vamos a um pouquinho de cultura...

Adoração dos pastores

gravura em metal

Presépio

S. Francisco

Menino Jesus

Natureza morta - cerejas e queijo

Josefa d’Óbidos foi uma grande pintora portuguesa do século XVII que ficou conhecida pelos seus trabalhos de inspiração religiosa e pelas suas naturezas-mortas. Era ainda criança, quando começou a mostrar que tinha talento para a pintura. O pai, pintor naturalista, exerceu grande influência na sua vida.
Josefa d’Óbidos é a mais conhecida pintora do barroco português. Possuía grande intuição poética e ingenuidade, próprias de quem não teve escola. Josefa nasceu em Fevereiro de 1630 em Sevilha e era filha de Baltazar Gomes Figueira (pintor português), e da espanhola Catarina de Ayala Camacho Cabrera Romero. Em 1640, os seus pais decidiram vir viver para Portugal, mais precisamente para Óbidos. E foi aqui que começou a dar os primeiros passos na pintura. Aprendeu, observando o pai a trabalhar.
Quando chegou à adolescência, foi para Coimbra, porque os pais queriam que ela seguisse a vida religiosa. No Convento de Sant’Ana, recebeu, além dos ensinamentos religiosos, aulas de pintura e foi aí que Josefa começou a pintar a sério. A sua obra mais antiga data de 1644 (gravuras de “Santa Catarina” e “São José”). Também fazia gravuras em metal, no estilo barroco. O traço de Josefa era inconfundível e todos reconheciam o seu trabalho, mesmo quando não estava assinado. Ganhou tanta fama que foi convidada pela família real para fazer os retratos da rainha D. Maria Francisca de Sabóia, mulher de D. Pedro II, e da sua filha, a infanta D. Isabel.
Josefa não queria seguir a vida religiosa e regressou a Óbidos em 1653, tendo continuado a pintar para os seus maiores clientes: conventos e igrejas. Após a morte do pai, em 1674, Josefa teve de aceitar mais encomendas, porque tinha de sustentar a mãe e duas sobrinhas órfãs. Foi uma época dura e os problemas foram como que o combustível para a sua criatividade, pois nesse período fez alguns dos seus melhores trabalhos - “Natureza Morta com Doces e Barros”, “A Anunciação” e “Calvário”. Faleceu no dia 22 de Julho de 1684 com apenas 54 anos e foi enterrada na Igreja de São Pedro, em Óbidos.

Lendas da conquista de Óbidos

O Lidador ou a Lenda da Porta da Traição

Numa noite sem luar, o exército de D. Afonso Henriques cercava a fortaleza de Óbidos onde os mouros resistiam já há cerca de dois meses. D. Afonso Henriques e Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, tinham decidido que o ataque seria realizado na madrugada do dia seguinte antes de se retirarem para as suas tendas. Dormia já o Lidador, quando foi acordado por uma voz de mulher que lhe pedia para ser conduzida à tenda do rei de Portugal, pois tinha algo de importante a comunicar-lhe. A jovem vivia no castelo dos mouros, mas não sabia se era moura, porque nunca tinha conhecido os seus pais. Temendo uma cilada dos mouros, foi com alguma relutância que o Lidador a conduziu à presença do rei, perante o qual a jovem revelou o sonho que se repetia há três noites. Neste sonho, aparecia-lhe um homem novo de barbas castanhas e olhar doce que a incumbiu de transmitir uma mensagem para o rei de Portugal: o rei deveria reunir os soldados e liderá-los num ataque surpresa na parte fronteiriça do castelo, enquanto o Lidador se deveria dirigir com dez homens às traseiras onde a jovem donzela abriria uma porta para os deixar passar. O homem de olhar doce prometia Óbidos aos cristãos e a salvação à jovem donzela. Apesar da hesitação do Lidador, D. Afonso Henriques já não se atrevia a duvidar dos desígnios divinos após o Milagre de Ourique. Na manhã seguinte, Óbidos foi conquistada conforme o sonho da misteriosa jovem que nunca mais foi vista. A porta que franqueou a entrada dos cristãos ficou para sempre conhecida como a Porta da Traição.

A Princesa Zara

Era uma vez...

Nos tempos já muito distantes do Rei D. Afonso Henriques, quando este vinha de Norte para o Sul, conquistando terras e mais terras que estavam na posse da mouros, chegou às proximidades de Leiria e tomou-a também.
Aqui construiu um castelo roqueiro, que entregou à guarda dos seus guerreiros, abalando à conquista de mais terras para construir um Portugal maior.
Os mouros sabendo que o castelo estava pouco guardado, voltaram e, após uma luta porfiada, venceram os guardas do castelo e tomaram-no.
Nessa altura, passou a ser guardião do castelo, um velho mouro que vivia com sua filha, uma linda moura de formosos olhos verdes, cor de esmeraldas e cabelos louros entrançados que se chamava Zara.
Um dia, já o sol se escondia no horizonte sob nuvens acobreadas, a linda moura, estava à janela do castelo voltada ao Arrabalde, a pentear os cabelos grisalhos de seu velho pai, quando viu ao longe uma coisa que lhe pareceu estranha, mesmo muito estranha.
Que viu a linda princesa castelã, de olhos verdes esmeralda?
Viu o mato a deslocar-se de um lado para o outro e também em direcção ao castelo.
Foi então que a linda princesa perguntou ao seu velho pai:
- Oh! Pai, o mato anda?
E o pai da linda princesa, respondeu:
- Anda, sim, minha filha, se o levam.
E o mato era levado, sim, mas pelos guerreiros cristãos do Rei D. Afonso, que se escondiam atrás de paveias de mato que cortaram e juntaram para avançarem para o castelo sem serem vistos.
E avançaram, avançaram, avançaram cautelosamente, até que já próximo da porta chamada da traição, correram, passaram-na lestamente e conquistaram o castelo.
Nunca mais se soube da linda princesa de olhos verdes, nem do seu velho pai, que era o Governador, mas, a partir desse dia, Portugal ficou maior.

Até breve!