O Mundo em que vivi retrata a época da ascensão ao
poder dos Nazis e é mais um dos muitos capítulos que nos dão conta da
revoltante perseguição aos judeus. Esta história é baseada na vida de Ilse Losa, que
teve, tal como Rose, personagem principal desta história, de abandonar o seu país, apenas por ser judia.
A acção desenrola-se, em termos de tempo, nos finais
da Primeira Guerra Mundial e, em termos de espaço, na Alemanha.
Rose Frankfurter, uma menina da classe média,
frágil, de cabelo louro e de feições infantilmente lisas, passara uma infância
complicada pelo facto de ser judia.
Vivia com os seus avós paternos, Markus e Ester,
numa pequena casa.
O avô Markus era uma pessoa amável, calma e tinha um
olhar sempre tristonho. Rose tinha um carinho especial pelo avô. A avó Ester era o oposto, fria e rígida, as suas
duas palavras preferidas eram: prático e económico, vocábulos que Rose odiava.
Quando dois dos tios de Rose, filhos dos seus avós
paternos, morreram, Markus ficou fragilizado, abatido e doente, o que entristeceu Rose.
Entretanto, aconteceu o menos desejável, o avô
Markus morreu e logo a seguir a avó Ester. Rose foi, então, viver com o pai, a mãe e os seus dois irmãos, e a sua vida mudou radicalmente.
Mudou-se para cidade, entrou na escola primária e
não sentia qualquer discriminação pelo facto de ser judia. Mas é ao entrar na
Escola Secundária que tudo mudou, apercebendo-se do modo como eram tratados os judeus, sentindo também ela na pele a
discriminação. Contudo, nem tudo era tristeza na sua vida, havia o seu namorado. Paul fazia-a feliz e, de certa forma, protegia-a.
Mas, logo, logo, outros problemas surgiram: o pai
morreu com cancro e a mãe, não tendo como sustentar os três filhos, teve de vender
a casa. Rose decidiu ir para Berlim trabalhar, mas a crise, a inflação, o desemprego,
o assassínio de Rathenau (ministro judeu), a vitória dos Nazis causaram um violento
distúrbio na sociedade e Rose, por ser judia, corria risco de vida. A sua
grande sorte foi um oficial nazi ter simpatizado com ela, por ser loira e de
olhos azuis. Este deu-lhe um prazo de cinco
dias para sair do país, escapando-se assim ao triste fim dos restantes judeus:
o campo de concentração.
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