quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O oiro do dia


Despedida

Colhe
todo o oiro do dia
na haste mais alta
da melancolia.

Eugénio de Andrade

A poesia de Eugénio de Andrade está impregnada de metáforas, tornando-se necessário proceder à sua descodificação. Serve-se da imagem e da metáfora para nos transmitir a pureza original das coisas e banir os aspectos negativos que pairam sobre a humanidade.
No poema apresentado consegue percepcionar-se a sua consciência e ligação ao mundo, uma vez que surge o nome "melancolia", o que comprova que o sujeito poético tem os olhos abertos para o mundo e reconhece que este não é perfeito. Por isso, propõe que se colha "todo o oiro do dia" e que este se sobreponha à melancolia.
A consciência da efemeridade das coisas e da vida faz com que o sujeito lírico tente descobrir no mundo tudo o que este tem de luminoso e transparente, destacando-se, deste, modo, a euforia e a positividade de que se reveste a escrita deste poeta.
Nos seus poemas, o amor e a felicidade sobrepõem-se aos aspectos negativos, apelando aos elementos naturais e fazendo-os prevalecer sobre aqueles que o Homem construiu. Pretende restituir ao Homem a harmonia e a totalidade, falando-lhe da terra, onde está a sua origem e dos elementos naturais que a integram.
Esta mensagem de paz e tranquilidade é transmitida numa linguagem simples e franca, onde as palavras e as imagens traduzem emoções e um sentimento de plenitude e de esperança face a uma sociedade hostil que o leva, por vezes, a insurgir-se e a manifestar o seu desagrado.
Concluindo, há neste poema uma mensagem: devemos consciencializarmo-nos da fugacidade das coisas e da necessidade de aproveitar o dia; devemos ligarmo-nos mais à terra e à natureza.





A Mena na cozinha

Meloa com vinho do Porto

1 meloa
0,2 dl de vinho do Porto
hortelã


Descasque a meloa e corte-a em cubos.
Lave as folhas de hortelã e corte-as fininhas. Ponha tudo no frigorífico e, na hora de servir, misture com o vinho do Porto.



Muffins de Chocolate da M.


180 g de farinha de trigo

3 ovos

1,5 dl de óleo

1 colher de chá de bicarbonato de sódio

180 g de açúcar

60 g de chocolate em pó

100 g de Chocolate para Culinária picado

1/2 chávena de chá de nozes picadas (facultativo)

1 pitada de sal



Bata muito bem os ovos, o açúcar e o óleo, até obter um creme fofo e esbranquiçado. Reserve.
Numa taça misture o chocolate em pó, a farinha misturada com o fermento, o bicarbonato e o sal.
Junte o Chocolate para Culinária picado, as nozes picadas e o creme reservado e envolva bem, sem bater.
Ponha a massa em formas de queques, untadas com manteiga e polvilhadas com farinha.
Leve a cozer no forno a 200ºC cerca de 20 minutos.
Desenforme ainda quentes e sirva-os em caixinhas de papel frisado.


Estes muffins foram feitos pela minha filhota. A miúda vai-se ajeitando, não acham?






Trabalhinho:




Moldura "Vamos colher flores"

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

É urgente o amor

Urgentemente

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente permanecer.

Eugénio de Andrade



Neste poema ressalta um tom apelativo: o sujeito poético lança um apelo a toda a humanidade. É logo a partir do título que ele nos atira um grito urgente em que reclama a harmonia. Esse grito percorre todo o poema: além da repetição do vocábulo "urgente", os verbos "inventar", "multiplicar" e "descobrir" sugerem, também, a necessidade de expandir o amor e contribuem para reforçar a ideia que defende desde o início - espalhar a harmonia no mundo, começando pelos homens.
Há ainda, outras expressões que remetem para a necessidade de fazer prevalecer o amor sobre a humanidade: "um barco no mar", a sugerir a salvação, uma vez que esse sentimento também pode salvar o Homem da destruição iminente; o mesmo é sugerido pelas expressões "inventar a alegria", "multiplicar os beijos, as searas", "descobrir rosas e rios / e manhãs claras" que servem para despertar a vontade de aumentar a amizade, a felicidade e a fraternidade. A última expressão simboliza ainda a beleza, a alegria e a presença do outro. O verbo "permanecer" conota a insistência e a necessidade de se construir um ambiente fraterno e amigável.
Há, todavia, muitos elementos que sugerem a oposição ao amor e que, por isso, é preciso destruir, destacando-se o "ódio / solidão e crueldade / alguns lamentos / muitas espadas", "o silêncio", a "luz impura". De facto, a negatividade que envolve este vocabulário serve para destacar a vantagem da sobreposição do amor, em detrimento destes aspectos negativos que ameaçam o mundo. E se estes vocábulos sugerem o disfórico, os verbos também adquirem valores opostos. Assim, "inventar" e "permanecer" remetem, respectivamente, para a necessidade de voltar a construir a amizade e a fraternidade, partindo do nada para aí não existir impureza, e para a ideia de persistência, de luta constante, para que a esperança não se apague e a "luz impura" se imponha "até doer". Já o verbo "destruir" encerra uma conotação negativa, embora no contexto se reporte à destruição de todos os aspectos impeditivos à implantação desse amor, assumindo, deste modo, um valor positivo.
Há outras palavras que devemos descodificar, porque o seu valor semântico se associa à mensagem que o sujeito poético pretende transmitir. O nome "barco", símbolo da viagem que permitirá a fuga e a consequente salvação, enquanto "espadas" indica sentimentos contrários e sugere a guerra, o ódio, a violência; a palavra "silêncio" remete para o isolamento, a solidão, a falta de comunicação; "rosas" significam beleza, harmonia, amor, pureza e os "rios" e as "manhãs claras" apontam para a felicidade, a alegria e a paz. Sendo Eugénio de Andrade um artista da palavra, não é de estranhar que utilize uma linguagem rica e variada, seleccionando o vocabulário que lhe permite transmitir o seu apelo e as razões por que o faz. Serve-se, também, de um conjunto de recursos de estilo que servem a sua intencionalidade: a anáfora e as repetições, a traduzir a insistência do apelo ("É urgente o amor. / É urgente um barco no mar. / É urgente destruir certas palavras";"É urgente o amor , é urgente permanecer".); as antíteses, para apresentar duas realidades distintas e permitir a opção pela mais benéfica para a humanidade ( destruir / inventar; descobrir / permanecer); as aliterações em "s" e em "r", a sugerirem a reflexão e a preocupação (destruir certas palavras; lamentos; espadas... solidão; searas; silêncio... urgente; amor; barco; mar...); as hipérboles, usadas primeiramente como forma de acentuar a destruição e depois para acentuar a urgência do amor ("É urgente destruir / certas palavras, / ódio, solidão e crueldade, / alguns lamentos, / muitas espadas"; " É urgente inventar alegria, / multiplicar os beijos, as searas, / é urgente descobrir rosas e rios / e manhãs claras."); a metáfora, que serve para exprimir o valor simbólico à mensagem ("É urgente um barco no mar."...)
Concluindo, poder-se-á afirmar que todos os processos usados pelo poeta concorrem para clarificar a mensagem que o poema encerra: sem amor não há futuro nem harmonia no mundo. O próprio título da obra, de onde foi tirado este poema, "Até amanhã" conota a esperança e a persistência da necessidade de inventar e construir o amor.





A Mena na cozinha

Aveludado de legumes

4 batatas
1 chuchu
200 g de abóbora
1 courgete
1 alho francês
1 cebola
1 dente de alho
1 couve-flor pequena
água
sal
azeite
coentros
pimenta (se gostar)

Coza todos os legumes em água com sal. Quando estiverem cozinhados, reduza-os a puré e rectifique os temperos.

Sirva o aveludado quente, polvilhado com coentros picados.


Dióspiros com nozes e canela

Devido aos taninos algumas variedades só são comestíveis já muito maduras. Os taninos tornam os dióspiros "ásperos" e, por isso, algumas pessoas não os apreciam... Nada com deixá-los amadurecer ao máximo, ou experimentar a variedade "dióspiro de roer". Contêm Ómega -3 e são uma excelente fonte de betacaroteno.

4 dióspiros
nozes picadas
canela em pó

Lave os dióspiros, limpe-os e pele-os cuidadosamente. Polvilhe com as nozes picadas e com canela a gosto. Se gostar, em vez de canela, pode salpicar, por cima, com um pouco de caramelo.





Miminhos e prémios



Estes selinhos vieram daqui!

Obrigada!!!

Ofereço a todas que passarem por aqui.


Prémio "Coração Blogueiro"


Recebi este prémio desta amiga! Obrigada!
Agora vou atribuí-lo a todas as meninas que passam por aqui!





Trabalhinhos:


Sabonete
Caixa

Aqui está o conjuntinho! Ficou bem amoroso, não acham?