quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um passeio e uma lenda




No último dia, disse-vos que ia passear. Pois bem! Aqui está o local por onde andei, São Pedro de Moel.





Lenda do Penedo da Saudade

Os duques de Caminha: D. Miguel Luís de Meneses e sua esposa D. Juliana formavam um feliz casal que vivia uma vida muito recatada no seu palácio, afastado do bulício e das intrigas da Corte e da política bem efervescente naquele ano de 1641.

Mas, certo dia foram surpreendidos por um dos seus criados que anunciou a chegada do senhor Marquês de Vila Real, pai de D. Miguel de Meneses.

D. Juliana teve logo o presságio de que algo de grave se tratava, dado que se levantou empalidecida. Em vão, seu esposo, D. Miguel, tentava acalmar a sua amantíssima esposa. Entretanto, mandou entrar seu pai.

Não obstante o desejo do Marquês falar a sós com seu filho, este insistiu para que a esposa ficasse presente.

«Seja!» - concordou por fim o Marquês de Vila real. O seu aspecto era grave o que deixou o casal ainda mais inquieto. D. Miguel perguntou: «O que se passa, senhor meu pai?»

Este encarou bem de frente o filho e retorquiu-lhe: «Senhor Duque de Caminha e meu filho, chegou a hora de el-rei D. João IV pagar a sua tirania! A conspiração está organizada e dela fazem parte o arcebispo-primaz, o Conde de Armamar, D. Agostinho de Vasconcelos, eu e vós!».

Muito surpreendido, D. Miguel que não havia sido anteriormente consultado, tentou não fazer parte da conjura: «Não meu pai! Não fui consultado nem farei parte de tal conjura! Considero loucura o que ides fazer! ...quereis que a nossa pátria perca de novo a independência?».

O velho fidalgo quase que fuzilou o filho com o olhar: «E se vos der uma ordem? Não deveis trair-nos!». Houve um silêncio trágico. O marquês rompeu-o: «Então? Que dizeis á ordem que acabo de transmitir-vos?». D. Juliana assistia atónita e horrorizada ao diálogo trágico travado entre seu sogro e o seu marido.

Cabisbaixo e bastante consternado, D. Miguel, não tendo outra alternativa respondeu: «Só me resta cumpri-la».

Perante a louca decisão de seu amado esposo, D. Juliana caiu desmaiada num canapé, onde, momentos antes, partilhara as carícias do seu esposo que tanto amava.

Gorada a conjura, feitos prisioneiros os conspiradores, entre os quais estava o Duque de Caminha, seriam encarcerados na fortaleza de S. Vicente de Belém (Torre de Belém - Lisboa).

Aí, no silêncio da noite, estendido nas palhas putrefactas do cárcere, D. Miguel tomou noção da sua fraqueza em ter acedido às ordens de seu pai! Tomou então a decisão de escrever a el-rei pedindo-lhe perdão: «Senhor meu Rei: Pedir perdão de um crime que não cometi é bem mais doloroso e cruel do que me sentir culpado. Mas, Senhor, de um só delito posso e devo ser acusado: não denunciei meu próprio pai. Procedi com deslealdade para com o meu Rei... mas que espécie de coração seria o meu, se fosse denunciar aquele que me deu a vida? Não quero ser tido como traidor para com o meu Rei. Mas também não poderia ter sido parricida! Que a vossa magnanimidade possa compreender a minha angustiosa situação, é tudo quanto vos peço e espero de Vós, da vossa misericordiosa bondade.»

Recebeu o rei a carta de D. Miguel. Leu-a atentamente. Mas sabia que não poderia fraquejar numa altura em que o seu trono não estava ainda bem alicerçado. O perdão não foi concedido.

Foi a vez de D. Juliana Maria, duquesa de Caminha, ir lançar-se aos pés do rei de Portugal. Vestiu-se com simplicidade e sem jóias. Levava o rosto molhado de lágrimas e a sua voz era dramaticamente suplicante: «Senhor! Senhor meu rei! Se tendes coração, escutai os rogos desta pobre mulher que vedes a vossos pés! Juro-vos, Senhor, que o meu marido está inocente! Assisti á conversa do marquês de Vila Real com o duque. Sei como ele lutou para não pertencer ao grupo dos que estão condenados. Lutou até ao último momento. Mas a vontade do pai foi mais forte. Senhor, libertai-o! Servir-vos-á com fidelidade, juro-vos! E a felicidade voltará de novo ao meu lar agora desfeito!»

Por momentos o rosto do rei tomou uma expressão menos dura. Dir-se-ia que ia ceder. Mas, na realidade, o facto teria que ser tomado como lição. D. Miguel de Meneses subiu ao cadafalso e com a morte pagou a fidelidade que o ligava a seu pai.

Inocente? Culpado? A decisão fora sua!

Para o povo, ele estaria inocente e pagou pelo crime do pai.

Refugiada em S. Pedro de Moel, a jovem viúva, ia todos os dias chorar as suas desgraças num penedo solitário. Ela e o mar! Ela na grandeza da sua dor, perante a imensidade das águas oceânicas! Os seus soluços e as ondas marulhando formavam uma orquestra. Falava sozinha, por vezes. E a brisa levava ao infinito as suas lamentações: «Miguel, meu amor, nunca mais vos verei! Como posso viver sem vós, meu querido esposo? Como não me faz estoirar o coração esta saudade que me sufoca?»

E era assim, muitas vezes, a balada dolente, a trágica canção de saudade que o mar acompanhava.

Perante tamanha dor, o povo de S. Pedro de Moel, passou a chamar àquele rochedo, o Penedo da Saudade.

Há quem afirme ainda que, ao escutar nesse rochedo os murmúrios do mar, pode distinguir também, em eco, as lamentações da duquesa de Caminha...



Lenda, [Do lat. legenda, “coisas que devem ser lidas”.] originalmente, a palavra designava histórias de santos, mas o sentido estendeu-se para significar uma história ou tradição oriunda de tempos imemoriais e popularmente aceite como verdade.

As lendas relatam factos tidos como acontecidos (reais). Nas vilas, povoados e cidades têm lugar diversos acontecimentos. A estes acontecimentos verdadeiros juntam-se pouco a pouco pormenores, esquecem-se outros, dando origem a um produto simultaneamente real e fantástico.

Em tom de conclusão, podemos afirmar que as lendas assentam num fundamento histórico provável ou possível que é alterado, enriquecido pela intervenção do maravilhoso popular, cristão ou pagão.






A Mena na cozinha

Ovos mexidos com tomate


1 cebola
azeite
3 tomates maduros
6 ovos
1 dente de alhos
salsa
batatas fritas
queijo ralado
sal
pimenta

Num tacho ponha o azeite, a cebola e o dente de alho cortados às rodelas.

Quando a cebola estiver transparente, junte os tomates aos pedaços. Deixe cozinhar um pouco.

Tempere com sal e pimenta e junte a salsa picada. Deixe cozinhar mais um pouco.

Adicione os ovos batidos e vá mexendo sempre.

Quando os ovos estiverem cozidos, mas não secos, reserve.

Entretanto, frite as batatas e coloque-as num pirex.

Por cima das batatas, deite os ovos mexidos na tomatada.

Polvilhe com queijo ralado e leve ao forno.

Sirva quente com uma boa salada mista.
É um prato bem simples e bastante saboroso.
Bom apetite!



Trabalhitos:
Estas almofadas foram feitas pela minha tia e madrinha, são muito bonitas, têm bordado inglês, fitas e nervuras. Foi um bonito presente, não acham?


Porta-chaves


Ah! Já me esquecia! Acabei de inaugurar a Mym Loja, passem por lá e digam qualquer coisita...

17 comentários:

Unknown disse...

Olá Mena,
Em primeiro lugar, espero que o dia de aniversário tenha sido pleno de felicidade e miminhos.
Mais um "post" magnífico e muito rico e cheio de informação pertinente. Adoro S. Pedro de Moel e adorei ler esta lenda que desconhecia.
Os vídeos, como sempre, do melhor e a "Mena na Cozinha", deliciei-me, pois é uma receita fácil e óptima para quando não sabemos bem o que fazer para o jantar, que é o meu caso hoje...
As almofadas um requinte e o port chaves um encanto.
Vou visitar a loja. Beijinhos e até já,
Lia.

Unknown disse...

Olá Mena,
Não encontrei o link para a loja...
Beijinhos,
Lia.

mfc disse...

Apetece-me dar esse passeio!
Os ovos mexidos e os teus trabalhos continuam óptimos.

caloca disse...

Olá Mena, tudo lindo e tao apetitoso. Só não consigo satisfazer a minha curiosidade quanto à tua lojinha, porque não sei como lá ir.
jinhos
Armanda

Amor Impresso disse...

Oi Mena!!!

Com certeza esses ovos mexidos com tomate, hummm, devem ser maravilhosos!

Eu não achei o desafio?? Será que cheguei tarde?

Bjinhos e tenha uma linda semana!

Sylvana disse...

Me encanto el video y la leyenda que triste...
Aca son las 10:22 de la ma;ana y te digo la verdad que con tu receta mi estomago ya esta sonando.
Felicitaciones porque tus trabajos son siempre muy bonitos

Besos

Syl

Chocolate disse...

olá Mena!
já espreitei a lojinha, tens peças muito bonitas :) um beijinho e boa sorte para as vendas, espero que sejam muitas!

Bijuterias D'encantar disse...

Olá Mena!
Gostei muito das novidades... sem dúvida que o trabalhinho que lhe ofereceram é muito bonito e a receita parece-me uma óptima sugestão!
Vou experimentar :)

Bjinhos e já agora bom fim de semana

SANDRA RIBEIRO disse...

OLA..........
Passei para lhe trazer uma flor, um abraço e lhe desejar muito sucesso!!

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QUE SUA VIDA POSSUA O PERFUME DAS FLORES, O PERFUME DA VIDA, O PERFUME DAS BENÇÃO DE DEUS!

BEIJOS
BOM FIM DE SEMANA

tudo muito lindo

APO (Bem-Trapilho) disse...

olá amiga!
que linda lenda! já conhecia, penso que a ouvi há muitos anos, quando ainda era criança.
mas o que eu gostei mesmo por aqui hj foram os teus trabalhinhos. as almofadas da tia estão uma relíquia! lindas lindas!
e o porta-chaves está girissimo. faz-me lembrar aquelas bengalas de rebuçado deliciosas que eu dantes comprava sempre quando ia ao cinema. mas agora raramente encontro! :(
um bjo grande , amiga! fica bem!
bom fds!

Cristiana Fonseca disse...

Olá Mena,
Belo post, passeios , lendas, videos, culinária, arte, enfim, belo.
Beijos,
Cris

Unknown disse...

Oi querida!
Adorei a comidinha, pena que por aqui não dá para sentirmos o cheirinho maravilhoso que deve ter ficado... amei o chaveirinho...
E boa sorte na loja

Uma breve passadinha para desejar Um Maravilhoso Fim de Semana

Bjs "Delicate Girl"

Siry Pérez disse...

Lindo paseio e precioso trabalinho.

Beijinhos

Sonia Facion disse...

Oi Mena

Sempre fico feliz com a sua visita!!!
Concordo com vc, lindo lugar e tiste lenda.
A almofada é linda e graciosoesse chaveiro.

Tenhas um lindo fim de semana.

Bjks

Sonia

Sonia Facion disse...

Mena, tem premios para ti no meu blog de mimos.

Bjs

Sonia

Sonia Facion disse...

Mena, tem premios para ti no meu blog de mimos.

Bjs

Sonia

Habiba disse...

sempre com um optimo aspecto as tuas receitas querida... e os trabalhinhos sempre lindos!
Beijinhos e bom fim de semana