A Formosíssima Maria
(continuação da análise)
Discurso de Maria (est.103 - 105)
(processos utilizados para comover e convencer o pai)
A dignidade e a tristeza de Maria constitui um factor muito importante para o bom acolhimento do pai.
Todo o discurso de Maria está orientado para sensibilizar e impressionar o rei. Há em primeiro lugar o engrandecimento do povo invasor (os mouros), de terrível ferocidade: "Quantos povos a terra produziu / De África toda..." (hipérbole); "gente fera e estranha, / O grão rei de Marrocos conduziu / Para vir possuir a nobre Espanha" (nota a ênfase dada ao poderio do rei inimigo, grão rei, a expressividade do verbo possuir, que sugere mais o sucesso dos inimigos do que invadir, ou atacar, e a antítese entre essa gente fera e estranha e a nobre Espanha); "Trazem ferocidade e furor tanto / Que a vivos medo e a mortos faz espanto!" (repara no sentido hiperbólico da frase, realçado também pelo hipérbato, ou inversão da ordem das palavras, verificado no último verso, onde se nota ainda o zeugma, ou supressão da forma verbal faz da primeira oração).
Há, depois, o facto de ser o seu próprio marido, "Aquele que me deste por marido", que está sujeito "Ao duro golpe... da maura espada" (nota que há aqui a intenção, da parte da Maria, de corresponsabilizar o pai pelo seu casamento, pela sua felicidade como esposa, incutindo-lhe a obrigação moral de ir em auxílio do marido). Com essa intenção ela insiste na sua possível e iminente desventura: "Ver-me-às dele e do reino ser privada; / Viúva e triste posta em vida escura, / Sem marido, sem reino e sem ventura". Veja-se a expressividade do polissíndeto, repetição da conjunção e, e da repetição da preposição sem, acentuando os vários bens que ela perde e os males a que fica sujeita; nota ainda que o triplo uso de sem, dando ao verso o ritmo ternário, realça o facto de ela como esposa perder o rei, como rainha perder o reino e como pessoa individual perder a sua felicidade. De novo se verifica a antítese entre o pequeno poder do marido e o grande poderio dos mouros, "...duro golpe... da maura espada", e entre o pequeno poder do marido e a sua coragem ("oferecido /Ao duro golpe"). Maria procura depois tocar o pai ora apelando para a sua vaidade e desejo de glória: "... ó rei de quem com puro medo / O corrente Muluca se congela" (nota a hipérbole), ora despertando nele o seu amor de pai: "se esse gesto... / De pai o verdadeiro amor assela, / Acude e corre, pai, que, se não corres, / Pode ser que não aches quem socorres!" Nota a repetição da palavra pai (o pai era a única pessoa que lhe podia valer) e a repetição do verbo correr e dos imperativos rompe, acude e corre, tudo isto para sugerir a urgência da ajuda suplicada, porque, "...se não corres, / Pode ser que não aches quem socorres!" (qualquer demora tornará a ajuda inútil).
Repara ainda na expressividade do latinismo miseranda ("acude cedo /À miseranda gente de Castela") que significa necessidade, urgência em realizar a acção. Portanto a gente de Castela era digna de compaixão, o rei português devia apiedar-se dela.
O discurso de Maria foi organizado pelo poeta com a intenção de comover, impressionar o pai. Daí a predominância da função apelativa da linguagem ( vocativos, repetição de formas verbais imperativas, preocupação constante de justificar a intervenção do rei em favor do marido).
Breve síntese dos aspectos mais importantes do discurso de Maria:
a) Argumentação:
Apresentação do exército muçulmano para "possuir" a "nobre Espanha" - a ferocidade do inimigo / o medo de Maria de perder o marido, o reino, a felicidade.
As consequências para si e para o seu marido.
A responsabilidade do pai pelo seu destino: "me deste por marido".
Exaltação do poder do rei D. Afonso IV e do seu povo.
Apelo ao amor paternal.
b) Os objectivos:
- Impressionar pelo exagero descritivo da situação.
- Denunciar as consequências funestas e as responsabilidades.
- Comover pelo recurso à sua situação particular.
- Convencer através da lisonja e do apelo ao amor paterno.
- Convencer recorrendo às forças da razão - gravidade da situação; e às forças do sentimento: tensão emocional.
Conclusão do episódio (estrofe 106):
Comparação entre a sorte da "tímida Maria" e da "triste Vénus":
- a beleza e a atracção;
- a atitude feminina;
- as maifestações patético-sentimentais.
A resolução favorável do rei à semelhança de Júpiter:
- "tudo o clemente Padre lhe concede";
- considera ser pouco o que lhe é pedido.
"As mulheres (...) devem procurar tornar-se atraentes quanto o permitirem a natureza e o bom gosto. Depois da guerra elas deverão vestir-se como mulheres e ter uma atitude feminina..."
Carne de porco com cenoura e alho francês
sal
azeite
1 cebola
2 dentes de alho
1 folha de louro
0,5dl de vinho branco
água
200 g de cenoura
200 g de alho francês (parte branca)
200 g de tomate
1 raminho de hortelã
Arroz
200 g de arroz
1 cebola picada
2 dentes de alho
sal
1 folha de louro
2 colheres de sopa de azeite
Entretanto aloure outra cebola em azeite aromatizado com o alho picado e o louro. Junte o arroz e envolva bem. Adicione água a ferver (o dobro da medida do arroz), tempere com sal e deixe levantar fervura. Reduza o lume para o mínimo, mexa e deixe cozinhar em tacho tapado durante 8 minutos. Desligue o fogão e deixe repousar mais 10 minutos, mantendo o tacho tapado.
Este prato também fica óptimo confeccionado com carne de vitela.
Bom apetite!
Desafio
Recebi esse desafio desta menina.
Repasso para as cinco primeiras pessoas que comentarem neste post.
signo: Virgem (leio às vezes, mas não acredito muito!)
uma pessoa: o meu marido
um nome: Ana
um lugar: aqui no meu sofá
um pecado: a preguiça
um programa: ver um filme em família
um verbo: amar
uma música: Intervalo (Perfume e Rui Veloso)
uma roupa: top
uma bebida: sumo de laranja
um doce: maçã reineta assada
uma paixão: livros
um vicio: chocolate amargo (por vezes)
sonho de consumo: construir uma piscina no meu quintal
um sonho: continuar a ser feliz e a ter saúde
não vivo: sem minha família
na minha bolsa não pode faltar: a carteira com os cartões e os documentos
não gosto: de mentiras
gostaria: de continuar a ter motivos para sorrir
frase preferida: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” (Fernando Pessoa)
pior hábito: criticar tudo e todos
razões para sorrir: tenho sempre razões para sorrir, graças a Deus!
doce ou salgado: depende
bolo ou torta: torta
diamantes ou pérolas: pérolas
café ou chá: chá
coca cola ou guaraná: guaraná
telefone ou internet: internet
cheiro favorito: jasmim
roupa que está vestindo agora: calças castanhas de ganga, camisola bege, botas castanhas.
lua de mel: não tive, estava a estudar na Faculdade, não faltei às aulas…
uma viajem inesquecível: todas são inesquecíveis
eu sou: teimosa, perfeccionista, amiga, leal...
deveria ser: menos teimosa
uma mensagem: cada dia é um presente que a vida nos dá e merece ser vivido da melhor maneira, intensamente.
Continuem a brincadeira!...
7 comentários:
Mena, que excelente refeição!
Muito completa e colorida!
Obrigada pelo desafio, vou levá-lo. Publico-o logo que possível (é um pouco extenso e ainda agora publiquei um longo), mas fá-lo-ei muito em breve! :)
Bjókas e obg****
Olá. Já me estás a fazer crescer água na boca...
Bjs e continuação de boa semana!
M. Céu
Obrigada Mena!!!
Tô levando.
Pelo que li, parece interessante essa questão que vc escreveu.
Quem é Olga Michakova?
Achei interessante o que ela disse.
Bjks
Sonia
Olá Mena. Hum, parece que ja cheira bem...
Achei o desafio interessante, vou levá-lo comigo, bigada.
~Jinhos
Armanda
Olá Mena,
A espectacularidade continua bem viva aqui!!!
Na Educação...na Culinária e nas Artes Decorativas!!!
Muitos parabens!
Um grande abraço,
Maria Lemos
boa noite,td bem?
este post está lindissimo.
esta comida, parece ser delicioso.
a flor esta um mimo,parabens.
fika bem,jinhos***
Não teve lua de mel? nem depois que acabaram as aulas?
Ainda há tempo de fazer sua lua de mel...
Mena, deixei o desafio PANDORFIMO no meu blog, vc aceitou?
Bom final de semana
Bjokas
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