segunda-feira, 5 de abril de 2010

A mulher das pérolas




Estamos aqui para ver os nossos colegas a representar!

O 9.º C representou e encantou todos os presentes.
Este grupo, que nos presenteou com uma série de pequenas dramatizações, foi orientado pelas professoras de Opção, Dulce e Cristina. Professoras e alunas estão de parabéns!

A Gata Borralheira e a Fada Madrinha: uma história tradicional bem conhecida de todos, contada com novos contornos.

As nossas pequenas actrizes iam mudando de roupa, no palco, e iam dando vida a muitas personagens diferentes. Dos caixotes coloridos que faziam parte do cenário ia saindo tudo o que era necessário para as sucessivas histórias.

O público manteve-se atento e interessado.

Uma criança de quatro anos, birrenta e mal-educada, dava cabo da cabeça da avó atenciosa e carinhosa...

As histórias sucedem-se e, enquanto umas se desenvencilham da roupagem, outras caracterizam-se, dando seguimento às várias histórias.

A menina rica que usa cartões de crédito e roupas de marca e a menina pobre com o seu vestido aos quadrados, feito com restos de tecidos.

O mundo da Barbie.

A bailarina veste-se...

O maestro e a bailarina.

No fim, todas as histórias se interligam através de uma conversa entre todas as personagens. Um final curioso, mas muito bem conseguido, de que não estávamos à espera.


A lírica camoniana

A mulher

O ideal de beleza


A beleza é um conceito muito subjectivo e difícil de definir. Ao longo dos tempos, certas mulheres e divindades incarnaram o ideal de beleza feminina do seu tempo. Por exemplo, para os egípcios, Ísis representava o ideal de mulher, para os gregos era a deusa Afrodite quem personificava a beleza feminina no Olimpo e para os romanos, a deusa da formosura era Vénus. Nos séculos XV e XVI, o ideal de beleza tem características estéticas perfeitamente definidas. Como podes verificar, tanto a Virgem do Pintassilgo de Rafael como o Nascimento de Vénus de Botticelli representam mulheres roliças de pele clara, testas altas e arredondadas, cabelos de oiro ondulados e compridos, olhos claros e luminosos e gestos harmoniosos e discretos. Estas mulheres, que representavam o ideal de beleza na renascença, seriam consideradas gordas pelos padrões que se impõem actualmente. Aliás, durante muitos séculos a gordura foi associada à formosura e privilégio dos ricos, pois esta diferenciava-os dos pobres, magros e pouco saudáveis. No século XX, o padrão de beleza foi incarnado por actrizes como Greta Garbo ou Marilyn Monroe. Nos finais deste século, o estereótipo de beleza feminina passou a ser divulgado pela televisão, pelo cinema e pela indústria da moda, foi-se impondo o apogeu da mulher magra e destronando o modelo de mulher roliça, de ancas largas e seios generosos. Actualmente, mais do que a magreza, impõe-se um modelo de mulher perfeita, detentora de um corpo escultural, de contornos bem definidos. Tornou-se comum recorrer à cirurgia plástica para atingir essa perfeição. De facto, o conceito de beleza é extremamente subjectivo, uma vez que é influenciado pela cultura de cada povo, pelos meios de comunicação, pela moda e pelo próprio gosto pessoal.


Ondados fios de ouro reluzente


A concepção de mulher é outro dos temas essenciais da lírica camoniana. Atenta na descrição que se faz da mulher amada neste soneto.

Ondados fios de ouro reluzente,
Que agora da mão bela recolhidos,
Agora sobre as rosas estendidos
Fazeis que sua graça se acrecente;

Olhos, que vos moveis tão docemente,
Em mil divinos raios encendidos,
Se de cá me levais alma e sentidos,
Que fora, se de vós não fora ausente?

Honesto riso, que entre a mor fineza
De perlas e corais nace e parece,
Se n'alma em doces ecos não o ouvisse!

Se imaginando só tanta beleza,
De si, em nova glória, a alma se esquece,
Que será quando a vir? Ah! quem a visse!


O ideal de beleza feminino renascentista

O ideal de beleza feminino renascentista corresponde à busca da perfeição, do equilíbrio e da harmonia. A mulher amada é representada como excepcionalmente bela, perfeita, angélica, serena, de contornos indefinidos, tornando-se objecto de contemplação espiritual.

De longos cabelos de oiro, ondulados, pele branca e delicada, faces rosadas, olhos claros e luminosos que reflectem um temperamento sereno e uma alegria discreta, ela é a Beleza celestial, a perfeição intocável e inatingível. Poderíamos mesmo dizer que na poesia renascentista, mais do que a representação da mulher, encontramos uma impressão causada pela idealização da mulher.



Trabalhito: colar com pérolas


A mulher das pérolas



Subia a calçada apressada, o semblante carregado, o cabelo ao vento. Nas orelhas umas pérolas minúsculas e o colar, com o movimento acelerado, balançava-lhe sobre o peito, de um lado para o outro, faiscante. Cruzei-me com ela, e no ar ficou o perfume doce, o brilho no ouro dos cabelos e as pérolas brilhantes a saltitarem-lhe no pescoço alto e fino. Sempre me encantaram as pérolas, grandes, pequenas, minúsculas, redondas, alongadas, frias, nacaradas, brilhantes! Estaquei, fiquei a olhar. O meu olhar seguiu aquela figura esguia, bem vestida, de sapatos de salto alto. A mulher das pérolas subia apressada e um homem de fato elegante seguia-a e pedia-lhe que não fosse tão depressa, que esperasse, que o ouvisse, mas ela seguia ligeira, os saltos altos açoitavam as pedras com força, com firmeza. Ele, por fim, alcançou-a, segurou-lhe o braço, abanou-a. Ela parou, fitou-o, primeiro nos olhos, depois baixou os olhos devagar até à mão que a prendia. A sua boca não articulou qualquer palavra, os seus olhos diziam tudo e ele tirou rispidamente a mão, como se os olhos dela queimassem. Não conseguiu encará-la, os olhos caíram-lhe no chão, os braços ficaram pendurados ao longo do corpo, frouxos. E a mulher das pérolas deu meia-volta e seguiu leve, sem pressa. Os saltos dos sapatos pretos e elegantes acariciavam agora as pedras da calçada.

O homem deixou-a ir, olhou-a mais uma vez, hesitante, e começou a descer a calçada. Não me viu ali parada, esbarrou comigo, balbuciou um desculpe e seguiu com o mundo às costas.

Não voltei a ver a mulher das pérolas, mas hoje ao galgar a calçada, lembrei-me dela. Que teria acontecido? Quem era o homem?

A funcionária anunciou:

- Professora, tem uma mãe para si. Posso mandá-la entrar?

-Sim.

Às voltas com o registo de faltas dos alunos, não sei bem para quê, nem dei pela entrada da senhora. Levantei a cabeça à saudação quente. E os meus olhos ficaram suspensos no colar de pérolas frias e brilhantes como os olhos da mulher. Nunca a tinha visto na escola, era a mãe de quem? Só podia ser a mãe da aluna nova. Escrevi-lhe, a Marta tem muitas faltas, chega sempre tarde às aulas…

- Professora, a minha filha e eu, nós viemos morar para cá. Está a ser difícil, são três. Não é fácil… dois na escola e o pequeno… e o trabalho. A Marta é a mais velha e não ajuda nada… Eu sei!… Chega atrasada, é um tormento para levantá-la!… Anda revoltada, não aceita a separação. Era muito chegada ao pai!... Estamos todos a adaptar-nos, é tudo novo…

E ela falava, falava, o colar a dizer que sim, a confirmar tudo. De vez em quando, enrolava o fio entre os dedos, passava as pérolas como se rezasse o terço e desculpava-se, prometia ser mais exigente com a filha… Tinha de responsabilizá-la mais, lá isso tinha!… Mas, professora, acredite, não é nada fácil!

Despediu-se, por fim, a mulher das pérolas. Saiu, deixando um rasto de perfume a bailar no ar e o toc-toc dos saltos a bater com firmeza no mármore da escadaria.






A Mena na cozinha

Salada de esparguete

esparguete cozido (sobras)
1 lata de cogumelos laminados
1 pimento vermelho assado
4 ovos
fiambre aos cubinhos
azeite
sal
pimenta

Aqueça um pouco de azeite, numa frigideira, e junte-lhe os cogumelos e o fiambre. Bata os ovos com um pouco de sal e pimenta e adicione-os ao preparado anterior, mexendo. Corte o pimento em tiras (pimento assado em frasco do Lidl) e acrescente aos ovos mexidos. Junte o esparguete escorrido e envolva tudo. Rectifique os temperos. Pode salpicar com salsa picada.

5 comentários:

APO (Bem-Trapilho) disse...

Olá Menita! tudo bem?
bjos e espero que tenha sido boa a tua Páscoa.

APO (Bem-Trapilho) disse...

ahh e adoro esse filme, da musica do Phil Collins. a banda sonora portuguesa tb está muito boa.

~*Rebeca*~ disse...

Mena,

Sabe o que acho fantástico em ti? É esse seu amor pela educação. Muito bom saber que tudo o que vem de ti é direto do coração.

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca

-

Mona Lisa disse...

Olá Mena

Vivi a peça de teatro ao ler o texto.

Acho as pérolas elegantes, distintas!

Não jantei...é tarde!

Bjs.

artes_romao disse...

boa tarde, td bem?
parabéns a todos por esta peça de teatro;)
as restantes novidades estão muito giras!!
fica bem,jinhos***