sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A carta de amor

Aqui fica a minha abobrinha para assinalar o Halloween! Gostam?

O Halloween é uma festa celebrada no dia 31 de Outubro, véspera do dia de Todos os Santos, realizada em muitos países ocidentais, mas mais representativa nos Estados Unidos, onde chegou em meados do século XIX.


O Dia das Bruxas


A história deste dia com mais de 2500 anos, surgiu entre o povo celta, que acreditava que no último dia do Verão (31 de Outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objectos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas…
Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.
Com o objectivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de Novembro).

Mais duas fotos tiradas numa rua de Santos.




A carta pessoal de amor



Terrível Bebé:


Gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha também. E é bombom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o Bebé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguém gosta de mim, e também porque é que havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao principio, e parece-me que ainda

lhe telefono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na boca, com exactidão e gulodice e comer-lhe a boca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu ombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e porque é que a Ophelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gás e expressão geral de não estar ali mas na pia da casa ao lado, e exactamente, e enfim, e vou acabar porque estou doido, e estive sempre, e é de nascença, que é como quem diz desde que nasci, e eu gostava que a Bebé fosse uma boneca minha, e eu fazia como uma criança, despi-a, e o papel acaba aqui mesmo, e isto parece impossível ser escrito por um ente humano, mas é escrito por mim.


Fernando


Meliante - malandro, vadio

Cevado – homem muito gordo

Javardo – homem bruto e pouco asseado, grosseirão.


Os elementos estruturais que estão presentes nesta carta de amor são:


Data

Saudação inicial através de uma fórmula de tratamento carinhosa

Assinatura do remetente



A carta de amor insere-se no grupo das cartas pessoais e, como podes ver, não apresenta uma estrutura rígida e normativa, como acontece na carta formal. A espontaneidade e a emotividade do seu discurso vencem a rigidez estrutural.


O remetente evidencia uma certa preocupação em adequar o registo de língua à situação amorosa e ao destinatário em questão, a sua amada, utilizando para o efeito alguns recursos expressivos:


Formas de tratamento carinhosas:

- “Ophelinha”

- “Terrível Bebé”

- “Bebé”


Uso de diminutivos:

- “Ophelinha”

- “meiguinha”

- “pombinhos”


Utilização do polissíndeto:

- “E é bombom, e é vespa, e é mel”


Utilização do animismo:

- “Gosto das suas cartas, que são meiguinhas”


Recurso à metáfora:

- “E é bombom, e é vespa, e é mel”



Polissíndeto - Figura de construção que consiste na repetição sistemática e abundante de elementos de ligação, especialmente de conjunções coordenadas. O polissíndeto produz um efeito de acumulação, que pode evoluir no sentido de uma gradação, visando obter um crescendo de intensidade emotiva ou argumentativa.


Animismo - Figura de estilo que consiste em atribuir propriedades humanas ou movimento não humano a seres inanimados.

Através destes recursos, o autor da carta de amor exterioriza as suas emoções, sentimentos e estados de espírito, num tom torrencial, emotivo e coloquial, próprio da função emotiva. O seu registo de língua é adequado ao destinatário, à sua amada Ophélia, e à situação de comunicação, situação amorosa; deste modo, utiliza o registo de língua familiar.


Tendo em conta o conceito de adequação discursiva que deve estar presente nas cartas formais e pessoais, eis algumas fórmulas de saudação e despedida:


Saudação inicial

Carta formal:

- Exma. Senhora Doutora

- Exmo. Senhor

- Meu caro Senhor


Carta pessoal:

- Estimado amigo

- Querida Sílvia

- Queridos pais



Fórmula de despedida


Carta formal:

- Atenciosamente

- Com os melhores cumprimentos

- Com a mais elevada consideração


Carta pessoal:

- Com amizade

- Muitos beijinhos

- Um grande abraço



A carta é uma tipologia textual com características específicas:


- A epistolografia designa um género de obras escritas em forma de carta.

- A carta formal constitui um tipo de texto cuja rigidez estrutural é bem visível.

- O P.S. (post scriptum) deve ser um texto breve.

- Quando falamos em adequação discursiva a propósito das cartas, falamos em adequação às normas e regras de conduta que a sociedade estabeleceu.

- A adequação discursiva é visível nas formas de tratamento, no vocabulário escolhido e na construção frásica.



Funções da Linguagem

As funções da linguagem são seis, segundo Roman Jacobson, e categorizam as diversas finalidades com que a linguagem pode ser usada. Claro, as diversas funções raramente surgem sozinhas num mesmo discurso - escrito ou falado - sendo que é preciso distinguir a predominante para se perceber a função de um discurso.

A função expressiva ou emotiva exprime uma atitude em relação à mensagem que se quer transmitir, sendo um discurso marcado pela subjectividade, fazendo uso de adjectivação, interjeições, frases exclamativas e repetições. As cartas de amor, biografias, memórias e poesia lírica são exemplos do discurso com função expressiva.

A função informativa ou referencial centra-se na mensagem sobre um referente, sendo um discurso marcado pela objectividade, neutralidade e imparcialidade, fazendo uso de pouca adjectivação e de frases claras do tipo declarativas (também é comum o uso da terceira pessoa - ele, elas). As notícias jornalísticas e as informações técnicas e científicas são exemplos do discurso com função informativa.

A função apelativa ou persuasiva procura influenciar ou convencer, persuadir, fazendo uso de vocativos, interjeições e frases do tipo imperativo, assim como usando a segunda pessoa (tu, vocês). A propaganda política, sermões e publicidade.

A função enfática centra-se sobre o canal de comunicação, procurando estabelecer, prolongar ou verificar o contacto. Quando se testa um microfone ou telefone, em saudações militares e afins, usa-se a função enfática.

A função poética ou estética centra-se na mensagem evidenciado o lado palpável dos signos - o significante. As marcas que apresenta são as palavras usadas com outros sentidos, vocabulário seleccionado, rima, ritmo e sonoridade. Esta função surge em provérbios, slogans, lengalengas populares e em todas as obras de arte - e não só na poesia e prosas que procurem criar ritmos, sonoridades e estruturas inovadoras - pois as mensagens-objecto possuem um significado próprio.

A função metalinguística utiliza a linguagem para falar dela própria, procurando definir os signos por meio de outros signos. A poesia que reflecte sobre a poesia e o poeta, textos de teoria literária ou linguística são exemplos de discursos com função metalinguística.



A Mena na cozinha

Arroz de salsichas

1 cebola
1 dente de alho
1 lata de cogumelos laminados
1 cenoura
100g de bacon
80g de couve lombarda
5 salsichas frescas
1 folha de louro
queijo ralado
sal

pimenta

½ malagueta grande
3 chávenas de arroz
6 chávenas de água
1 cubo de caldo de arroz
salsa picada


Dê uma boa fervura às salsichas na água que depois servirá para cozer o arroz.


Refogue, em azeite, a cebola e o dente de alho picados, Junte a folha de louro.

Junte as salsichas cortadas aos pedaços e o bacon às tiras.

Lamine a cenoura, corte a couve em juliana, pique a salsa, corte às rodelas a malagueta e junte ao refogado.

Junte um pouco da água de cozer as salsichas e deixe refogar um pouco.

Junte os cogumelos e regue com a restante água onde ferveu as salsichas e dissolveu o cubo de caldo de arroz. Tempere com sal e pimenta. Quando começar a ferver deite o arroz. Deixe cozinhar um pouco.

Deite numa travessa de ir ao forno, polvilhe com queijo ralado e leve ao forno para dourar.



Sirva com uma boa salada.
Bom apetite!


Trabalhito:

porta-chaves


Selinho

Este miminho veio daqui e aqui fica para todas as minhas amigas blogueiras.