Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu em 10 de Abril de 1924, em Vila Nogueira de Azeitão, tendo falecido a 7 de Fevereiro de 1952.
Licenciou-se em Filologia Românica, em 1946, na Faculdade de Letras de Lisboa, leccionando provisoriamente, dois anos mais tarde, na Escola Técnica de Setúbal.
“Serra Mãe” foi a primeira obra do poeta, que surgiu em 1945, seguindo-se, nos dois anos sequentes, “Loas a Nossa Senhora da Arrábida” e “Cabo da Boa Esperança”.
No dia 4 de Maio de 1951, casou com a amiga de infância Joana Luísa, no Convento da Arrábida, tendo sido a primeira cerimónia ali celebrada.
No mesmo ano surgiu a quarta obra, intitulada “Campo Aberto”.
A 7 de Fevereiro de 1952, Sebastião da Gama morre, vitimado por uma tuberculose renal, de que sofria desde a adolescência.
A título póstumo foram publicados, em 1953, “Pelo Sonho é que vamos” e “Lugar de Bocage na Poesia Portuguesa”, este último em resultado de uma conferência proferida em 15 de Setembro de 1950, em Setúbal.
“O Diário”, com prefácio de Hernâni Cidade, e “O Segredo é Amar” surgiram em 1958 e 1959, respetivamente.
O último livro editado, “Itinerário Paralelo”, data de 1967.
Em 1999, a Câmara Municipal inaugurou um pequeno museu dedicado ao poeta, em Vila Nogueira de Azeitão.
Neste espaço, onde está também instalado o pólo local da Biblioteca Municipal, figuram o espólio literário e numerosos objectos pessoais de Sebastião da Gama, relacionados com a vida e obra do poeta.
Museu Sebastião da Gama
No edifício do museu Sebastião da Gama, que reúne um significativo espólio do poeta e pedagogo que lhe deu o nome, funciona também um pólo da Biblioteca Pública Municipal.
O museu inclui uma sala destinada ao serviço educativo e ao desenvolvimento de atividades de expressão dramática com crianças, uma exposição sobre Sebastião da Gama e sobre a história de Azeitão.
MADRIGAL A UMA ESTRELA
De histórias de estrelas
Ninguém quer saber.
Não conto, não conto…
Quem é que te quer,
História da estrela
Que fica por cima
Da minha janela?
Tão bela, tão bela!
Comigo te guardo
Na vida e na morte.
Será um segredo…
Será uma estrela
Que eu leve a meu lado
Na vida que leve…
Escura que seja
– que vida tão clara!
Que noite tão branca
A noite que eu durma
(debaixo da terra)
Debaixo da estrela!
Não conto. Não digo.
Comigo te guardo.
Assim tu, ó estrela,
Me guardes contigo…
Sebastião da Gama
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