“O Velho do Restelo” e o “Auto da Índia”
Enquanto expressão de uma atitude de oposição à expansão marítima para oriente, podemos relacionar a fala do “Velho do Restelo” com as críticas expressas no “Auto da Índia”, dezenas de anos antes, por Gil Vicente. Nos dois casos, encontramos a mesma visão anti-heróica e anti-épica da expansão; a mesma perspectiva pragmática de quem não corre atrás de ilusões; o mesmo desejo de paz e de tranquilidade; o mesmo receio do desconhecido.
Aquilo que Gil Vicente condena em tom satírico, di-lo também o experiente “Velho do Restelo” num tom sério e austero. O “Auto da Índia” critica fundamentalmente o desamparo em que se deixam as famílias, o adultério das mulheres, provocados pela ida dos homens para a Índia, em busca de enriquecimento fácil e, quase sempre, ilusório. E as palavras do “Velho do Restelo” parecem um eco desse auto — “Fonte de desamparos e adultérios”.
“Mar português” e “O Velho do Restelo”
A expansão e as descobertas marítimas portuguesas são temas recorrentes na Literatura Portuguesa.
Em “Mar Português”, tomamos conhecimento de que as profecias do “Velho do Restelo” se concretizaram, relativamente ao sofrimento que os portugueses iriam passar caso decidissem seguir “o fraudulento gosto” da cobiça e da ambição.
Dura inquietação d'alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios;
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com que se o povo néscio engana.
A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo de algum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?
Os dois textos enfatizam o sofrimento e a dor que passaram os portugueses, aquando do empreendimento marítimo dos Descobrimentos. No entanto, se no episódio de “O Velho do Restelo” há uma crítica feroz às ambições portuguesas e ao carácter aventureiro dos portugueses, pelo contrário, em “Mar Português”, o sujeito poético realça positivamente a empresa dos Descobrimentos e enaltece a grandeza da alma humana, disposta a enfrentar perigos e desafios em nome da glória.
Existe uma contradição entre os princípios defendidos pelo Velho do Restelo e o assunto do poema " Mar Português". Esta define-se através dos argumentos utilizados pelo Velho do Restelo ao defender os seus princípios por oposição ao optimismo apresentado no poema de Fernando Pessoa.
O Velho do Restelo revela no seu discurso uma crítica aos Descobrimentos e à insatisfação permanente do Homem, utilizando uma série de argumentos: as consequências da ambição desmedida, nomeadamente o adultério, as mortes, os perigos; o facto de o homem ser descendente de Adão e Eva, cuja injustificada insatisfação os levou a desobedecer, comendo o fruto proibido; a ambição, a ganância e a vaidade que dominava os Portugueses, levando-os a desejar descobrir o caminho marítimo para a Índia, tornando-se famosos aos olhos do mundo, deixando, no entanto, o inimigo, no norte de África, mesmo ali, às portas do reino indefeso e à mercê dos mouros.
Contrariamente, o poema "Mar Português" revela-nos que apesar do sofrimento, resultante do empreendimento dos Descobrimentos, este "valeu a pena", pois ficou na memória da humanidade, como sendo algo grandioso e glorioso.
Assim, podemos sintetizar esta contradição através dos verso:s "Mísera sorte! Estranha condição!" (est.104, v.8) e "Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena" ("Mar Português" (vv. 7 e 8 ).
Na primeira, o Velho do Restelo menciona a insatisfação e a sorte miserável do Homem que nunca está satisfeito, querendo sempre mais, almejando sempre novas conquistas, novos desafios, enquanto na segunda, se diz que todos os esforços e sofrimentos do Homem são gratificantes, se os objectivos a que se propõe valerem a pena, servirem toda uma comunidade. Pois, segundo o poeta, tudo na vida tem o seu lado positivo, só é preciso termos força de vontade, espírito de sacrifício, pormos os objectivos comuns à frente de qualquer benefício pessoal, aspirarmos ao conhecimento, à felicidade, à fraternidade, a um mundo onde todos tenham ideais, igualdade de oportunidades, onde todos possam “ser” e não “parecer” apenas, podendo todos ascender igualmente à glória.
"Praia das lágrimas" do álbum "Auto da Pimenta" de Rui Veloso
Ó mar salgado, eu sou só mais uma das que aqui choram e te salgam a espuma.
Ó mar das Trevas, que somes galés meu pranto intenso engrossa as marés.
Ó mar da Índia, lá nos teus confins de chorar tanto tenho dores nos rins.
Choro nesta areia salina será choro toda a noite séco de manhã.
Ai, ó mar Roxo, ó mar abafadiço, poupa o meu homem não lhe dês sumiço.
Que sol é o teu nesses céus vermelhos que eles partem novos e retornam velhos.
Ó mar da calma, ninho do tufão, que é do meu amor seis anos já lá vão.
Não sei o que os chama aos teus nevoeiros: será fortuna ou bichos-carpinteiros.
Ó mar da China, Samantra e Ceilão, não sei que faça, sou viúva ou não.
Não sei se case notícias não há será que é morto ou se amigou por lá.
Trabalhinho: Saco/mala
Laços com aveludado de carne e soja
1 cenoura grande
1 chávena de soja (granulado fino)
2 colheres de sopa de concentrado de tomate
1 cebola
2 dentes de alho
1 dl de vinho branco
sal
pimenta
noz moscada
2 dl de natas
azeite
queijo ralado
Tempere com sal, pimenta e noz moscada.
Quando estiver pronta a carne, junte as natas e deixe apurar. Passe a varinha mágica.
Coza lacinhos em água com um fio de azeite, durante 10 minutos. Sirva com o aveludado de carne e soja, polvilhe com queijo ralado.
Se preferir, sirva com puré de batata e salada.
Bom apetite!
O quarto bagunçado: por vezes é difícil manter o quarto na linha, bem arrumadinho! No teu quarto o que é que está mais vezes fora do lugar?
Pois bem, no meu quarto o que fica mais vezes fora do lugar são os adereços: colares, brincos, cintos, malas, sapatos... É que, na hora de escolher, fico sempre indecisa e ponho e tiro e volto a pôr e a tirar, o tempo passa e depois saio à pressa sem ter tempo de voltar a arrumar tudo no devido lugar.
Passo este desafio a quem quiser contar como é o seu quarto bagunçado.
9 comentários:
Mena,
Fez carinho no Bigodudo?rs
Adoro aquele gatinho e acho tudo o que vc faz um amor.
Beijo grande, menina linda.
Rebeca
-
oi Mena!!!
Hehehe... vou levar para contar o meu.
Sua filhota tá linda e a bolsa super fashion!!!!
Bjks
Sonia
boa tarde,td bem?
hummm, k interessante...
em relaçao a esta comida, nunca provei...mas parece ser boa,lol..
a malinha está super gira, um 'must'...
o desafio é engraçado.
o meu anda sempre mais arrumadinho...lol.
sou mt exigente comigo própria:P, p além de ser com os outros e depois muitas vezes eu é k saio mal...mas ok.
também tenho mais tempo livre...
fika bem,jinhos***
Mena,
Eu já fiz esse desafio... e amei! Muito engraçado!
Mesmo assim, obrigada pela lembrança, viu?
Tudo o que vem de você, acolho com o maior carinho.
Beijo grande.
Rebeca
-
Olá Mena!
Adorei a mala! Dá para contar uma história através dos elementos que a compõem. Está fantástica,assim como a filhota!
Também vou levar este desafio, mas confesso que não sou eu quem desarruma o meu quarto!
Bjos
Olá mena! apesar de não ter muito tempo para postar! vou querer fazer este teu desafio, está muito giro!
adorei a mala da tua filhota! está muito querida! e os pratos estão apetitosos! beijinhos
Mena
Estou levando o desafio, depois vc vai lá ver...
Ah, gosto dos autos do Gil Vicente. Meu marido já foi ator e também gosta, já encenou alguns textos dele.
Bjokas:D
Mena, grata pelo convite....
vou colocar no meu blog...
adorei o teu desenho no lençol bordado pela tua mãe... parabéns às duas...(perdoe-me, mas a língua portuguesa é dificil, e não sei se "as duas" leva ou não crase. Coloquei. Vamos lá ver!!!!)
A bolsa também está muito verão, calor, sol......
Por último, aquilo que me faz saltar os olhos e o paladar..., e quase sentindo o cheiro no ar, as fotos e receitas de culinária.
Você é uma cozinheira de mão cheia......
abraços de Maria Filomena
Olá Amiga
No passado sábado, passei por aqui (até que enfim...) era meu dia de folga e expliquei-te os meus motivos da ausência. Espero tenhas compreendido.
Hoje, com muito menos tempo, acabei de chegar do colégio e....segue-se o resto, venho só deixar-te um beijinho.
Apesar da ausência, sabes quanto sou tua amiga!
As prioridades, como te falei...!
Um grande beijinho com carinho e mizade
Cassilda
Enviar um comentário