sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Princesa Zara




Era uma vez ... nos tempos já muito distantes do Rei Afonso, que do norte
 vinha para o Sul, conquistando terras e mais terras que estavam na posse da
 moirama, chegou ele às proximidades de Leiria cuja terra conquistou também.
Aqui construiu um castelo rouqueiro, que entregou à guarda dos seus 
guerreiros, abalando à conquista de mais terras, a construir um Portugal 
maior.
Os mouros sabendo do castelo pouco guardado, voltaram e, após uma luta
 porfiada, venceram os guardas do castelo e tomaram-no.
Passou a ser por essa altura, seu guardião, um velho mouro que vivia com sua
 filha, uma linda moura de olhos esmeraldinos e louros cabelos entrançados, 
chamada Zara.
Um dia, já o sol se escondia no horizonte sob nuvens acobreadas, a linda
 moura, estava à janela do castelo voltada ao Arrabalde, a pentear os cabelos 
encanecidos 
de seu velho pai, quando viu ao longe uma coisa que lhe pareceu estranha,
 mesmo muito estranha.
Que viu a linda princesa castelã, de olhos verdes de esmeralda?
Viu o mato a deslocar-se de um lado para o outro e também na direcção do 
castelo.
Foi então que a linda princesa castelã perguntou ao seu velho pai:
 "Oh! Pai, o mato anda?" Ao que o pai da linda princesa, respondeu: 
"Anda, sim, minha filha, se o levam."
E o mato era levado, sim, mas pelos guerreiros cristãos do Rei Afonso, que 
se escondiam atrás de paveias de mato que cortaram e ajuntaram para
 avançarem 
para o castelo sem serem vistos.
E avançaram, avançaram cautelosamente, até que já próximo da porta chamada
 da traição, correram, passaram-na lestamente e conquistaram o castelo.
Nunca mais se soube da linda princesa de olhos verdes, nem de seu velho pai, que era o Governador, mas, a partir desse dia, Portugal ficou maior.


Lenda do concelho de Leiria, ilustrada pelo pintor Mateus Delgado. 

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