domingo, 28 de novembro de 2010

Frei Luís de Sousa - elementos simbólicos...

Frei Luís de Sousa - Acto I (elementos simbólicos)

Cenas V e VI do Acto I


Num texto dramático a passagem de uma cena para a outra ocorre quando entra ou sai uma personagem.

Frei Jorge traz uma notícia que provoca inquietação nas personagens: os governadores decidem instalar-se na casa de Manuel de Sousa Coutinho.


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Na cena VIII, desenrola-se uma conversa exaltada entre D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho, onde as opiniões divergem.

D. Madalena demonstra muito receio em regressar a casa do seu primeiro marido, deixando perceber um certo sentimento de culpa por ter amado D. Manuel, enquanto era casada com D. João.

D. Madalena é uma personagem que se caracteriza pelas suas paixões exaltadas, pelos seus receios e premonições, pela sua fragilidade e pelo seu desejo de fugir ao destino. Estas características fazem dela uma personagem romântica.

O romantismo nas personagens de Frei Luís de Sousa

Características românticas

Personagens

Desejo de liberdade ansiando quebrar todas as correntes que prendem a liberdade do eu.

Madalena, Maria,

Manuel de Sousa Coutinho

Pessimismo, melancolia, desespero, terror, angústia de existir, superstição, sentimentos obsessivos e de culpa, premonições.


D. Madalena

Evasão ou fuga para mundos imaginários, sonho, devaneio.

Madalena, Maria, Telmo

Nacionalismo, culto da ideologia patriótica, coragem.

Manuel de Sousa Coutinho

Defesa da Pátria e da justiça.

Irreverência humana.

Protótipo de mulher-anjo fragilizada.


Maria


Manuel de Sousa Coutinho utiliza alguns argumentos para convencer D. Madalena a ir para casa do seu antigo marido:

“MANUEL

Rezaremos por alma de D. João de Portugal nessa devota capela que é parte da sua casa; e não hajas medo que nos venha perseguir neste mundo aquela santa alma que está no céu, e que em tão santa batalha, pelejando por seu Deus e por seu rei, acabou mártir às mãos dos infiéis. Vamos, D. Madalena de Vilhena, lembrai-vos de quem sois e de quem vindes, senhorae não me tires, querida mulher, com vãs quimeras de crianças, a tranquilidade do espírito e a força do coração, que as preciso inteiras nesta hora.”


Há uma mudança de tratamento de vós, que ele usa para apelar ao seu estatuto social, para tu, que demonstra a proximidade afectiva entre marido e mulher.

Manuel de Sousa Coutinho, ao incendiar a sua própria casa, diz: "- Ilumino a minha casa para receber os muito poderosos e excelentes senhores governadores destes reinos...(...)", utilizando a ironia.

"MANUEL

— Meu pai morreu desastrosamente caindo sobre a sua própria espada. Quem sabe se eu morrerei nas chamas ateadas por minhas mãos?"

Tendo em conta a frase sublinhada no texto, percebe-se que Manuel de Sousa Coutinho, em tom de fatalidade, parece preparar o seu próprio destino.

Manuel de Sousa Coutinho decide incendiar a sua casa num acto patriótico. Ao destruir a sua própria casa, Manuel de Sousa Coutinho encontra um modo de responder à afronta dos governadores, representantes da coroa espanhola que decidiram instalar-se no seu palácio.

A obra “Frei Luís de Sousa” apresenta vários elementos carregados de simbologia. Garrett dá-nos indicações sobre o espaço, logo no início do primeiro acto, através de uma didascália. A acção inicia-se numa sala ampla. São feitas referências à luminosidade, assim como a diversos elementos coloridos que representam uma certa alegria e até felicidade vividas naquela casa. Um outro elemento simbólico presente na sala é o retrato de Manuel de Sousa Coutinho que assume grande importância ao ser destruído pelo fogo, indiciando uma desgraça. O elemento fogo simboliza a destruição que vem impor uma mudança espacial que vai influenciar o destino de todas as personagens.


A simbologia dos números encontra-se também muito presente nesta obra. A referência ao número 13, a idade de Maria, não augura sorte. O número 7, como os sete anos em busca de D. João de Portugal, e o seu múltiplo, 14, como os anos do segundo casamento de D. Madalena simbolizam um fim de ciclo, por um lado, e, por outro, o destino e a fatalidade.



Trabalhinho:

A Mena na cozinha

Tortilha de kibe

sobras de Kibe
6 ovos
sal
pimenta
salsa picada
1 dente de alho picadinho
batata frita palha

Com um garfo desfie as sobras do Kibe. Junte-lhe os ovos batidos, temperados com sal, pimenta e o alhinho picado. Mexa bem.

Adicione a salsa picada e as batatas palha, envolva muito bem.

Leve ao lume.
Sirva com uma boa salada mista.
Bom apetite!

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