Espelho meu...
“Olhei-me ao espelho e não me vi, o meu reflexo deixou-me, morri…” É assim que começa o seu poema! E mesmo antes de o ler completamente, adivinhei-lhe logo os contornos. A sua imagem emergiu logo ali! Apesar de já não ser meu aluno, reconheci-o logo, aquele poema é o seu auto-retrato. É a imagem que ele tem de si, não a que nós vemos.
Conheci-o há três anos, pardal travesso, de cabelo emaranhado numa confusão de caracóis que lhe tombavam para os olhos doces como mel. Magrito e alto para a idade, parecia flutuar numa bola de sabão que esvoaçava pela sala, sem controlo, pousando aqui e ali de mansinho. Raramente era assíduo e pontual, os seus voos levavam-no para outras capoeiras, sem aviso prévio, e às oito e trinta, o seu poleiro estava lá, na sala 15, à espera, vazio. Depois de muitos pios, de muita lengalenga, já cansado de me ouvir a mesma cantata, passou a brindar-me todas as aulas com a sua presença. Chegava depois da hora, batia levemente na porta e espreitava com um sorriso maroto a bailar-lhe nos lábios finos, os olhinhos escuros a brilhar, a suplicar. E era com o olhar de mel que pedia para entrar, saltitando levemente até ao seu lugar. Ouvi-lo ler, era sentir uma toada suave que nos embalava delicadamente e nos transportava para lugares verdejantes, floridos, magníficos… A água murmurante a escorrer pelas pedrinhas cintilantes; a brisa fresca a beijar-nos as faces; as nuvens, novelos de lã, a pairar num manto azul celeste; a frescura da erva; o pipilar dos pardais; as borboletas a voltear; as abelhas, num zunido incessante, a beijocar as flores… E, envoltos no sonho, no embalo da sua voz cantante, o tempo parava, descansava… De repente, o silêncio acordava-nos e, todos caíamos de supetão na sala 15.
O poema emocionou-me, tremi, contive a custo uma lágrima indiscreta que teimava em espreitar pelo canto do olho…
Tenho um único desejo: que o espelho lhe devolva a imagem perdida embrulhada no mesmo sorriso maroto e doce com que me presenteou nas cento e muitas aulas daquele ano.
Ah, minha Dinamene, assi deixaste
quem não deixara nunca de querer-te!
Ah, Ninfa minha, já não posso ver-te,
tão asinha esta vida desprezaste!
Como já para sempre te apartaste
de quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te
que não visses quem tanto magoaste?
Nem falar-te somente a dura morte
me deixou, que tão cedo o negro manto
em teus olhos deitado consentiste!
Ó mar, ó Céu, ó minha escura sorte!
Que pena sentirei, que valha tanto,
que ainda tenho por pouco o viver triste?
Os sentimentos de dor, desgosto, desespero e ira do sujeito poético são visíveis em todo o poema. De modo gradativo, o soneto apresenta-nos a intensificação do sofrimento do sujeito poético:
1.ª Quadra: a interjeição "Ah" e as frases exclamativas sugerem o sofrimento do eu poético.
2.ª Quadra: as interrogações retóricas expressam a inconformidade e inquietação do sujeito e a expressão "para sempre" sublinha o carácter irremediável da separação dos amantes.
1.º Terceto: o léxico de conotações negativas, como “dura morte” e "negro manto", sugerem o carácter trágico da morte de Dinamene.
2.º Terceto: os vocativos - "Ó mar, ó Céu, ó minha escura sorte!" - agudizam o desespero e a dor do sujeito e a expressividade da frase exclamativa e da interrogação retórica final expressa a inquietação de um sujeito que não se conforma com a perda irremediável de Dinamene.
O poema relata uma separação. No entanto, neste soneto, o motivo da separação dos amantes e da ausência da mulher amada é a morte.
Estufado com vinho tinto
2 alhos laminados
1 cebola grandinha
4 tomates
2,5 dl de vinho tinto
0,5 dl de azeite
sal
pimenta
piripiri
azeite
sal
pimenta
orégãos
Junte a carne, o vinho, o sal, a pimenta, o piripiri e por fim regue com o vinho. Tape a panela de pressão e deixe cozer durante 30 minutos.
Descasque e corte as batatas às rodelas. Unte um pirex com um pouco de azeite e disponha as batatas às camadas, temperando cada camada com sal e pimenta. Polvilhe-as também com orégãos e regue com um fio de azeite. Leve-as ao forno.
Sirva a carne com as batatinhas e salada de tomate.
Bom apetite!
5 comentários:
Olá Mena
Um texto de uma ternura comovente!
Bjs.
Oi nena.
Os poemas são lindos.
As fotos muito agradável de se ver.
O seu estufadinho me parece deliciosos.
Mas o saboetinho está lindo.
Tem mimo 313 para voce.
bjtos no coraçãp.Nile.
boa tarde,td bem?
que belas imagens (dos barquinhos), tenho um lá em Aveiro parecido com estes;)
gostei das novidades!!!
fica bem,jinhos***
Oi Mena!!!
Que maravilha vc lembrae de seus alunos dessa maneira, através do poema que ele fez.
Como estas?
Me parece bem, a bailar pela praia!!!!
Bjks
Sonia
olá querida! tudo bem?
adorei as fotos!!! e o sabonete tb está lindo.
bjinhos e bom fim de semana! :)
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