Vou propor-vos um desafio: estas flores de feltro foram confeccionadas com que fim? Dêem uma resposta, deixando um comentário e o contacto. Quem acertar, receberá um presente mym. Boa sorte! Participem.
Na próxima sessão eu darei a resposta correcta e revelarei o vencedor do desafio.
Colar para menina com várias peças em fimo, cordão branco e corrente prateada.
Cá estou outra vez!
Hoje não vos vou propor qualquer passeio. O dia não está nada agradável! Está muito vento, pelo menos por aqui.
Então, decidi escrever sobre o dia-a-dia, algo do tipo "ficar por casa!…”
Eu costumo dizer, às vezes, que os meus dias deveriam ter pelo menos mais umas seis horas. Para quê? Perguntam. Para fazer tudo aquilo de que gosto: dar aulas, ler, conversar com os alunos sobre outras coisas, ler, cuidar das plantas, ler, bordar, ler, moldar, ler, cozinhar, ler, passear, ler, estar com os amigos, ler, passar mais tempo com a família, ler… De facto, não tenho tido muito tempo para ler e é por isso que o repeti uma centena de vezes.
Ora bem, decidi dar-vos a receita do coelho à minha moda, é fácil e muitíssimo apetitoso. Depois, digam se é ou não como eu digo.
Ingredientes:
1 coelho
4 dentes de alho
2,5 dl de azeite
Batatas pequenas
200 g de cogumelos inteiros
Tomilho
Sal
Pimenta em grão
Louro
Corte o coelho em pedaços e tempere-o com sal, pimenta em grão, dentes de alhos às rodelas finas e folhas de louro.
Na panela de pressão ou numa caçarola, coloque o azeite e leve a lume brando. Quando estiver quente, adicione o coelho, os alhos laminados e os grãos de pimenta (não junte aquele molho que o coelho costuma ganhar). Tape a panela e deixe estufar, lentamente, durante 20 minutos. De vez em quando, agite a panela.
Entretanto, descasque as batatinhas e passado o tempo indicado, junte-as ao coelho, salpicando-as com o sal e o tomilho. Adicione também os cogumelos, volte a tapar a panela e deixe cozinhar por mais 15 minutos. Não esqueça de agitar de vez em quando a panela para não se pegar. Sirva com uma boa salada mista e delicie-se.
Bem, não imaginam onde está esta planta: junto ao poste da luz, dentro do espaço que deixaram no passeio para a colocação do candeeiro.
O meu alecrim está carregadinho de flores brancas. Lindo!
A minha oliveira está a ficar cada vez mais bonita!
A cameleira veio da outra casa, estava num local abrigado e estava linda, trouxe-a comigo e uma outra de flores brancas que não resistiu ao vento que se sente por aqui. Esta esteve muito feia, completamente depenada, mas este ano já deu flor, já se habituou ao nosso amigo vento.
Como o tema foram as flores e as plantas do meu jardim, aqui fica um poema de D. Dinis, uma cantiga de amigo.
-Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
Ai, flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pos comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado
aquel que mentiu do que mi ha jurado!
Ai Deus, e u é?
-Vós me preguntades polo voss'amigo,
e eu ben vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me preguntades polo voss'amado,
e eu ben vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é san'e vivo
e seerá vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é viv'e sano
e seerá vosc'ant'o prazo passado.
Ai Deus, e u é?
pino: pinheiro
novas: notícias
e u é?: e onde ele está?
do que pôs comigo: sobre aquilo que combinou comigo (isto é, o encontro sob os pinheiros)
preguntades: perguntais
polo: pelo
que é san’e vivo: que está são (com saúde e vivo)
e seera vosc’ant’o prazo saído (passado): e estará convosco antes de terminar o prazo combinado
Este tipo de cantiga teve origem na Península Ibérica. Nela, o sujeito poético é uma donzela (mas o autor era um homem, devido à sociedade feudal e ao restrito acesso ao conhecimento na época), que canta seu amor pelo amigo (amigo = namorado), muitas vezes em ambiente natural. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, lamentando, por vezes, a ausência do amado, outras vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Aqui, nesta cantiga, a donzela pergunta às flores dos pinheiros (elementos personificados) notícias do seu amado, por onde andará ele? Ele ter-lhe-á mentido, isto é, teria marcado um encontro, ao qual ainda não compareceu. Os pinheiros respondem à donzela que o seu amado está bem de saúde e vivo e que se encontrará com ela antes de terminar o prazo combinado.