Aqui procede-se à decoração da caixa onde serão colocados os poemas da Semana da Poesia (depois, dir-vos-ei mais qualquer coisa sobre esta iniciativa). Vejam com que empenho trabalham os petizes!
A bicha ia crescendo e o Telmo desdobrava-se para conseguir atender a criançada.
Lê-se, joga-se, escolhe-se o melhor livro, conversa-se baixinho...
Uma sala cheia de alegria.
Vamos ver um filme?
A Biblioteca é, na minha escola, um oásis. Os alunos abraçam qualquer projecto com entusiasmo. Um aluno escreveu "A Biblioteca é um livro gigante muito colorido, só com personagens boas". É uma linda metáfora!
A mim, o que me dá mais prazer na escola é o trabalho que desenvolvo com os alunos, é a relação que mantenho com todos eles, os das minhas turmas e os outros com quem trabalho nos vários projectos da Biblioteca. Hoje, uma garotinha do primeiro ciclo disse-me: Ó professora, este ano venho muitas vezes à Biblioteca, porque as senhoras são muito simpáticas e o Telmo é muito brincalhão e amigo. Eu ficava aqui todo o dia a fazer coisas, a ouvir histórias e nunca me fartava. Ri-me e ela atalhou: "Olhe que eu estou a falar a verdade, é que aqui as professoras não são só professoras, são também nossas amigas, conversam connosco, ouvem-nos!" Um rapazinho meio envergonhado que queria fazer uma Kitty para oferecer à mãe concordou com a colega e acrescentou "A Biblioteca é o lugar mais bonito da escola, até as pessoas aqui são mais bonitas, porque são boas e simpáticas."
Mas vou confidenciar-vos uma coisa, os miúdos, enquanto trabalham e, acreditando que eu estou também muito compenetrada no meu trabalho, vão conversando uns com os outros sobre nós, a equipa da Biblioteca! Eu finjo que não estou a ouvir, não levanto os olhos do que estou a fazer, embora me dê vontade de sorrir e até de rir com algumas das suas saídas. Não vou revelar tudo o que dizem, mas podem imaginar! Um dizia para a colega: "Esta professora tem jeito para ser professora de EVT, sabe fazer tantos trabalhos giros. A professora Clara é uma boa contadora de histórias. A professora Isabel podia fazer cinema e pôr música nos filmes. Aquela professora que tem um filho é muito acelerada, anda sempre a correr, tem muitas coisas para fazer. O Telmo é muito giro e brincalhão e simpático. A outra senhora é meiguinha..."
Sugestão da Rebeca
A corrente tradicional da lírica camoniana
o vilancete
Mote
Se Helena apartar
do campo seus olhos,
nascerão abrolhos.
Voltas
A verdura amena,
gados que pasceis,
sabei que a deveis
aos olhos d' Helena.
Os ventos serena,
faz flores d' abrolhos
o ar de seus olhos.
Faz serras floridas,
faz claras as fontes...
Se isto faz nos montes,
que fará nas vidas?
Trá-las suspendidas,
como ervas em molhos,
na luz de seus olhos.
Os corações prende
com graça inumana;
de cada pestana
uma alma lhe pende.
Amor se lhe rende
e, posto em giolhos,
pasma nos seus olhos.
Formalmente um vilancete é constituído por:
- 1 mote de 2 ou 3 versos (onde se expõe o assunto);
- um número variável de voltas ou glosas de 7 versos (onde se desenvolve o tema);
Cada volta é formada:
- pela cabeça (os 4 primeiros versos);
- pela cauda (os 3 últimos versos).
O último verso da cabeça rima com o 1º da cauda.
Os dois últimos da cauda rimam com os dois últimos do mote.
O sujeito poético descreve a magia dos olhos de Helena, os quais não só irradiam a sua beleza e suavidade sobre a natureza, mas também seduzem e prendem os corações dos homens.
As três voltas do vilancete podem dividir-se em duas partes lógicas. A primeira parte é constituída pela primeira estrofe e pelos dois primeiros versos da segunda, em que o “eu” lírico refere a projecção dos olhos de Helena sobre a Natureza, operando nela uma verdadeira transformação: a verdura dos campos, a serenidade dos ventos, a transformação dos abrolhos em flores, o florescimento das serras e a claridade das fontes; a segunda parte está contida nos cinco últimos versos da segunda estrofe e na última estrofe, em que o poeta realça a acção cativante de Helena sobre os corações humanos: “Se isto faz nos montes / que fará nas vidas?” – referindo-se os efeitos dos olhos de Helena em todos os que a vêem: trazem as suas vidas suspensas e os corações presos (“de cada pestana /uma alma lhe pende”) e o próprio Amor (Cupido) se ajoelha, rendido, perante a magia do seu olhar.
Para exaltar a beleza de Helena, o sujeito poético utiliza uma sinédoque (implícita), pois começa por referir os efeitos dos olhos de Helena sobre a Natureza campestre; mas logo a seguir, continuando a enumerar tais efeitos sobre a Natureza e sobre os homens, afirma: os ventos serena, faz serras floridas, os corações prende. Como o sujeito destas frases não pode ser os olhos, pois o verbo está no singular, é evidente que o sujeito é Helena. De reparar ainda que, na última estrofe, o sujeito poético, voltando aos olhos, afirma: de cada pestana uma alma lhe pende. Conclui-se, portanto, que os efeitos sobre a Natureza e sobre os homens são atribuídos ora a Helena, ora aos seus olhos. Os olhos, portanto, de Helena são a própria Helena (sinédoque). Esta identificação deliberada entre os olhos de Helena e a mesma Helena está ligada a uma concepção platónica e petrarquista da mulher e do amor. A mulher é vista como um ser mais espiritual do que corporal. Os olhos, embora órgãos do corpo, são as janelas da alma, podendo-se, pois, considerar um traço de união entre o físico e o espiritual.
A beleza de Helena é sobretudo realçada pela expressividade do adjectivo (a verdura amena) e do verbo quer no presente, insinuando a presença actuante dos olhos de Helena (os ventos serena, faz serras floridas), quer no tempo futuro, sugerindo um estado de vida (que fará nas vidas?). o emprego da hipérbole (de cada pestana uma alma lhe pende) é também uma bela forma de realçar a sedução exercida sobre os homens. De salientar ainda a comparação “como ervas em molhos”, realçando a abundância de vidas conquistadas e a personificação no fim do poema, em que o próprio amor é considerado um vassalo de joelhos, frente à suserana Helena (Amor se lhe rende, / e posto em geolhos, / pasma nos seus olhos). O verbo pasmar, contido neste último, é um verbo expressivo (aspecto durativo).
A beleza e a sedução de Helena é vista sobretudo através do seu olhar, como vimos. É portanto a sua beleza espiritual que é posta em evidência. Trata-se então daquele tipo de mulher idealizadamente espiritual (objecto do amor platónico) que vem já da poesia provençal (cantares de amigo) e da poesia palaciana.
Este vilancete é constituído por um mote de três versos, glosados em voltas de sete versos. Não se dá, no final das estrofes, a repetição do último verso do mote, mas verifica-se o essencial do vilancete: desenvolvimento do mote (de dois ou três versos) em estrofes de sete versos. Os versos têm cinco sílabas métricas (redondilha menor). A rima é interpolada e emparelhada, segundo o esquema rimático: ABB / CDDCCBB.
Arroz de bacalhau
1 dente de alho
1 posta de bacalhau
sal
azeite
vinho branco
1 caldo para arroz
arroz
Sirva simples ou a acompanhar peixe frito, por exemplo.
Bom apetite!
Trabalhinho:
3 comentários:
Olá Mena
São estas pequenas/grandes vivências que nos dão força para continuar, que mostram que vale a pena ENSINAR!
Bjs.
Oi Mena!!!!
Swmpre é bom vir aqui!!!
que festa nessa biblioteca hem?!!!!
amei esse colar!!!!
Deixei um selinho prá vc no blog de mimos.
bjks
Sonia
Essa biblioteca é mais movimentada que praia em dia de calor.
Ainda bem que essas crianças têm a vontade de fazer as tarefas com empenho.
até mais.
Jota Cê
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