Era
uma vez ... nos tempos já muito distantes do Rei Afonso, que do norte
vinha
para o Sul, conquistando terras e mais terras que estavam na posse da
moirama, chegou
ele às proximidades de Leiria cuja terra conquistou também.
Aqui
construiu um castelo rouqueiro, que entregou à guarda dos seus
guerreiros,
abalando à conquista de mais terras, a construir um Portugal
maior.
Os
mouros sabendo do castelo pouco guardado, voltaram e, após uma luta
porfiada,
venceram os guardas do castelo e tomaram-no.
Passou
a ser por essa altura, seu guardião, um velho mouro que vivia com sua
filha,
uma linda moura de olhos esmeraldinos e louros cabelos entrançados,
chamada
Zara.
Um
dia, já o sol se escondia no horizonte sob nuvens acobreadas, a linda
moura,
estava à janela do castelo voltada ao Arrabalde, a pentear os cabelos
encanecidos
de
seu velho pai, quando viu ao longe uma coisa que lhe pareceu estranha,
mesmo
muito estranha.
Que
viu a linda princesa castelã, de olhos verdes de esmeralda?
Viu
o mato a deslocar-se de um lado para o outro e também na direcção do
castelo.
Foi
então que a linda princesa castelã perguntou ao seu velho pai:
"Oh! Pai, o
mato anda?" Ao que o pai da linda princesa, respondeu:
"Anda, sim,
minha filha, se o levam."
E o
mato era levado, sim, mas pelos guerreiros cristãos do Rei Afonso, que
se
escondiam atrás de paveias de mato que cortaram e ajuntaram para
avançarem
para
o castelo sem serem vistos.
E
avançaram, avançaram cautelosamente, até que já próximo da porta chamada
da
traição, correram, passaram-na lestamente e conquistaram o castelo.
Nunca mais se soube da linda princesa de olhos verdes, nem de seu velho pai, que era o Governador, mas, a partir desse dia, Portugal ficou maior.
Nunca mais se soube da linda princesa de olhos verdes, nem de seu velho pai, que era o Governador, mas, a partir desse dia, Portugal ficou maior.
Lenda do concelho de Leiria, ilustrada pelo pintor Mateus Delgado.
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