sábado, 26 de março de 2011

"CENSOS 2011" – Perigos vários no preenchimento

Para além da questão da forma como pretendem diluir e encobrir a situação dos “recibos verdes” e que tem vindo a ser amplamente divulgada, há mais manobras do poder mafioso.

Para que querem saber o nosso NOME e o das pessoas que moram connosco? É um dado estatístico? Não é! Somente é interessante saber o número de pessoas e o seu perfil sócio-económico. Decerto não vão avaliar o número de Antónios, Marias ou Silvas que existem porque isso não interessa para nada.

O NÚMERO DE TELEFONE? Para quê? Estatisticamente só interessa saber se se TEM telefone! Para venderem dados às empresas telefónicas ou para as empresas que nos aparecem a oferecer serviços através do telefone?

E o ENDEREÇO de EMAIL? Para quê? Estatisticamente só interessa saber se se TEM email! Não para depois virem a utilizar para fins menos claros ou comerciais.

A mercantilização tem limites. Os Censos são peças importantes de conhecimento sobre o parque habitacional (por acaso contido nas bases de dados da DG Impostos e a que só os governos tem acesso) ou sobre a realidade socio-económica mas, NÃO PODEM SER UTILIZADOS PARA COLHEITA DE DADOS PESSOAIS, INDIVIDUALIZADOS!

Tanto assim é que o INE não divulga dados se se referirem, por exemplo, a uma ou duas empresas, para manter o sigilo sobre o que seria facilmente identificável

Caso contrário, nós iremos fornecer de borla e descuidadamente, elementos para as bases de dados da polícia, dos impostos, da CIA, dos bancos, ou, a máfia vai vender dados aos supermercados e outros que paguem para o efeito.

Recorda-se o caso recente do acordo entre o governo português (neste campo representado pelo inteligente (?) Rui Pereira) com o governo dos EUA, para o fornecimento de dados nossos

Recorda-se ainda que a Constituição Art.º 41 n.º 3, diz textualmente:

"Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder."

Claro está que eles podem reunir elementos das bases de dados existentes , às quais têm acesso e juntar uma porção de dados sobre nós. Mas isso é caro, nem sempre coaduna o mesmo grau de actualização, entre outras questões técnicas e, portanto, torna a coisa menos fiável do que um censo, onde toda a gente é considerada. E, no âmbito de um censo a Protecção de Dados não é metida nem achada.

NÃO PREENCHAM ESTES CAMPOS – NOMES, EMAIL, TELEFONE ou, se preferirem, ALDRABEM.


Grazia Tanta